“Quando sinto necessidade da religiom, saio de noite para pintar as estrelas.”

Vincent Vam Gogh

Nom deixo de reconhecer a pegada da dimensom religiosa em muita gente incluso no mundo científico e do conhecimento, pero nom estou disposto a calar-me diante de qualquer religiom na que se rentrinjam as liberdades coletivas e individuais. O mesmo que diante das ideologias que tenham este viés. Como dixo o teólogo e historiador Francisco Carballo, umha cousa é a fé e outra, bem diferente, as decisons eclesiásticas. O mesmo refraneiro popular precisa que, umha cousa é predicar e outra dar trigo.

Seria doado agora, aproveitando o que está acontecendo coa pandemia da Covid-19, fazer um alegado a prol da ciência, mas nom vou ser oportunista. Para isso, já avonda coas promessas que nos leva fazendo um dos dous “grandes” partidos espanhóis ( o outro “grande” sempre se dixo confessional) para revisar o Concordado e materializar nalgumha nova decisom, os acordos do 1979 entre o Estado Espanhol e o governo da Igreja Católica. Suponho que no vindouro período eleitoral voltarám a peneirar-nos umha vez mais, com dito assunto. Conformaria eu, coa modificaçom do texto na santificada Constituçom na que se relfetir, para sempre, a laicidade real do Estado. A nom confessionalidade, no melhor dos casos, só se pode interpretar (como fai a hierquia da Igreja Católica), do seguinte jeito: o Estado nom defende nem discrimina nengumha fé religiosa. Afirmo eu, sem medo a trabucar-me, que esta fé e a sua Igreja, estám discriminadas positivamente na legislaçom espanhola e sem dúvidas, nos acordos Estado Espanhol-Santa Sede. Vai sendo tempo.

Nestas latitudes, depois de centos de milhons de vivências e um longo caminho cheio de trabas, duas correntes de pensamento, evolucionismo e criacionismo, confrontam e tratam de dar respostas ajeitadas às perguntas vitais que todos nos fazemos.

Estou convencido que fazemos parte da corrente da evoluçom. Na dialética do Universo, imos a pouquinhos pero coa proa olhando sempre ao futuro e poda que encontramos a verdade apoiando-nos na ciência e na razom. Nom é menos certo que na popa, trazemos diferentes tradiçons, saberes e pegadas filosóficas, religiosas, ideológicas,… Também há quem nega, a irrealidade do passado e do futuro, situando-se, num agora exclusivista.

A teoria em que se apoia o evolucionismo, ainda que hoje já é aceitada de jeito maioritário, tem contrários sem esquecer os oportunismos e as leituras interessadas que tratárom de aproveitá-la, para suster falsas argumentaçons. Tanto foi assim, que esta teoria foi justificaçom das diferenças sociais e raciais, ainda que o seu autor dixesse: “é absurdo falar que um animal é superior a outro”. Após a publicaçom da Origem das espécies em 1859, os críticos riam da suas argumentaçons na luita pola existência como umha justificaçom malthusiana do capitalismo industrial inglês da época. O término Darwinismo foi aproveitado por outros, entre eles, por Spencer na aplicaçom do principio de “supervivência do mais adaptado” para construir a teoria do progresso no “livre mercado”. E no me esqueço, das ideias racistas de Ernst Haeckel sobre do desenvolvimento humano, pese a que Darwin as criticou na sua época. Era um firme contrario da escravitude (a classificaçom das chamadas raças do ser humano como espécies distintas), e os abusos contra os povos nativos.

A idade amplamente aceitada do Universo, segundo as estimaçons da relatividade geral, é de 13.800 milhons de anos, baseando-se em que todo o que existe ocupou num principio um único ponto infinitamente denso, ou singularidade. Só depois, desde dito ponto começou a expandir-se numha grande explosom (Big Bang), que fijo que o universo começasse oficialmente.

Tenho que lembrar que até o século XVIII a corrente do criacionismo tinha umha pegada mui forte. Depois, chegárom os avances tecnológicos que permitírom ir fornecendo a teoria evolutiva e da relatividade, por isso hoje, a sua aceitaçom é maioritaria. Nom houvo concesons bondadosas senom provatória científica. Ainda assim, encontraremos contrários e oportunistas de toda caste que nom aceitam a resposta dada pola ciência à pergunta do como. Afirmam que a resposta genética da condiçom humana (nesta teoria demonstrativa), tem só umha perspetiva antropológica e no caso da relatividade, a fisico-matemática, mas que ambas as duas, esquecem, a luz da revelaçom divina.

Em 2.015, falou-se dum novo estudo que questionava o Big Bang baseando-se na seguinte afirmaço: o universo existe de sempre. Parece-me bem, sempre há que estar abertos a revisar e debater qualquer teoria, mais para sustê-la no tempo convém fundamentar o que se afirma e no caso de nom poder fazê-lo, ter a humildade de rebaixar o qualificativo.

Nom quero perder o fio do confronto e quigesse sintetizá-lo do seguinte jeito, é mais doado crer que de saber. Porém, ainda resta caminho e quem sabe se algum dia chegaremos à verdade da razom ou a fé seguirá a orientar a vida de muita gente.

Nom se encontrou umha resposta científica do porquê da origem do ser humano e do universo. Noutras palavras, que a espécie humana seja consequência dum processo evolutivo geral, nom chega a explicar o porquê da nossa existência transcendente, ou da alma na dimensom religiosa, e tampouco, porquê a necessidade de expansom do universo.

Nom queria rematar este pequeno percurso por um assunto tam importante sem dar umha pequena vantagem, mais aparente que certa, os criacionistas, com umha cita de Stephem W.Hawking, da sua obra conhecida, Historia do tempo (1988), onde se perguntava polo porquê do seguinte jeito, “… por que existe o universo e porque existimos nos?”, e dizia, se encontrarmos umha resposta a isto, seria o triunfo definitivo da razom humana, porque entom conheceríamos o pensamento de Deus.