Estrella Galicia anunciou a semana passada o seu cambio de imagem, e Coca cola fixo o mesmo há apenas um par de meses. A empresa galega elimina o tradicional papel metalizado da sua etiquetagem para empregar papel branco, enquanto a firma americana muda a cor do seu logo. Embora as empresas nom o mencionem, o motivo destas mudanças seja provavelmente o encarecimento ou a escassez de determinadas matérias primas.

O contexto

Estas mudanças poderiam ficar em anedotas, mas formam parte dum problema que está a afetar a muitos setores. Deste jeito nas últimas semanas sucedem-se as novas relacionadas com a escassez e o encarecimento dum numero crescente de matérias primas e produtos.

Assim, o barril do petróleo Brent no momento de escrever estas linhas cotiza a 71,50 $, o valor máximo dos últimos dous anos e a previsom é que continue subindo. Pola sua vez, o valor das principais matérias primas que suportam o tecido industrial mundial também está disparando-se e desde o começo do ano 2020 o valor da bobina de aço incrementou-se um 182 %, o lítio um 143 %, o estanho um 82 %, o cobre um 66 %, a prata um 53 %, o alumínio um 41 %, e o níquel e o zinco um 33 %. E a listagem continua.

Este encarecimento da energia e das matérias primas já afeta ao subministro de microchips, à fabricaçom de veículos, à produçom de alimentos, e também à de embalagens tanto metálicos como plásticos.

O surpreendente é que este encarecimento nom está a provocar que as empresa exploradoras invistam na pesquisa de novos jazigos para satisfazer a demanda. Mas que as empresas petroleiras e de mineraçom nom invistam no seu próprio setor pode indicar que ambos os setores nom tenhem muitas esperanças em encontrar novos jazigos rentáveis.

Mina de cobre de Chuquicamata, umha das maiores minas do mundo

Como afetará à transiçom energética

A Lei de Câmbio Climático e Transiçom Energética tem como objetivo transitar cara a um modelo energético verde o que passa pola instalaçom massiva de energias renováveis e pola implantaçom do automóvel eléctrico. Neste portal já advertíamos das dificuldades do carro elétrico, mas no mês de maio a própria Agencia Internacional da Energia (IEA) publicava um informe onde alertava sobre a escassez das matérias primas que som necessárias para transitar cara a esse novo modelo energético.

Demanda de minerais para a instalaçom de tecnologias de energia limpa

Este informe quantifica a necessidade de incrementar nos vindouros 20 anos a produçom de lítio num 4.200 %, de grafito num 2.500 %, de cobalto num 2.100 %, de níquel num 1.900 % e das terras raras num 700 %.  A IEA questiona que isto seja possível e recomenda realizar “estoques estratégicos voluntários”, quer dizer acumular reservas antes que estes minerais sejam demasiado escassos.

Adentramo-nos na senda da escassez e do encarecimento da energia e das matérias primas, que baixo as regras do liberalismo econômico é sinônimo de “salve-se quem puder”.