Por que razom nos fazemos cada ano tantos conjuros de emenda e melhora? Há algumha razóm lógica para comportarmo-nos deste jeito? Será que realmente esses dias- por ser novos – tenhem que procurar-nos a soluçom aos nossos males ou problemas ? Aqueles que nos proponhem o ano novo como um renascimento pessoal e geral, nom deixam de ser, vendedores de fume, umha caralhada como tantas outras.

A natureza nada lhe supom o início dum ano. Entom? Por que aguardamos a sua chegada com tanta ledícia?. Provavelmente, construímos umha raia imaginária na nossa mente para dar-nos esperanças dumha melhor vida sem perceber que esta é umha soma e resta de experiências construídas sobre os acertos-erros de espaços de tempo que poucas vezes tenhem a ver cos 365 dias que agochamos quando falamos dum ano qualquer. Certo que, aproveitaremos alguns anacos deste tempo para renovar-nos e renovar os nossos pensamentos, assim como assentar alguns outros ( que precisarám mais longura), como princípios.

Sempre gosto diferenciar o conxuntural (o que desaparece trás um curto período de tempo), do estrutural (o que permanece, o que terma). A vida é umha estrutura, o 2022, só um anaco dela.

Na política, a conjuntura é a tática. A estratégia é o plam global, o que terma de todo. Na tática pesa mais o de hoje, a oportunidade tendente ao oportunismo, o curto prazo, algumhas açons concretas que precisam dumha pronta execuçom, mais sempre deveriam ter relaçom co plam global. Seria umha ledícia para mim, se a cidadania os conhecessem e depois soubessem manejar as estratégias e, sobre todo comprendê-las após umha análise para poder avaliar qualquer processo político.

Estou convencido de que tanto o velho como o novo vam ficar na maioria da gente. Na atualidade política, o novo terá pegada, nom o duvido, mas também sei,que o velho nom deixará de tê-la. Depois, todo assentará e já miraredes como de produzir-se as transformaçons vam precisar de muitíssimos mais de 31.536.000 tictac dos relógios. Bem sei! todo tem um começo de luita, sofrimento, trabalho, negociaçom, organizaçom e democracia. Do imaginário das promessas e do desejado por cada partido ou listagem eleitoral teremos que virar ao real, num marco mais que provável de pactos, acordos e consensos. A governaçom será o seu justificante e os discursos que aginha nos quentarom as orelhas, darám paso a questons de reparto, das que agora vou fazer uns pequenos apontamentos:

-Podemos dixo : 2015 será o ano do câmbio. Logicamente, quem quiger melhorar o velho, tem que falar de câmbio. A UCD falou de câmbio antes de dar chave nas “portas da democracia”, o PSOE fijo bandeira do câmbio e o PP nom o esqueceu para relevar no governo à socialdemocracia. É a promessa que mais recunca nas eleiçons. Dou por certo que “o câmbio” foi e seguirá sendo umha estrela propagandística ainda que sem brilho, é dizer sem mais luz que a a da campanha eleitoral e a dos analistas e articulistas de cada organizaçom política.

Mais o da estratégia, o plam que se tem para chegar o poder e depois geri-lo e fazer as transformaçons necessarias para dar cumprimento aos máximos programáticos , agocha sempre trás dumha moreia de “medidas para um novo país,”, para “mais e melhor democracia”, ou para “umha nova naçom soberana” . Pouco sabemos nem do porquê, nem para quê, nem como. Avonda com um lema ou com umha consigna bem publicitada e a nossa confiança vai depositada conjuntamente co voto nas urnas. Mais menos como cada despedida e entrada do ano novo.

Na política sempre houvo canibalismo, o discurso terma do que terma. O voto terá mobilidade nos apoios às candidaturas,mais manterá umha certa identidade política na maioria dos votantes (na dicotomia esquerda-direita). A centralidade (versus conformidade) eleitoral, o desgaste, as indecisons mas a contraditória e incoerente gestom da pandemia da Covid jogarám a favor do PP se é quem de afastar das liortas polo poder interno. As eleiçons que venhem trazerám mudanças no mapa político mais duvido que as novidades que surgirem na açom política melhorem as condiçons de vida da classe trabalhadora e as relaçons territoriais.

Na análise, também deveríamos ter em conta, que:

-Imos cara a governos em minoria ou em coaligaçom e neles, pode que assistamos a umha clarificaçom política e mesmo, nom desboto umha expressom atualizada da formulaçom do princípio “algo em troca de algo”, na relaçom entre os garantes da ordem institucional,

-A denuncia dos males do bipartidismo e da velha política ( que antes já denunciaram outros), acabará;. – A política e a vida devem ter: tensom, desequilíbrio, conflito e ideologia. As organizaçons políticas que quigerem representaçom popular, nom debem esquecê-lo.

-O câmbio, passa por falar do que se quer transformar da realidade, como, com, e para que? Avonda já de promessas falsárias.

-Quero-me perguntar e perguntar-vos: o germolo de projeto político a nível do Estado Espanhol, será renascimento ou de novo “magia propagandística”?

Para sair da encruzilhada da oposiçom é preciso concretizar a transformaçom que se quer fazer na Nosa Terra nas atuais condiçons e verificar se é possível um governo alternativo ao PP somando, quando menos 38 representantes co PSOE (do que tenho moitas desconfianças nessa conjuntura), e outras possíveis alternativas.

O melhor contributo que podemos fazer quem nos sintamos nacionalistas galegos é exigir esta clarificaçom já, sem personalismos (nom foi davondo em tempos passados?), é confrontando diretamente como grupo o projeto estratégico e arredando-se da imagem redentora dum liderado daquele jeito. Na Galiza, cumpre saber se a gente do comum acredita no nacionalismo como umha esperança para a Nossa Terra. Perder assentamento e influencia para o nacionalismo galego vai para além doutras alternativas.

O “mareio” doutro tempo passado tentará de novo olhar o sol cada manhá na dialética política galega (quiçá empurrados pola resistível ascensom do projeto de Iolanda), e que o PSOE nom queira somar desde a sua terceira posiçom.

Conformaria-me com que as cousas nom fossem a pior. Desfrutade a entrada do novo ano e também da saída do que remata. A minha certeza é: o 2022 é um ano mais ou um menos, segundo o olhemos. A esta afirmaçom podedes dar-lhe as voltas que quigerdes, é a real!!!