Miguel R. Carnota, depois de explicar diferentes agresons por razom de língua contra alunado galego-falante durante o S. XXI, chega à seguinte conclusom: “O dia que sejamos capazes de detectar, reconhecer, estudar e interpretar estes dolorosos microprocessos que nos dessangram estaremos mais perto de entender por que os e as adolescentes abandonam em masa a nossa língua e por que as mamaes e os papaes o pensam duas vezes antes de transmitir o idioma às crianças. O dia que sejamos capazes de desmascarar o sinistro funcionamento dessas correntes de poder que circulam ao longo da nossa sociedade -e que fluem tam intensas nos centros de ensino- estaremos mais perto de pôr-lhes freio”.

A ruptura da transmissom linguística familiar nom é um processo nem natural nem individual. Nom som simplesmente “preconceitos”, insere-se num projeto de extermínio linguístico e nacional. Interioriza-se a repressom dum modo aniquilador para a própria identidade. Nalguns estudos qualificam-no como “deserçom linguística”, dalgumha maneira, esta expressom culpabiliza as vítimas. Semelha que existisse outra possibilidade, que transmitir umha ou outra língua fosse umha questom de preferências. Obvia-se o contexto de crimes contra a humanidade em que sobreviveu o nosso idioma.

1936 é umha data fundamental. De um dia para outro desapareceu qualquer outro discurso, qualquer outra ideologia, qualquer outra organizaçom que nom fosse a do fascismo espanhol. Com certeza houvo séculos de repressom linguística, mas o golpe de Estado de 1936 desprega umha violência inaudita, inimaginável, incompreensível… Umha violência genocida que organiza assassinatos em masa da populaçom civil com o objectivo da destruiçom dos vínculos sociais. Umha violência sistemática que vai ocupar todas as instituiçons. Umha violência permanente que se prolongará durante décadas. Umha violência capilar que se estende por todo o território e por todas as faixas de idade.

Violência genocida, sistemática, permanente e capilar que instaura o terror. Umha catástrofe social conhecida como trauma psicossocial (Martín-Baró) ou trauma histórico (Yellow Horse Brave Heart). Mas nom chega com isto. Ainda há umha última fase comum a todos os genocídios e que permite perpetuar a sua lógica. Depois de exercerem a violência, os perpetradores negam-na, invisibilizam-na, banalizam-na, naturalizam-na. Nem o Estado nem a Igreja vam reconhecer o sofrimento causado, portanto, nom há possibilidade de reparaçom. Supremacismo castelhano e negacionismo som duas caras da mesma moeda. O pacto de silêncio estende-se à língua.

Por isso se tornam tam necessários vídeos como o elaborado polo alunado de Vila de Cruzes, A escola das avoas. Estes moços e moças estám a dizer “isto nom foi justo”. Tomam consciência da enorme vulneraçom dos direitos humanos que sofrerom as suas avoas: por mulheres, galegas e de classe trabalhadora. A pedagogia crítica abre fendas para sentir a voz das e dos Balbinos.

Umha actividade semelhante foi realizada em Ferrol. Impressiona a quantidade de testemunhos que sessenta alunas e alunos de 1º Bacharelato conseguem compilar. Em apenas três casos nom se interrompeu a transmissom linguística familiar, é dizer, o 95% destas famílias viu-se obrigada a mudar de língua. Mas antes disto, houvo assassinatos, tortura e exílio na populaçom adulta e golpes, insultos e humilhaçons na populaçom infantil. Quarenta anos de ditadura somados a quarenta de oficialidade subalterna forom bem efetivos. Com absoluta impunidade forom e som agredidas as crianças que empregam o idioma de Rosalia.

Esta violência originária vai provocar umhas consequências devastadoras que se transferem de maneira consciente e inconsciente polo corpo social. A língua fica associada ao medo, ao perigo, aos problemas. As e os galego-falantes nom diglóssicos convertem-se em sujeitos “torturáveis”.

Ferrol, 1936: “Após o golpe de Estado de 1936 deixárom de falar galego no âmbito familiar já que o consideravam perigoso. Eram família de Emilio Bidegaín, fundador de Toxos e Froles e das Irmandades da Fala de Ferrol”.

Do magistério ao alunado, dos pais e maes às crianças, das crianças entre si. Num primeiro momento, o disciplinamento exerce-se de arriba a abaixo até quebrar qualquer tipo de resistência. A política linguística do Novo Estado invade os âmbitos informais. De entre as duzias de testemunhos recolhidos há dous especialmente ilustrativos. O primeiro explica como se deixou de falar galego no pátio da escola. O segundo mostra o passo prévio à ruptura da transmissom linguística familiar.

Fene, 1964: “Um dia na classe de matemáticas a umha companheira escapou-se-lhe o galego. Dixo: “Mestra, isso nom o entendo”. Entom os companheiros começarom a rir e a mestra insultou-na dizendo-lhe: “Habla con un idioma de mujercita. No hables con uno de vieja, paleta!”. A mestra expulsou-na três dias da escola e quando regressou castigou-na sem recreio, tirava-lhe a merenda no lixo e se se lhe escapava unha palavra em galego dava-lhe golpes nas maos com unha régua de metal. Depois disto, tanto a minha mae como as suas companheiras tiverom medo de que lhes passasse o mesmo e pouco a pouco nos recreios iam deixando de falar galego e converterom-se em castelám-falantes”.

Fene, 1949: “A minha bisavoa acostumava a zoscar-lhe ao meu avó por falar galego em público, sobretudo, se estavam em Ferrol ou na Corunha. Fato que o contrariava muito porque non entendia porque lhe deixavam falar galego na casa, mas nom na rua”.

Unha vez assegurada a privaçom linguística, cultural e histórica no alunado, o regime conta com as condiçons idóneas para inocular o desprezo à identidade galega. Neste estádio, o ódio toma vida própria e intoxica as relaçons entre as crianças. As agressons reproduzem-se de maneira horizontal até atingir a uniformidade linguística. Um processo que continua ativo hoje no ensino infantil, primário e secundário, pois estes nom logram constituir-se em espaços seguros para o mantimento da língua. O professorado está longe de compreender a situaçom de vulnerabilidade em que se atopam as crianças galego-falantes.

Ferrol, 1959: “Umha pessoa que vinha do rural à cidade e escuitavam-na falar galego diziam que era um “ignorante”, burlavam-se dela e diziam-lhe que nom sabia falar. Muitas vezes os rapazes non queriam jogar com as pessoas do rural e incluso lhes chegavam a fazer o vazio. Recordo o caso dum neno que riam dele polo “mal” que falava e mesmo lhe tiravam pedras”.

Ares, 2004: “Quando cheguei a primária com seis anos já me tinham mui repetido todo o tempo “o raro” que falava e o acento que tinha, polo que pouco a pouco nesses anos fum adaptando-me aos meus companheiros de escola até ser castelám-falante”.

Assim o sinistro funcionamento do linguicídio. De geraçom em geraçom, a roda da infâmia nom deixa de girar. Por todos os meios procuram agravar a desintegraçom da comunidade e, no entanto, ainda estamos aqui.

ANEXO: Testemunhos de violência física e psicológica contra crianças galego-falantes

A seguir alguns dos testemunhos recolhidos. As pessoas informantes identificam-se polo concelho e polo ano de nascimento.

Violência física:

Pobra do Brollón, 1935: “O mestre esixía que falásemos o castelán e o que non o falaba xa sabía o que lle quedaba: malleira segura. Un rapaz non quería ir á escola por medo do que lle puidese facer aquel mestre. Un día as súas tías levárono a rastro até a porta. O mestre colleuno polos brazos, arrastrouno pola sala, deulle dous golpes e encerrouno nun armario”.

Ferrol, 1936: “Após o golpe de Estado de 1936 deixaron de falar galego no ámbito familiar xa que o consideraban perigoso. Eran familia de Emilio Bidegaín, fundador de Toxos e Froles e das Irmandades da Fala de Ferrol”.

Irixoa, 1937: “Cando os meus avós ían á escola, dábanlles cunha regra nas mans se lles escoitaban falar en galego”.

Valdoviño, 1939: “Durante o horario lectivo falábase castelán. No caso dalgúns profesores se escoitaban falar galego podían chegar a castigar duramente polo único motivo de falar a lingua da nosa terra, como lle ocorreu unha vez a un compañeiro do meu avó”.

San Sadurniño 1940: “Os meus avós educaron as súas fillas en castelán para que non fosen á escola falando en galego. Ninguén pode culpalos por iso. O castigo por falar galego en clase era axeonllarse mirando á parede durante toda a hora cos brazos extendidos e un dicionario de castelán en cada man”.

San Sadurniño, 1942: “Os meus avós pasábano moi mal na escola. Cando un neno dicía algunha palabra en galego (o que acontecía con frecuencia, pois había palabras que non sabían dicir en castelán), dábanlles coa regra nas uñas ou mallaban neles cunha vara de bidueiro até diciren a palabra “ben””.

As Pontes, 1942: “Había unha mestra que se falaban galego os castigaban dun modo que eu oíra, mais nunca ninguén me dixera que llo fixesen. Se falaban galego, facíalles xuntar todos os dedos dunha man, collían unha regra metálica e batíalle nos dedos coa regra. Segundo di miña avoa,

algunha vez chegáronlle a sangrar os dedos”.

Narón, 1942: “A miña avoa cando só tiña oito anos estaba sentada ao lado dunha nena da mesma idade. Estaban a falar entre elas en galego, cousa que non se lles permitía, e a profesora achegouse por detrás e espetoulles unha regra na cabeza primeiro a unha e despois a outra”.

Ferrol, 1942: “Os mestres estaban obsesionados que falar galego era de campesiños. Cada vez que o escoitaban na aula, poñíante de pé en frente de toda a clase e pegábanche cunha regra nas mans”.

Ferrol, 1943: “No Tirso de Molina non podías empregar o galego porque se o usabas pegábanche e tiñas que falar e facer todo en castelán”.

Ferrol, 1943: “Tiña unha compañeira que falaba sempre en galego. Un día o seu profesor enfadouse tanto con ela por non falar nunca castelán que a colleu e comezou a darlle cunha regra de metal nos dedos das mans até que comezou a sangrar e o profesor parou. Este home falou co resto dos profesores para que cando a nena falase en galego tiña que recibir o mesmo castigo”.

Neda, 1948: “Ao meu avó malláronlle un grupo de nenos da escola. Eran dous anos maior que o meu avó e viñan de Madrid. Un día foi pedirlles unha bóla e estes nenos comezaron a rir da súa forma de falar. O meu avó encarouse dicíndolles que el falaba no idioma que lle petara e os nenos mallárono. Desde ese día só fala galego na casa”.

Valdoviño, 1949: “Cando ían á escola pasábano moi mal porque lles custaba moito falar castelán. Se non o falaban, os mestres batíanlles nos dedos cunha regra ou un vimbio e a outros encerrábanos no baño ou nunha habitación”.

Fene, 1949: “A miña bisavoa acostumaba a zoscarlle ao meu avó por falar galego en público sobre todo se estaba en Ferrol ou na Coruña. Feito que o contrariaba moito porque non entendía porque lle deixaban falar galego na casa, mais non na rúa”.

Cedeira, 1958: “Na escola non se podía falar galego e quen non falaba ben o castelán era considerado un paleto e un ignorante. Incluso lles chegaban a dar cunha regra nos dedos se dicían algo mal”.

Fene, 1964: “Un día na clase de matemáticas a unha compañeira da miña nai escapóuselle o galego. Dixo: “Mestra, iso non o entendo”. Entón tanto os compañeiros comezaron a rir. A mestra insultou-na dicíndolle: “Habla con un idioma de mujercita. No hables con uno de vieja, paleta!”. A mestra expulsouna tres días da escola e cando regresou castigouna sen recreo, tiráballe a merenda no lixo e se se lle escapaba unha palabra en galego dáballe golpes nas mans cunha regra de metal”.

Ferrol, 1965: “Meu pai non falaba galego na escola por medo de ser desprezado ou apartado. Na escola de Caranza un neno falaba galego e a mestra tratábao fatal e mesmo lle ten tirado un borrador ou un xiz na cara”.

Pobra do Brollón, 1966: “Os problemas comezaron cando empecei a estudar nun colexio relixioso. Alí o galego estaba terminantemente prohibido. Se o falabas tiñas asegurado un castigo: non poder volver a casa a fin de semana, ficar sen comer ou incluso contar baldosas de noite en vez de durmir”.

Valdoviño, 1970: “Cando ela era pequena había moitos profesores que lles batían cando respondían en galego. Tiñan que falar en castelán obrigatoriamente”.

Violencia psicológica:

Ferrol, 1934: “O galego era algo prohibido na escola. Como ela aprendeu castelán desde pequena non tivo problema nese sentido, mais si que me dixo que os seus pais lle dicían que non estivese coas compañeiras que falaban galego”.

Neda, 1937: “Cando el era novo, o goberno, que era o principal culpable do dano e marxinación ao galego, facía campañas que dicían: “No sea bruto y hable el castellano””.

Valdoviño, 1939: “Na escola ensináronlle que o castelán era superior ao galego, xa que este era só unha lingua popular que se falaba nas aldeas e non servía para os temas cultos. No entanto, o meu avó continuou a falar o galego aínda sabendo os problemas que podería ter, mais preferiu transmitirlles unha lingua con menos problemas aos seus fillos”.

Ferrol, 1940: “Un día ao saír da escola entrou nunha tenda de larpeiradas. A dependenta comezou a falarlle nun ton agradable até se decatar que falaba en galego. Nese momento, mudou por completo e díxolle que quedaba moi feo ver un neno tan novo falando un idioma tan antigo e de aldea. Meu avó sentiuse avergoñado e chegou xunto aos seus pais dicindo que a partir dese momento quería utilizar o castelán para que ninguén máis rise del”.

Ferrol, 1940: “Meu avó era militar e alí todos falaban castelán, polo que pouco a pouco foise acostumando a falar castelán. Ao principio ao chegar a casa aínda falaba en galego coas miña avoa, mais pasados uns anos rematou por substituír o galego polo castelán en todos os lugares e cos seus fillos”.

Ferrol, 1941: “Ela foi criada nun ambiente de prohibición da lingua. Incluso a súa nai lle prohibía falar en galego, pois pensaba que o galego non servía para nada”.

Ortigueira, 1941: “Ao emigrar a Ferrol sufriu unha discriminación moi grave por parte das súas compañeiras de escola. Aillábana con comentarios como “palurda de pueblo”, “ve a tu tierra”, “rabuda”…”.

Pontedeume, 1942: “Foi a unha academia a Pontedeume en que era obrigatorio falar castelán e se falabas galego castigábante dunha maneira burlona e cruel. Aínda que el falaba galego, na escola non lle estaba permitido”.

Cesuras, 1943: “Nunha ocación a miña avoa tivo que acompañar a súa avoa a facer unha xestión no concello. A súa avoa expresouse en galego e o funcionario insultouna, dicíndolle que non a entendía”.

Irixoa, 1946: “Meu avó recorda un día no que el estaba en clase na Escola de Mestría Industrial cando, falando co seu profesor, saíulle unha palabra en galego e, por ese único motivo, o profesor decidiu castigalo poñéndolle unha carga incomensurable de exercicios”.

Baleira, 1948: “Con nove anos foi estudar a Lugo. Na escola pouca xente sentía falar galego.Tiña que ir con coidado de non falalo xa que os insultaban chamándolle “paleta de pueblo” por falar cos seus irmáns en galego”.

Ferrol, 1949: “Cando se lles escapaba unha palabra en galego, a reacción da xente da cidade era chamalos “aldeáns” cun certo ton de burla. Non era dunha forma despectiva, máis ben era como unha broma”.

Touro, 1954: “O galego tíñase que falar só na casa, mais non fóra dela”.

Cedeira 1958: “Cando eran pequenos na escola, un neno non sabía falar castelán e puxéronlle un cartel ás costas que dicía que era un burro”.

Ferrol, 1959: “Unha persoa que viña do rural á cidade e escoitábana falar galego dicían que era un “ignorante”, burlábanse del e dicíanlle que non sabía falar. Moitas veces os rapaces non querían xogar coas persoas do rural e incluso lles chegaban a facer o vacío. Recordo o caso dun neno que rían del polo “mal” que falaba e mesmo lle tiraban pedras”.

Fene, 1964: “Despois disto (maltrato físico e psicolóxico), tanto a miña nai como as súas compañeiras tiveron medo de que lles pasase o mesmo e pouco a pouco nos recreos ían deixando de

falar galego e convertéronse en castelanfalantes”.

Arzúa, 1965: “A mestra tiña completamente prohibido que falaran en galego nas súas clases. Cando deixou esta escola, estudou os últimos anos de EXB na vila máis próxima na cal lle seguía sendo prohibido falar se non era en castelán. O cal en especial era complicado para a súa familia, pois todos eran galegofalantes”.

Vilalba, 1968: “Miña nai na escola pasouno mal. Sentiuse discriminada por falar galego. Entón viuse obrigada a aprender castelán á forza e deixar o galego. Despois non quixo volver falalo máis por medo.”

Ares, 2004: “Cando cheguei a primaria con seis anos xa me tiñan moi repetido todo o tempo o raro que falaba e o acento que tiña polo que pouco a pouco neses anos fun adaptándome aos meus compañeiros de escola até ser castelanfalante”.

Ares, 2004: “Meus pais quería que soubese falar e entender o galego sen problema, pois as dúas linguas están presentes nas nosas vidas. Mais daquela eu era unha nena un pouco “cabezota” e, por algunha razón que aínda hoxe descoñezo, prefería falar e que me falasen castelán”.

Vigo, 2004: “Eu pasei por este mesmo cambio: entrei no ensino galegofalante e saín falando tan só castelán. Non foi até anos despois que volvín á miña fala materna”.