Num primeiro momento, os movimentos anticoloniais acham que libertar-se da imposiçom cultural da metrópole passa por reproduzir as suas estruturas de poder em chave nacional. Algo tam pueril como pretender que os antigos escravos sejam iguais aos seus amos no minuto seguinte a aprovar-se a aboliçom da escravitude. A RAG nasce dessa fase inicial de reivindicaçom capitaneada pola classe média colonial. Porém, descolonizar requer dum processo específico que gere estruturas genuínas para prestigiar a identidade popular, pois classe e identidade nacional vam indisoluvelmente unidas nas situaçons coloniais.

A luita interna que se dá nessa instituiçom, entre duas facçons que nom podo evitar adscrever a duas editoriais bem conhecidas, demonstra o fracasso do modelo normalizador autonómico. Dá a impressom, sem conhecer as fonduras, que é o controlo sobre a normativa “oficial” do galego e sobre o suculento negócio da pseudo-normalizaçom o que move as guerras nesse organismo ancrónico. Desde esta perspectiva, entende-se que todos eles se amostrem reticentes a achegar-nos à lusofonia. Nom por estéreis teimas filológicas, senom para evitar a competência co mercado brasileiro e português. Também assim resulta comprensível que alguns carrachos que se refúgiam na febleza do nosso sistema literário contemporáneo se posicionem do mesmo jeito. Mas claro, sempre que esta cavilaçom atravessada fosse certa, estes supostos lóbis institucionalistas do idioma, seriam tam inimigos da “normalizaçom”, consciente ou inconscientemente, como o mesmo PP.

O anterior presidente da RAG, Alonso Montero, Quique Camoiras para o seu alunado da minha quinta, é um serzinho de alma diminuta e ego inabrangível. Entrou no organismo da mao de Filgueira, Casares e Ramón Piñeiro e com isso fica todo dito. Nas aulas nom deixava de repetir que era comunista mas nom nacionalista, palavra que apertava nos beiços numha prolongaçom condenatória. Sempre nos falava mais dele que dos autores do programa, aos que situava num limbo afastado das tendências literárias do resto do planeta salvo das espanholas. Umha vez fartei porque proclamou que Pondal era um racista polo seu nacionalismo, ao revês que Curros, internacionalista e progressista (as manipulaçons deste tipo abundavam na retórica do niquetates). Pedim a palavra, erguim-me, braceei para responder-lhe, mas ele ignorou-me fazendo um esforço no volume da léria autocomprazente. Alonso é o eurocomunismo autonomista na Galiza, xordo, elitista, dependente, manipulador e submisso ao modelo de Estado do capitalismo espanhol. Perfeito representante desse cosmopailanismo progre da classe média colonial que ora se aprópria das vítimas do fascismo na Galiza ora honra os seus delatores e colaboradores como o Filgueira. Comunistinhas de salom que pactam coa direita por detrás e desprezam as classes populares resumidas num taxista. Sempre pensei que o seu ódio a partes iguais pola gheada e o reintegracionismo assinalavam sem dúvida o caminho que cumpre seguir. Quando o pugérom de monicreque da direita espanhola na RAG, ainda me ficou mais claro.