Antes de nada precisemos que o termo turismo sélfico nom alude a um jeito de viaxar para afondar no noso self ou conciencia reflexiva. Nom tem nada a ver com profundar na individualidade e o autoconceito para lhe dar um sentido à vida. Mais que nada porque isso podiam-no fazer os viajeiros -quando viajar era privilégio dumha elite- mais nunca os turistas.

Nos tempos de gentrificaçom e turismo de massas o self está mais perto da ideia condutista de nos considerar a nós mesmos como objetos que do enfoque psicoanalítico de Kohut vencelhado à autorreferencia (autoimagem, autoestima e autoeficácia). Porque que crenças, conceitos e representaçons subjetivas pode ter um turista accidental em tempos de pandemia?. Trás os packs turísticos para viajantes pasivos arrastados a duras eiras de turismo low cost onde o único seguro era a rápido deslocamento no espaço e o malgasto do tempo, assistimos ao que poderíamos chamar tecnoturismo nudista. Umha sorte de exibicionismo nas redes promovido por umha política de tecnofilia, incompatível com um mundo de escasseza energética e luita contra o cambio climático.

O concelho de Ferrol vem de se postular como pioneiro na Galiza neste eido instalando postes em distintos pontos da cidade para se fazer o selfie perfeito. O devandito poste nom é máis do que um pau metálico com um artelho onde se pom o telemóvel para se autorretratar co foundo elegido polo executivo. Dous mil euros por pau que custou a brincadeira. Doce mil euros em total para tirar-se fotos em seis lugares, disque estratégicos, da cidade. Praça de Armas cos tilos e o concelho de fundo. Praça de Galiza co Teatro Jofre. Amboagem co polémico marquês. Jardins de Herrera. O porto de Curujeiras e o Auditório de Ferrol. Sinceramente, nom seria mais acaido que os turistas trouxessem o seu próprio pau de selfies na mochila e decidissem eles que subir, se sobem, às redes? Ou é que presumimos de políticas de infantilizaçom?

A concelheira de turismo que anda no Edusi vendendo o turismo sustentável de qualidade nom terá onde investir esses doze mil euros para atrair um turismo digno desse adjetivo? Nom há muito que os surfeiros reclamavam aseios públicos todo o ano na costa. Urinários dos que carece toda a cidade. Umha carência que resultou limitante da mobilidade durante o feche da hostelaria. Nom há muito que desde a organizaçom Ligando reclamávamos também cabinas de telefone público, fontes ou carris-bici. Porque isso é que fai habitável umha cidade que nom há ser pensada só para o turismo.

Porém, e como os quartos públicos de Concelho e Deputaçom já estám desbotados nos paus sélficos eu mudaria a localizaçom para salientar um Ferrol histórico e social crítico onde se autorretratar. Poria um pau para fazer-se um selfie perante o chalé de Canido como exemplo da arquitetura modernista de Ucha. Um pau perante as ruínas da casa natal de Carvalho Calero para que se tirem o sefie os irmandados de Vila do Conde. Outro diante do muro que isola Ferrol da ria mais contaminada de Europa. Outro onde saia a única planta de gas dentro dumha ria. Outro diante da estaçom de trem junto a um cartaz que ponha Pacto pola Mobilidade Sustentável 2021 e o último pau na costa Ártabra para albiscar os eucalitos e o deleixo na Rede Natura.

Com esta política turística mal chamada sustentável e a última ordenança de segurança nom nos vai tremer o braço ao fazer selfies senom ao colher a bíci para transitar sem emissons contaminantes. Porque certamente as cidades nom som inteligentes senom quem as governa e a sua cidadania.