Quando Tourinho em campanha eleitoral deixou claro no pseudodebate político daquelas eleiçons galegas que o princípio “quid pro quo” nom ía ser o seu princípio para formar um governo alternativo, muito matinei naquelas palavras (…,“no caso dum governo alternativo ao Sr Fraga este será presidido por um socialista ou Fraga seguirá a governar”…,). A minha conclusom foi : jamais seria possível umha relaçom de igualdade entre o nacionalismo galego coa socialdemocracia ( ainda que se chame pacto de esquerdas ou progressista) e co espanholismo por extensom. Mas umha alternativa real ao PP na GALIZA, no horizonte dos 4 anos, terám que passar por um acordo destas características sem que tal cousa tenha como consequência, desbotar ou esquecer outra das prioridades que deve propor o nacionalismo galego.
Já falei noutros artigos, da necessidade do renascimento na dialética política galega. Há anos, falando com um companheiro acreditado da UPG da situaçom política e do nacionalismo galego, decidim-lhe perguntar por si figeram algumha análise sobre da crítica que realizou, naquele tempo, o Movimento pola Base a respeito do Bloque e a sua participaçom no bipartido no relativo às posiçons políticas e às pessoas nas que iam acreditando na governança. A resposta que me deu foi moi escapista, “a vosa posiçom nom tivo muita cualidade”, espetoume. Tentei aclarar-lhe que o que nom tinha sentido, para mim, era seguir naquele BNG, inventando um novo “chiringo ” para seguir “vegetando” na política. Conformava com que a crítica feita na Assembleia Nacional fosse revisada e pudesse ter utilidade para tratar de reconduzir a deriva no projeto político nacionalista. Mas a teima por fazer-se co liderado foi o que aconteceu e fijo agromar, umha vez mais, as cumplicidades confesáveis das correntes organizativas e de pensamento e dar passo ao tempo dun ” quintanismo” que no melhor dos casos, foi conformista co status quo pessoal atingido nas negociaçons coa socialdemocracia e que logo foi tratando de impor na frente e que hoxe, segue a formar parte desta deriva.
Desde aquela venho matinando nas crises do nacionalismo galego desde a década dos 70 (Pepinho e Ferrin) até o das Mareas e as qué estám por chegar, mesmo nos que agora estám no poleiro eleitoral. Cheguei à conclusom de que a Posiçom Soto, mesmo antes, da sua concreçom, foi alimento como fundamento e argumento nas liortas e desacougos post-Reboiras, dos personalismos e alinhamentos, das lealdades e confianças e mesmo das fugidas coa roupagem vanguardista que fôrom agromando no cenário político. O passado foi, é, mui condicionante para encontrar umha saída a esta dinâmica de enrocamento continuo no nacionalismo galego. O presente nom é melhor, a dinâmica é só quantitativa e queiramos ou nom, está enquadrada no marco político do Estado co objetivo exclusivista de situar-se por riba no confronto eleitoral neste espaço. De todos os confrontos nacionalistas, o de Ámio foi de pouca ou nengumha qualidade. Nada novo depois, nem nas Mareas( posiçom Soto revisada para hegemonizar esquerda e nacionalismo), nem no BNG ( objetivo recuperar a posiçom hegemónica no nacionalismo), o Partido popular chegou aos 42 representantes.
De novo os debates (de dar-se) manterám a devandita carateristica, o enrocamento, desconhecendo adrede que os acontecimentos e as dinâmicas políticas vividas deveriam pôr de manifesto a única possibilidade que tenhem os nacionalismos periféricos no Estado Espanhol para que a sua pátria seja umha naçom com reconhocimento juridico-politico tanto nesse contexto como no europeo e internacional. Na Galiza se nom se fai agora um movimento motor de unidade nacionalista para concentrar os esforços e concretar um programa soberanista real para a naçom galega, os tempos que venhem invoulirám e nengumha das posiçons políticas terá reflexo eleitoral mais aló do autonomismo e do servilismo ao Estado
O meu chamado a organizaçons, coletivos e pessoas nacionalistas tem como objetivo, umha nova suma de vontades, esforços, sentimentos e desejo dumha identidade soberana. Os minifúndios políticos, os localismos e personalismos, som os maiores responsáveis da falha de alternativas e justificativos da situaçom atual. Os velhos já tivemos a nossa oportunidade. Conformemos agora, com apor e oferecer a nossa experiência de acertos mais erros, numha só organizaçom nacionalista, integradora das necessidades e aspiraçons das classes populares, com um projecto concreto de naçom coas suas vertentes sociais-sindicais e coas consequências jurídico-políticas que supom tal definiçom, liderado por homens e mulheres para este novo tempo. É o melhor contributo para sermos nós mesmos.
Muitos anos debatendo na Galiza qual é a contradiçom principal e resulta que a dinâmica política actual exige dar-lhe umha volta a esta questom e nom tanto porque no panorama eleitoral e social tenhamos hoje organizaçons disputando o campo nacionalista e de esquerdas, senom porque além delas, há mais organizaçons e pessoas que contam com diferentes perspetivas e análises que nom deveriam ser esquecidas, mais aló da conveniência dos achegamentos táticos ou estratégicos, no que estám uns e outros. Som tempos necessários para o Debate, sim com maiúsculas, tam afastado do purismo como da incompetência real para lhe fazer frente à situaçom criada.
A posiçom teórica, ainda que muitos/as o desconheçam, resolve o problema singelamente, co confronto do par em contradiçom, nacionalismo-espanholismo; mas umha vez mais a rolda do tempo, sobre todo, quando a prática política foi exigindo concreçom entre outras para governar, figemos um revolto co termo classe por necessidade tática, vinculada à necessidade de conjuntar nacionalismo com esquerda já que o conceito classes populares disque nom fora quem de topar a convergência desejada por quem construiu o discurso orientador para as encruzilhadas que o nacionalismo galego véu tendo diante de si. Ainda hoje, estamos assim, melhor dito, repousando no confusionismo, quando para resolver este debate, alguns/as fôrom quem de concluír que as duas podíam coexistir numha formulaçom expressada na nova dicotomía, contradiçom principal e fundamental, seguramente por topar um encontro de mínimos entre as diferentes tendências que já precisavam de clarificaçom sobre o assunto, e assim até hoje.
A realidade dos feitos impom umha análise mais ajeitada. O assunto, obriga a revisar as bases dum ideário que termou de contradiçons, as construçons teóricas fôrom quem de manter umha certa aparência de conexom co “rigor mortis” dum marxismo escolástico. Logo na praxes foi-se resolvendo ou justificando.
A revoluçom cubana antes que socialista foi nacionalista e assim é cantada na consigna “Pátria ou morte. Venceremos !”. Se algo tem a constituiçom dos EEUU é que sua pátria está por riba de qualquer outra consideraçom.
Revisemos pois o conceito de classes populares e nada melhor que reler a Gramsci quando di, falando das classes subalternas, que o problema está em compreender como pode o proletariado ou em geral umha classe dominada, subalterna, ser classe dirigente e exercitar o poder político, convertendo-se numha classe hegemónica.
Prosegue, as classes subalternas, nom estám unificadas e a sua unificaçom dá-se só quando “se convertem em Estado”, quando chegam a dirigir ao Estado doutra forma, desenvolvem umha funçom descontinua e xebrada na história da sociedade civil dos Estados.
A prova do “Estatut catalá” e todos os acontecimentos que vinhérom depois, deveria despejar incertezas teóricas criadas tanto por autonomistas confessados como por quem propujo avançar pola via estatutária até a soberania nacional, sem mais. A realidade é que a consulta catalá é umha evidência da irrealidade para quem aspirar a umha Pátria Galega pola via da atual Constituiçom Espanhola. Nom sei que fará o nacionalismo basco (após a via fracassada também no Plam Ibarretxe ), mas suponho que terám que mover ficha.
O indulto é um jeito universal, de atribuçom histórica aos soberanos de todos os Estados, para “perdoar” delitos condenados, por razons fundamentalmente disque de equidade pero melhor de oportunidade, sem que iso signifique emendar a plana aos juízes, como dim muitos dos opinadores opostos à concesom do indulto, pois tratam de termar das suas “razons” desde outras focagens longe da singela aplicaçom do direito.
Após a separaçom de Catalunha em 1640 da Coroa de Espanha, entom adjudicada daquele jeito e por sucesom ao Rei Felipe IV, a proclamaçom da República Catalá, nom foi umha miragem política já que até 1651, nom voltou a integrar-se no Estado espanhol. Daquela, como agora, arbitrárom-se as medidas de graça necessárias, para resolver as consequências da revolta de 1640, a dels Segadors.
Todo aparenta que as cousas nom vam ir polo mesmo caminho porque no entanto o Estado tenta repetir a jogada( de aí o indulto) , da outra banda, os que estám na contenda política e social, acreditam noutra dinâmica para os acontecimentos que estám por vir sobre a base de novas estruturas políticas do poder. Já miraremos o processo que ainda está por desenvolver, agora disque falando bilateralmente e suponho que tamém escuitando-se entre os governos de Espanha e Catalunha. E quê fai o Tribunal Supremo Espanhol diante dos recursos anunciados que deverám estar legítimados na apresentaçom e suster legalmente o prejuízo e a possível arbitrariedade na concesom de tal medida em comparança cos precedentes anteriores doutros indultos.
Olho para os demais e trato de analisar os acontecimentos hoje e agora. Pergunto-me e pergunto: deixamos fazer os demais povos e quedamos como observadores da dialéctica ou fazemos o nosso Plam. Seria um erro histórico quedar outra vez, fora de jogo e enxugados polo espanholismo que tanto se viste de federalista como de recentralizador. Sem saber, qual vai ser o resultado final desta mal chamada crise institucional do Estado Espanhol, sei que o termo Naçom-Pátria para espanholistas e nacionalistas, nom tem nada de comum.
Pouco a pouco as dúvidas iram despejando-se; o nacionalismo ou é emancipador ou nom resolve, nengum dos problemas presentados. Coincido no reclamo de Castelao aos imperialistas fracassados, na liberdade de todas as Pátrias mas sabendo como el dixo: que ninguém nos vai regalar nada numha mesa, senom hai reclamo, resistência, movimento e construçom de poder desde o antagonismo.
Igual que noutras partes do mundo, o futuro ainda nom chegou, está por vir. Pois logo, a contradicçom principal na Galiza, deve ser entendida como umha transformaçom do “status quo” com um novo processo constituinte que acredite que Galiza é a pátrias dos galegos e das galegas.
É tempo para fazer movimentos cos que ir concretizando a base dos apoios e unificaçom num só projeto nacionalista integrador das necesidades e aspiraçons das clases populares que para dar o seu apoio precisam da construcçom dum projeto concreto de naçom coas suas vertentes sociais, por isso, ao meu entender, o chamado para a unificaçom nacionalista tem que ter esta base e ninguém que o defenda, pode ficar fora.
As dinâmicas do processo de confronto, irám definindo a contradiçom principal e a secundária. E nesse contexto, decidirám-se possíveis alianças táticas para a parte (eleitoral, de governos nas instituiçons e organismos) ou estratégicas para o todo, no que, Galiza é umha naçom, com todas as consequências juridico-políticas que supom tal definiçom.
Conformaria eu, com nom ter que dizer: nada novo, todo velho.
Fer
O Barqueiro (Manhom), a, 22 de Junho de 2021.
Nota aclaratória
A posiçom política que mantenho na actualidade quigem-na sintetizar num titulo de jeito que fosse umha pequena homenagem a todos e todas as que conformamos, umha das ponlas da minha família, a da banda da minha nai. Nas fotografías de mediados dós 50 do seculo passado, @s Lamigueiro, juntavamo-nos numha fraga da Vila Velha (As Pontes) polo Santo André, com muita ledícia sabedor@s da pertença a umha identidade concreta e co sentimento de nós, mas também d@s outr@s cos que juntamos para fazer o nosso, numha suma que tem traças de nom rematar de súpeto, pois novos apelidos somadores fôrom misturando-se e já daquela, @s López, Paz, Pico, Criado, Cancelo, Pasadinha, etc., impugérom a sua dialética vital. Assim quereria que acontecesse no nacionalismo galego do século XXI.