Ontem entrou em vigor a nova fatura da luz e a partir de agora a faturaçom com discriminaçom horaria será obrigatória. Deste jeito, haverá três zonas de faturaçom com preços diferentes, sendo o consumo mais barato nas horas de menor demanda e o mais caro nas horas de maior demanda. Na prática estabeleceu-se como horário de menor demanda a madrugada e os fins de semana, e o de maior demanda os dias laboráveis de 10 a 14 e de 18 a 22 horas.
Como afetará ao consumidor
Esta medida poderia inicialmente baixar o importe da fatura elétrica, como argumentam desde o governo, que cifra o aforro médio por volta dum 5 %. Mas a realidade será bem diferente porquanto o setor está liberalizado. O PVPC (Preço Voluntario para o Pequeno Consumidor) está influído por dous fatores: um deles está regulado, mas o outro depende do preço que se estabelece no mercado maioristas e que muda cada hora. De facto, se comparamos os preços do 31 de maio e do 1 de junho, já se aprecia-se um encarecimento evidente. Contudo, será questom de aguardar a que chegue a primeira fatura com este novo sistema para comparar.
Os motivos
Um dos problemas da energia elétrica é que resulta mui difícil e custoso armazená-la e de aí que a imensa maioria da energia elétrica produzida se consuma no instante imediatamente posterior à sua geraçom. Tendo isto em conta, o mais eficiente seria que o consumo fosse constante para que a sua produçom também pudesse sê-lo. Ademais, numha situaçom ideal de demanda constante evitar-se-iam os picos de consumo, no que o sistema está mais saturado, e evitar-se-ia dimensionar em excesso as infraestruturas elétricas para suportar estes picos de maior consumo.
O objetivo da nova faturaçom é promover o traslado do consumo elétrico dos momentos de maior demanda aos de menor demanda coa intençom de aplanar as curvas expostas arriba. Assim reduz-se a necessidade de fazer novos investimentos de melhora nas infraestruturas de geraçom, transporte e distribuiçom da energia elétrica.
Necessária?
Repartir o consumo para evitar construir novas infraestruturas adicionais é positivo, mas o certo é que o sistema elétrico espanhol já está dimensionado em excesso. O consumo de energia elétrica alcançou o seu valor máximo no ano 2008 com 295 mil GWh (potencia média equivalente de 33,7 Gw) e nom deixou de descer desde entom baixando até os 260 mil Gwh (29,8 Gw) no ano 2019. Compre lembrar que a potencia instalada do sistema é de 110 Gw, cifra totalmente excessiva mesmo tendo em conta certa redundância por causa do fator de planta.
A situaçom na Galiza
Se nos centramos na Galiza, a situaçom ainda empiora pola sua condiçom de dependência. Segundo o último balance energético de Galiza, ano 2018 produzírom-se 32 mil GWh de energia elétrica e apenas se consumírom 19 mil na Galiza, sendo os restantes 13 mil GWh, exportados para ser consumidos no resto do Estado. Este feito nom carreta nenhum beneficio econômico para os consumidores galegos.