O Reino de Espanha é líder europeu no consumo de carne e situa-se no quinto posto mundial nesta classificaçom apenas por detrás de Estados Unidos, Argentina, Austrália e Brasil. Assim, segundo os dados publicados pola Organizaçom das Naçons Unidas para a Alimentaçom e a Agricultura (FAO), o consumo médio no estado espanhol no ano 2018 foi de 98,79 Kg de carne por pessoa e ano. Esta quantidade multiplica por seis as recomendaçons médicas que em nenhum caso aconselha mais de 500 gramos por pessoa e semana.

A estes quase 100 Kg de carne ainda há que somar outros produtos de origem animal, como é o caso do peixe, marisco ou láteos. Deste jeito, a quantidade de produtos de origem animal consumidos ultrapassa os 148 kg por pessoa e ano. Umha cifra que também se situa entre as mais altas do planeta.

Diferentes perspectivas

Estes dados poderiam ser analisados desde diversas perspectivas. Assim, a OMS já reconheceu que a carne vermelha e a carne processada som cancerígenas, além de favorecer a apariçom de outras muitas enfermidades. Também pode ser analisado moralmente o facto de considerar o resto de animais nom humanos como simples alimentos, ou discutir sobre a necessidade e significado histórico de comer carne e os rituais e cerimónias que se originárom em muitas as sociedades ao largo da história da humanidade. Também seria interessante estudar a relaçom entre os dados que aporta a FAO, a gadaria industrial e a apariçom de pandemias como a provocada pola COVID-19.

Umha questom de eficiência energética

Mas além de questons sanitárias, éticas, culturais ou antropológicas, existe um elemento que pode ser quantificado. Para produzir um kg de carne de tenreira som empregados mais de 15.000 litros de água e mais de 6.000 e 4.000 litros para os casos da carne de porco e de polo respetivamente. Arredor de três quartas partes da superfície cultivada está destinada a produzir alimentos para a gadaria intensiva. E só no Reino de Espanha som administrados anualmente mais de 3.000 toneladas de antibióticos a animais destinados ao consumo humano.

Além de todo isto, a energia de fontes fósseis é o principal subministro para os sistemas de produçom, transporte, armazenamento e alimentaçom da indústria pecuária. O gasto de energia em relaçom à produçom de alimento na indústria pecuária é de 57 a 1 no caso do cordeiro (gastam-se 57 Kcal. de energia fóssil para produzir 1 Kcal. de alimento), 40 a 1 em carne bovina, 39 a 1 em ovos, 14 a 1 em carne de porco e lácteos ou 4 a 1 no polo. Estima-se umha média de 35 Kcal de energia de fontes fósseis para produzir só umha Kcal de proteína animal. Isso é 11 vezes mais energia do que a necessária para a produçom de vegetal, que se estima em torno a 2,2 Kcal de energia fóssil para umha Kcal de proteína vegetal.

Num cenário de carência energética e de recursos como o que se avizinha a produçom intensiva de carne é um dispêndio de energia e recursos que a humanidade nom pode permitir-se.