O dia 10 do passado julho lançamos unha campanha de informaçom e sensibilizaçom arredor do juízo previsto na minha contra no que se me solicitam 4 anos e meio de prisom e 4.000 euros de responsabilidade civil por uns feitos que nom cometim. Nestes meses temos por diante a tarefa de deitar luz sobre a injustiça do meu caso e criar um clima de opiniom pública que questione a legitimidade em que o Estado espanhol emprega a coaçom, a intoxicaçom mediática e a mentira contra a disidência política.

Se bem qualquer Estado funcional se serve do uso da força, do controle social e da judicializaçom das condutas tipificadas como delito no código penal para manter a ordem, como sociedade devemos parar-nos a reflexionar sobre o caminho empreendido nos últimos anos no Estado espanhol e no resto de Europa em torno as políticas de recorte das liberdades, direitos cívicos e a normalização do emprego de diferentes estratagemas fora das vias normativas para castigar a quem protesta.

No meu caso, além do uso desmedido e perigoso da força para a minha integridade física, devemos debater a validez dum trabalho policial encaminhado a situar-me desde o minuto zero como culpável para com isto encobrir as más praticas sofridas e lembrar-lhe a quem me julga que segundo o Ministério Fiscal tem a obriga de respeitar a minha presunçom de inocência e “consignar y apreciar” as circunstancias que me som favoráveis como investigado (artigo 2 da Lei de Enjuizamento Civil) independentemente de que quem seja o que me acuse.

A disposiçom que fai a polícia do uso da força e as suas investigaçons, devem ser fiscalizadas como qualquer outro assunto da vida pública. À hora de cometer umha irregularidade, os agentes de ordem devem ter a dúvida de se o que está fazendo pode causar dificuldades aos corpos e forças policiais, e nom gozar de total amparo e cobertura por parte dos poderes políticos e mediáticos.

Nom devemos transigir com discursos mediáticos, atestados policiais e sentencias judiciais encaminhadas a criminalizaçom da protesta social e a atemorizaçom das pessoas que luitam. A exençom da que gozam os corpos repressivos do Estado nom é algo invariável nem aqui nem em nenhum lado. A toma de consciência e o sentido moral das sociedades influem de maneira decisiva na impunidade da polícia para tronçar as nossas vidas e em último termino da capacidade do poder para mostrar unha faciana mais ou menos autoritária e regressiva.

O sentido último da repressom contra a dissidência política é estabelecer incentivos negativos para diminuir a participaçom da cidadania na luita social, aumentando os riscos e os custes pessoais a hora de mobilizar-se. Por todo isto neste, e em qualquer caso, a repressom é algo que só podemos amortecer cunha boa dose de solidariedade e mobilización.

Se eu afronto o dia 20 de dezembro com tranquilidade e inteireza é unicamente graças a coralidade do apoio recebido e o tecido popular gerado ao meu redor. Foi imprescindível em todo momento; desde que fum levado ao hospital depois de ser ferido na carga policial e houvo quem estivo aguardando por mim, por quem quando saim dos julgados me tendeu unha mao amigável, polas inumeráveis chamadas, cafés e conversas nos meses de espera, polo animo das advogadas ao receber a abertura do juízo oral e a acusaçom fiscal ou por todo o calor que me chegou nestas últimas semanas.