A Laura Bugalho, independentista e luitadora de todas as luitas, que sofreu a violência nas celas policiais espanholas pola defesa das imigrantes na Galiza

Um dos temas que adoita esgrimir a “esquerda” espanhola contra os soberanismos das naçons sem Estado, desde o seu nacionalismo espanholista militante, é a confrontaçom imigrantes racializadas Vs. nacionalismos periféricos burgueses. Trata-se dum velho discurso empregado especialmente em territórios receptores de migrantes como Catalunha e Euskal Herria que apanhou novo pulo co auge do Procés. A medida que o decolonialismo se ia assentando nas esquerdas independentistas desses países, surgírom também vozes que lhes disputavam a legitimidade de oprimidos em contraposiçom aos auténticos racializados e colonizados. Porém, nom é este o lugar em que eu me atreva a choutar nesse debate alheio, em havendo vozes muito mais qualificadas alá que já lhe dérom resposta. Pola contra, sim que me cumpre expressar posiçom quando se translada mecanicamente esse debate ao nosso país.

O argumento de que “há alguém pior ca ti, assim que nom protestes” é tam velho como a exploraçom humana. Quiçá seja o mais clássico desmobilizador empregado por qualquer tipo de poder. Com ele na mao, fraccionamos as dominadas guiando-as ao conflitos entre identidades e farangulhas. Contodo, negarmos a gradaçom das dominaçons em nome de categorias abstratas nom provoca outra cousa que o arrufo do conflito agregando umha nova. Falar-lhe a umha operária migrante racializada de unidade de classe com um funcionário branco madrilenho resulta mesmo frívolo. Tanto como predicar a unidade nacional-popular em nome de discursos do essencialismo novecentista cos milhonários que possuem a corporaçom que nos explora neste mesmo regime. As esquerdas independentistas catalá e basca entendérom aginha que cumpria subsumir numha nova narrativa liberadora a questom migrante. Os dous países fôrom desde bem cedo receptores maciços de migrantes e as suas esquerdas nacionais precisavam integrar numha luita comum a centos de milheiros de trabalhadoras. Endebém, o internacionalismo anti-capitalista já tinha avondos passos dados nessa linha ao longo do século passado e constituiu o alicerce do que tocava fazer.

Mas a Galiza contemporânea forjou-se desde o papel de exportadora de mao de obra em tonelagens colossais nos últimos três séculos. Quase 330.000 pessoas emigrárom da nossa terra na última década. Pola contra, a populaçom nada fora de território espanhol que mora na Galiza nom chega aos 114.000 segundo os dados do INE. O 4% da populaçom que bate contra o 16% de Catalunha ou o 15% de Madrid. Desses 114.000, o maior grupo é o de portugueses com 14 mil pessoas e a cidadania de fora da Uniom Europeia supom apenas o 3% da populaçom galega. Assim, os dados galegos ficam mais próximos de Latino-América do que da Uniom Europeia: Bolívia conta com apenas um 1,3% de populaçom imigrante, Colômbia com 2,2, Peru com 2,4%, Venezuela 4,8%, Argentina 4,9%, Chile 4,9%. Do outro lado, Itália tem um 10,5% de populaçom imigrante, França um 12,3%, o Estado espanhol um 12,9%, Holanda um 13,1%, Alemanha um 15%, Irlanda um 16,7% e Áustria um 20%.

Assim e todo, o mimetismo da “esquerda” espanhola mais paternalista provoca que se apliquem em Galiza os discursos confrontativos imigraçom face a soberanismo apoiando-se em falsas tonas decoloniais. Destarte, assume-se-nos como parte da identidade espanhola, um construto do XIX após o fracasso imperial castelhano. Identifica-se-nos cos nosso próprios colonizadores e presupom-se-nos umha posiçom de privilégio metropolitano absoluto cruelmente oposta à realidade. Cumpre, por isso, encetarmos um pequeno repasso histórico que nos poda fornecer perspetiva.

A conquista de América, o começo da modernidade e do sistema mundo capitalista, a Galiza supujo-lhe umha calamidade no século XVI. O nosso país era ponto importantíssimo na principal rota marítima do continente nesse momento, a que unia o Mediterrâneo, quer dizer, Ásia e África, co Norte de Europa. O monopólio de Sevilha e depois Cádiz, como portos de contato exclusivo co novo continente, transformou o nosso país ainda mais em periferia que a imediatamente anterior Doma del reino de Galicia por Castela. A guerra dos emperadores hispánicos Habsburgo com Inglaterra, o nosso principal cliente, e o feche do Mediterrâneo polos otomanos selam de vez o devalar da nossa terra. Som castelhanos, extremenhos e andaluzes os que conquistam e colonizam América nos séculos XVI e XVII, nom galegos. Chegou-se mesmo a afirmar que tínhamos proibida a viagem ao novo mundo dada a mínima quantidade de naturais deste velho reino que alá se registam até o século XVIII. De meio milhom de colonos, os galegos nom chegavam a mil no remate do S.XVI. Frente à imagem do conquistador castelhano, co seu casco caraterístico, cumpre confrontar a dos galegos segadores em Castela, esfameados e aldrajados, que tam bem retratou Rosalia ainda séculos depois. A fame e a peste coa que lhe pugemos ramo ao século XVI, a nossa conquista em todas as ordens: material, política, linguística, cultural e mesmo epistémica (lembremos a resistência das ordens monásticas galegas quando som submetidas a Valladolid) traça um panorama de subalternizaçom total.

É nesse momento quando se nos racializa ao igual que todos os esmagados ao passo do novo sistema mundial. As galegas e os galegos passam a ser “desalmados”, quer dizer, nom-humanos, o mesmo que indígenas americanos, mouriscos, judeus conversos, ciganos ou negros. Nom há mais que olhar todo o catálogo racista de despreços ao nosso povo que salfere a literatura castelhana do momento. Tivemos que desempenhar os piores trabalhos nas metrópoles próximas pola miséria em que a expansom castelhana mergulhara a nossa terra: segadores, moços das cortes, aguadores, descarregadores, amas de cria, criadas, mulheres prostituídas. Conformou-se assim um cliché racial que naturalizava a nossa dominaçom. “Paio”, o nosso nome masculino mais comum, virou-se um insulto e ainda mais “gallego”. Lembremos que a Real Academia Espanhola nom retirou a acepçom de “tonto” na definiçom do nosso gentilício até 2014. Conta Núñez Seixas que esse emprego de “gallego” como insulto surgido no S.XVI acaba sendo usado como tal contra os espanhóis polos independentistas americanos a sabendas do muito que lhes amolava aos castelhanos. Ainda hoje se mantém como ofensa em muitos lugares de Latino-América, comprovei-no em própria carne. Nom é o nome do colonizador, senom o insulto que o colonizador mais desprezava por identificar-nos a nós, também peninsulares. Se quadra, descolonizar a olhada nisso clarifique muito mais.

A Ilustraçom trouxo a explicaçom cientifista do racismo. Dominavam-nos porque éramos naturalmente inferiores, faziam-nos um bem convertendo-nos em caricaturas deles mesmos, civilizavam-nos. Erra quem cuide que só se pode racializar a quem tem a pele moura ou os olhos diferentes dos europeus. Enrique Dussel e Ramón Grosfoguel tenhem-no explicado em múltiplos lugares com muitíssima mais habelência do que o poda fazer eu. Porém, se calhar, o caso irlandês resulta o mais ilustrativo. A identificaçom com símios, a semelhança do que acontecia cos negros, naturalmente primitivos e bárbaros, para justificar o controlo sobre eles, é um dos melhores exemplos. Entre muitos dos laços que nos unem a galegos e gäels está também o da escravitude, o do nom-ser em plena Europa capitalista. O caso de Urbano Feijoo como negreiro de galegos em Cuba tem paralelismo cos escravos irlandeses das cólonias británicas americanas. Todos branquinhos como o leite, mas racialmente inferiores face aos seus dominadores. A teima nazista em classificar fisiologicamente os judeus ashkenazis ou os eslavos também assinala que a racializaçom transcende a cor da pele. É umha marca que permite inferiorizar aquele que dominas baixo umha explicaçom natural. A pele, a língua, a cultura, a religiom… servem para identificar o inferior por natureza, de seu. Se nom apresenta características físicas divergentes da etno-classe dominante, procuram-se para justificar a sua submissom igualmente. É um modelo, umha matriz de poder que se reproduz baixo uns mesmos padrons e que se adapta, seguindo-os, à variaçom das dominadas. Quando nos séculos XVII e XVIII a hegemonia do sistema mundo passou ao Norte da Europa, os do Sul também fôrom considerados humanos inauténticos e aplicárom-lhes o modelo racista nado do século XVI aos seus criadores.


Caracterizaçom dos irlandeses e dos ibéricos como símios no século XIX
Caracterizaçom dos irlandeses como símios no século XIX
Caracterizaçom dos irlandeses como símios no século XIX

A apariçom do liberalismo e o Estado naçom no s. XVIII, a sua expansom a ombreiros da recém nado capitalismo industrial no XIX, resultam axiais para entendermos a situaçom presente. Com respeito ao Antigo Regime, monárquico e estamental, mas com umha estrutura burocrática mínima; a centralizaçom administrativa em todas as ordens para facilitar o fluxo de capital precisava dumha ideia que a sustivesse. Mortos os reis nas sua figura absoluta, quando menos ideologicamente, foi a democracia burguesa a que tivo que assentar no povo idealizado o seu funcionamento. Mas, precisamente, a sua caraterística ideal, abstrata, determinou a sua homogeneidade, projeçom da pretensa e invocada unidade popular. Deste jeito, os estereotipes racistas reforçárom-se ao identificar essa uniformidade cobiçada coa imago da etno-classe dominante. Os nacionalismos imperialistas e chauvinistas do XIX apanhárom ainda com mais intensidade o paradigma racista quando encetárom a expansom colonial que sucedeu a primeira crise do capitalismo industrial a finais desse século. A naçom uniforme, justificada historicamente em cadanseu relato messiánico imposto no ensino oficial, estava chamada à hegemonia mundial. Se comparamos, como tem feito Miguel Anxo Murado, as diferentes histórias escolares de cada Estado, verificamos um paralelismo narrativo acusatório e farsante entre todas elas. Mas também o esteio da superioridade natural, étnica, em cada recanto. É esse supremacismo, no Antigo Regime cristianizador e no liberalismo civilizador, o que justifica em nome do progresso a subalternizaçom das diferentes com respeito à etnoclasse dominante, o seu papel subordinado na divisom internacional do trabalho. Em nome do Estado naçom, homogéneo e predestinado, nom só as potências europeias ocupárom os outros continentes, também os recentes Estados americanos perpetrárom genocídios. Velaí a arquetípica expansom Ianqui para o Oeste, a Conquista del Desierto argentina de Rosas ou a Pacificación de Araucania chilena.

A I Guerra Mundial supujo o choque desta ideologia supremacista legitimadora dos interesses capitalistas no seu máximo apogeu. A naçom, identificada co Estado capitalista, enchia-o todo e justificava-o todo como entidade espiritual inabrangente. Nunca tanta populaçom na história da humanidade fora adoutrinada em tantas escolas numha mesma fé nem recrutada no exército depois para ferrar-lha nos miolos. O resultado foi a maior matança na percurso da nossa espécie até daquela. Precisamente, som os ex-combatentes da Gram Guerra, adoradores convencidos do Estado-naçom supremacista, os que fundam o nazismo e o fascismo ao seu remate. A ilustraçom e o liberalismo eurocéntricos, em estoupido capitalista, demonstravam de novo que “o sonho da razom produz monstros”.

Mas que figemos as subalternizadas de todo tipo frente a semelhante peso? Pois afirmar-nos contra a negaçom e exigir o fim da opressom, sim. Mas realizamo-lo empregando as armas que conheciamos, aquelas das que sabiam as principais de nós, nas que as educara o opressor. Igual que som as sufragistas brancas de classe média as que erguem a bandeira do feminismo, também é a classe média colonial a que elabora o discurso de liberaçom nacional, ao igual que a classe média de profissionais a que constrói o discurso proletário na altura. Assim, calcamos as instituiçons e os dispositivos sociais de domínio sobre nós revestindo-as cos nossos símbolos. A RAG constitui o nosso exemplo mais próximo. Porém, quem emprega as razons do inimigo para competir com ele perde sempre. Pondal quijo evocar a superioridade genética galega frente ao racismo espanholista empregando a nossa proximidade à etnoclasse dominante mundial, norte-europeia, com respeito aos espanhóis, sul-europeus. Do mesmo jeito, a Naçom do Islám americana, em que militou Malcom X, acreditava na superioridade negra sobre a do dominador branco. Muito antes, os escravos afroamericanos que desembarcárom em Libéria acabárom por escravizar os nativos africanos que encontrárom malhando o modelo do que foram vítimas. Todo um prelúdio do neocolonialismo em que dá a descolonizaçom posterior à II Guerra Mundial. Em nome da naçom angolana impujo-se o português como língua unitária e repremiu-se por tribalista qualquer afirmaçom dos povos enquadrados nos limites que Portugal traçara artificialmente. Destarte, pola causa do Estado naçom unitário e deificado suprimem-se instituiçons aborigens em todos os territórios independizados para ajeitar-se ao modelo eurocéntrico. E é que, como dixo Audre Lorde, “as ferramentas do amo nunca desmontam a casa do amo.”

Contodo, foi sempre desde os movimentos de liberaçom desde onde se pudo sistematicamente enxergar a questom com mais claridade. O internacionalismo socialista enchoupou os soberanismos do Sul Global e também o nosso. Desde o mesmo começo, o Faraldo que dava palestras sobre Fourier e cujo mestre, Ramón de la Sagra, era amigo de Proudhon, assinava os artigos como o líder da independência mourisca do XVI, Abén Humeya. De facto, quijo morrer em Granada, terra petrucial do seu referente andalusi. Ou o Castelao que, após ser nomeiado presidente honorário da Federaçom Internacional de Sociedades Negras em Nova York, nom duvidou em escrever que os galegos éramos os negros de Espanha. Ou o Celso Emílio que nos deixou o poema “Irmaus” como hino anti-racista e internacionalista que a todo soberanista galego fai arrepuínhar o peito na voz de Mini. De sempre, a identidade e o discurso de todos os sujeitos sociais contra a opressom abaneou no pulo dialético entre a narrativa construída coas ferramentas hegemónicas, o poder contra o poder, e a intuiçom da analogia coas demais opressons. Ainda que brancas, as feministas sufragistas curtiram-se antes na luita pola aboliçom da escravitude negra. Pola mesma, o Roger Casement que combateu o colonialismo belga no Zaire acabou fuzilado como independentista irlandês na Revolta da Páscoa, o militante da UPG Farruco Sesto rematou de ministro de Cultura de Hugo Chávez, o crego Moncho Valcarce de líder soberanista galego e Angela Davis em referente feminista mundial. Por nom falar de Connolly, Lenine, Joám Jesus Gonçales, Mariátegui, Ho Chi Ming, Mao ou Fidel que entendérom a vertebraçom de luita nacional e socialista como um binómio inevitável. É essa capacidade analógica, de pôr-se na posiçom do outro sujeito de luita contra o poder total, traçando equivalências de unidade e açom, a que nos cumpre neste novo século convulso.

O pensamento hegemónico e o nosso sentido comum venhem determinados (bençoado Gramsci) polos interesses dos nossos dominadores. Os clichés de todas as dominaçons agem em paralelo naturalizando-as, fazendo irracionais as dominadas: quer demassiado cuitadas e emocionais quer bárbaras incivilizadas, animalizando-nos. A mulher sensível e histérica caminha da mao do colonizado choromiqueiro e selvagem ou do operário pailám e choni. Por suposto, quanto mais longe nos encontremos da etnoclasse patriarcal dominante, pior. Endebém, entendermos as gradaçons da pirámide de poder e os seus paralelos empatizando vacina-nos contra o fraccionalismo que supom a categorizaçom fechada das subjetividades e a sua oposiçom entre si, abofé que tam cara ao posmodernismo mais liberal. De tal maneira, como o capitalismo é o sistema económico deste sistema mundo, o supremacismo, o machismo, a LGTBI-fóbia e o classismo constituem os piares do seu sentido comum. Ainda que empacotados de mil maneiras, servem a dous únicos fins: o mantemento da ordem global existente e a acumulaçom de capital.

Por isso, tam absurdo resulta negar que existe racismo na divisom do trabalho na Galiza por cor de pele como nom considerar racismo a exclusom sistemática de galegofalantes nas entrevistas de trabalho, por exemplo. Podo contar experiências próprias e alheias para encher páginas. Também levo vinte anos batendo com gente que nom acredita que possuo umha titulaçom universitária porque falo “galego de aldeia”, quer dizer, com pronúncia galega. Pensar que os insultos antigalegos nas redes quando os siareiros fascistas do Athlético de Madrid matárom a Jimmy nom som racistas também di muito da branha em que nos movemos. O próprio feito de que o nosso nome coletivo seguisse constando oficialmente como ofensa em espanhol até há sete anos ainda mais. Negar a nossa racializaçom contrapondo outra mais evidente só nos deveria servir para afirmar as duas e encontrarmo-nos aquelas que partilhamos inimigo. Nós também somos inferiorizados na emigraçom e também na nossa própria terra. Como os mapuches, como os tojolabal, como os yanomami, como os saharauis, como os lakota… É certo, o soberanismo galego tem de desprender-se do discurso nacionalista novecentista que o lastra e que o iniciou, contaminado do discurso imperial espanholista. Porém, o racismo na Galiza é em esência e constitutivamente espanhol, tanto contra mouros, negros, latinos e ciganos como contra nós mesmos. O mesminho que quando nasceu no século XVI. Confrontar advogadas brancas argentinas que rejeitam o galego com minha nai, obreira e galegofalante, para ver quem está mais oprimida é um jogo absurdo que favorece o statu quo. Igualinho que comparar umha funcionária nacionalista galega com um albanel senegalês. A República Galega nom pode impor mais identidades que as plurais construidas na sua edificaçom, pois cumpre-lhe subsumir todos os sujeitos de luita para esse fim, sem tabus. O sujeito plural que libera incorpora, entende, age coerentemente baixo umha nova ética construida por todas as luitas e nom estabelece preferências nem confrontaçons entre elas. Em palavras do soberanista andaluz Antonio Manuel Rodríguez, é abraçante e nom abrassivo. Para quem viva aqui, as pensons e os salários ham ser mais baixos de fábrica que no resto do Estado, nascesse onde nascer. O horário laboral há ser mais longo e o transporte muito mais caro. O seu futuro no nosso território há passar pola recuperaçom dos setores produtivos e a nacionalizaçom de empresas espoliadoras. Algo que só se consegue coa decisom absoluta sobre nós mesmas, a soberania e a ruptura co regime podre do 78. E sim, o xurro racista há vir principalmente da mesma ideia da que abrolha o machismo, o classismo ou a homofobia: da espanholidade. Ainda que também nos contamine a nós co arrualho do seu embate. Igual que o imperialismo ora bombardeia ora amanha campanhas eleitorais junguindo nos ataques as diferentes vítimas, a colonialidade nas suas diferentes formas e intensidades une-nos. Fagamos dela umha arma coletiva de liberaçom contra o regime espanhol racista e contra o sistema mundo patriarcal, capitalista e colonial. Cumpre.