1.1. Actualizando a actualidade. 365 dias de pandemia
Nom houvo no cronograma anual um só dia no que um jornal ou telediário nom abrisse em portada ou cabeceira coa Covid19. A forma de dar os dados pareceu um parte diário de guerra na que nengumha noticia era positiva.Umha pandemia mundial nom tem nada de positivo, mais a projecçom do medo pode ter a ver com um interesse que vai mais alá da objetiva informaçom.
A disposiçom mediática ao serviço do poder numha escolma de países que acolhem numerosas galegas tem umha relaçom de correspondência. Assim, Ana e Pablo, enfermeira e hosteleiros, comentam-nos desde Londres a 26 de Fevereiro que “a BBC abria hoje coa subasta dum Vam Gogh e nom coas novas estratégias recém aprovadas”. Xacobe, tatuador em Berlim, debuxa umha situaçom similiar à do Estado Espanhol “coa moralina de crer-se responsáveis, exemplos ou motor de toda a uniom Europeia”. Ángel Garaboa, protésico em Genevra, fala de “algo muito mais mesurado do que via eu alá, aqui nom comias co número de mortos e para inteirar-te entravas numha página do governo similar ao Sergas”.
Podemos pensar que nom hai ninguém ao volante em UK, cousa mui provável, que Alemanha nos quer salvar e que Suíza seguirá fabricando, ou gerindo, euros. Mas poderá ser que a trasmisom da “información” à sociedade por parte dos meios foi, como de costume, geradora de opiniom em base a interesses que vam muito mais alá da saúde pública. Apontalar posiçons políticas e construir ensaio de engenharia social. Toca revisar.
1.2. Ajuste e intervençom real nos problemas
No eido das Necessidades Específicas de Apoio Educativo a pedagogia adoita falar de necessidades primárias e secundárias. Causas e efeitos. Se um neno com hipoacúsia bate noutro porque tem umha intolerância à frustraçom causada por nom perceber o que se lhe di, é razoável pensar que se tratamos a hipoacúsia o neno nom baterá no resto.
Se numha situaçom de emergência o capital funcionou objetivamente mais rápido que os Estados à hora de solucionar os problemas, exemplo de acópio de material, o problema pode ser que o capital e mauíssimo, mais também que os Estados nom sabem fazer nem executiva (mando único para?) nem legislativamente (protecçom da cidadania onde?) o seu trabalho. É lógico que o capital funcione melhor no capitalismo, mas a perda total de soberania foi visibilizada por capas aos que nom lhes chegava este discurso. Quem mais e quem menos se escandalizou de que Piqué conseguisse material sanitário com maior eficiência que um Estado de cinquenta milhons de habitantes. Toca revisar.
1.3. Prevençom e Intervençom
É razoável ter errado no diagnóstico. Desde o eurocentrismo mais desconsiderado, até o cientifismo mais incapaz profissionalmente falando nom se foi competente nas suas obrigas. O que nom parece lógico é pensar que, despois dum ano, nom se estejam corrigindo medidas estruturais que nos levárom ao fracasso como sociedade.
Erro grande seria obviar que se bem todos os problemas estruturais servírom agrandados pola covid, estes já existiam antes. O exercício de meter no google os termos “gripe” “uci” “saturaçom” e um ano ao chou pode ser interessante. Toca revisar.
Do nó
2.1. Terceira idade
Do total das mortes um noventa por cento fôrom de pessoas de mais de setenta anos (https://coronavirus.sergas.gal/datos/#/gl-ES/galicia). Além de teorias malttusianas vencelhadas à nom produtividade ou superpovoaçom que pessoalmente acho erradas, o certo é que sem dúvida foi o segmente mais castigado. Relativizar umha morte com base na sua idade quando podia ser evitável é umha necidade.
Paralelamente, os geriátricos tivérom a olhada posta no seu seio, umha olhada que se difuminou pouco a pouco como quem contemplam o sol-pôr e sente as suas retinas cada vez mais cansas e as pálpebras cada vez mais pesados ata que, de súpeto, já nom está.
As condiçonss de habitabilidade, das trabalhadoras e de ocupaçom devem ser revisadas e os possíveis câmbios de formatos também: num país ao que lhe sobra terreio e lhe falta gente as macro residências em vertical e em colmeia nom parece ser umha opçom.
Xacobe conta que “ainda discutim e comim muitos comentários racistas ao respeito, do tipo de que nós matamos os nossos avós, mais o certo e que os contágios em gente maior aqui fôrom muito menores”. Ana em Londres conta que por aliviar a situaçom hospitalária mandousse a moita gente para casa geriátrico o qual acendeu umha perigosa mecha.
Outro modelo de terceira idade é possível, necessário e factível.
2.2 Infancia e mocidade
O curso escolar começou em Galiza coas medidas mais invasivas, e baratas, de Europa. As máscaras no Ensino Infantil, com carácter de “voluntariedade” (ehem) e com obrigatoriedade no Primário desde o primeiro curso, contrastam coa nula ampliaçom de instalaçons e professorado para dar aulas nessas duas Etapas. Medidas estéticas mais que eficazes de nom ser pola, como já se avançava pola OMS o 20 de Agosto, menor capacidade de contágio entre os menores, estudo ratificado em Novembro polo INstituto de Infecçomem el Paciente Pediátrico Inmunodeprimido del Valh d’Hebrom Research Institute (VHIR).
O mantra de que “os nenos se adaptam a todo” é algo para rejeitar. As crianças nom tenhem os mecanismos de protesta que temos os adultos. Numha sociedade adultocéntrica, onde se prima a obediência sobre todas as cousas, o termo apropiado nom é adaptar-se: adaptar-se a nom abraçar-se, ao desapego ou os ecrás digitais é mais umha necessidade que um progresso. O termo ajeitado é assimilaçom, e este nom é positivo.
Na primeira vaga de nenas russas em adopçom, a partir da crise demográfica de 1992, as nenas que chegárom a Galiza tinham numerosos problemas neuropsicológicos: alguns vencelhados a trastornos por alcolismo fetal mas outros, sobre todo nas maiores de 18 meses, à própria estrututra dos orfanatos. Estâncias comuns com umha coberta que propiciaba o gateio pero impossibilitava, ou dificultava, o bipedismo. O desenvolvimento leva-se a cabo por leis de compensaçom: um parte “danada” é compensada por outras que “funcionam bem”, mais seria ótimo ter que compensar o menos possível. Que existam nenos que levem um terço da sua vida com umhas relaçons afetivas anormais é um drama.
Eriksom sustém que os nenos da primeira infância atravessam umha etapa de “iniciativa frente à culpa”. Se o neno está situado num ambiente onde pode explorar, tomar decisons e atividades, a iniciativa terá-se atingido. Por outra banda, se o neno se situa num ambiente onde a inciativa se sufoca mediante críticas e controlo, desenvolverá um sentimento de culpa.
2.3. “Esto lo paramos entre todos”
Nom. Nisto ajudamos todas, cuidamo-nos todas e temos que ser todas responsáveis. Responsabilidades diferentes segundo o rol que se adquira. Partindo da máxima de que ninguém vai contagiar os seus por vontade própria, nom se pode fazer sentir resposável dum contágio no trabalho a quem obrigam a trabalhar.
Debuxa-se um escuro oxymorom quando à vez que se restringem as liberdades das pessoas do jeito mais brusco que se recorda, responsabilizam-se a elas mesmas dos males produzidos. Esse fenómeno semelha um Made in Spain, em Suiza nom se deu porque “excepto quinze dias pudemos sair desde o primeiro dia, ninguém está berrando-lhe a ninguém o que tem que fazer e vive-se também com preocupaçom”.
O debate neste parágrafo nom está entre a ideonidade de ir o trabalho ou nom, de poder tomar algo no bar ou nom, ou do grau de acerto nas medidas estabelecidas: está na dualidade que se dá ao culpar a gente de todos os males e gabar-se de todos os “acertos”.
Gerar sentimento de unidade entre as massas (lo paramos entre todos), projetar umha imagem idealizada graças ao distanciamento (Feijoo) e agregar carga emocional às decisons políticas para dar sentido a sacrifícios coletivos (aplausos às 20:00), é o caldo de cultivo perfeito para totalizar, se quadra mais, a sociedade de 2021.
2.4 Economia
A nível macroeconómica a dívida de Galiza e o orçamento de 2021 parecem simétricas, 11.563 milhons de euros de orçamento por 11687 de dívida. Parece que dever o cem por cem do orçamento é discutível dependendo da cor de quem os deve, mas nom esta na gestom desses quartos tampouco o debate. A dívida deve computar-se globalmente a todas as administraçons do Estado, e independentemente da capacidade de amortizaçom que se tenha cabem três perguntas no geral e no específico.
a. Até quando vai ser válido o sistema de banca fracionada?
É paradoxal ver como baixo essa falácia do efeito multiplicador da banca na economia real, o estado é prestamista de última instancia ante as operaçons bancárias, estas entidades podem operar com dinheiro que nom existe e e no caso de perdas respondemos todos. E a espiral voltará ao 2006.
b. Políticas expansivas?
Probavelmente sejam a única saída para o imediato e numha situaçom de emergência, mas som completamente insustentáveis e atam a quem emite esses cartos, que casualmente nom som os Estados.
Dentro do sistema económico da UE, o anzól bailava entre o salve-se quem puder de Boris Jhonsom e o seu jobseeker´s alhowance do qual Pablo nos comenta que era umha miséria de 150 pounds cada duas semanas, ao protecionismo dos Estados fortes, coorparativamente falando (Alemanha).
c. E.R.T.E.
Que se fiscalice com rigor e de jeito objetivo as circunstâncias para acolher-se e pagar-lhe ao grande empresariado umhas perdas que em poucos casos fam sombra aos benefícios.
No específico Galiza como colónia sofreu o tradicional saqueio por parte da metrópole de múltiplos jeitos e nos três sectores produtivos. Somemos-lhe a dificuldade por implementar e recuperar novos, e velhos, sistemas de produçom e as ânsias das administraçons por ser umha cópia de Espanha, tentando transladar os seus vícios aqui.
Nom podemos ser nem a praia de Madrid nem a peregrinagem de Europa.
Coa normalizaçom do fenómeno da globalizaçom em todos os ambientes da esquerda se fala, e se sabe, que o capital económico tem mais poder que o político. Recordemos, outra vez, a Piqué.
Caberia algumha possibilidade de que o tempo que historicamente botamos em criar ou amoldar formaçons e organizaçons nom esteja bem investido? Poderia ser que a secuenciaçom nom seja a ajeitada e estejamos desacompassadas?
Temos exemplos para oferecer à sociedade mais alá dos nosos trabalhos em negro sobre branco? Cabe a posibildade de que nem eu nem os meus filhos vejam umha Galiza liberada porque um senhor ou senhora entra em Sam Caetano e nos fai, de súpeto, a todos funcionários. Por que é tam singelo falar de de “companheiros” dumha mesma organizaçom política, quando é provável que num tanto por cem mui alto nom jogaríamos os nossos quartos com eles?
Até quando o medo por parte nossa de falar de empresa (nossa), cooperativas (nossas) e produzir?
A forma de fazer País de jeito prioritário, qual é?
Organizar o específico para tentar assaltar o global ou viceversa? Nem as casas polo telhado nem as pressas fôrom boas companheiras de viagem em nengum movimento.
2.5. Saúde
As ciências da saúde estám compostas por umha variedade de campos e estes campos umha variedade de especialidades. A definiçom de saúde (OMS) nom é a ausência de enfermidades, senom “o bem-estar físico, psíquico e social” Isto é exatamente o contrário do que fijo a OMS, dar-lhe um bom golpe nos morros à sua própria definiçom de saúde.
Claro que o fundamental é nom morrer, mais os que nom morremos, que seguimos sendo bastante, teremos que dispor de mecanismos que nos ajudem, outra vez, a compensar os medos, as soidades ou as incertezas.
Que a psicologia social nom tivesse presença mediática no mesmo plano que a imunologia deu como resultado famílias destroçadas por nom despedir aos seus, um nível de consumo de ansiolíticos e antidepressivos disparatado e um ano que para os nossos maiores foi como umha década. Isso sim, radiando a desgraça minuto a minuto e cantando as vítimas como se fossem goles do equipo real.
3. Do desenlace
3. 1. Disidência:
Como nom vam poder existir os disensos numha questom tam importante? Fai-se difícil quando o estado mediático nomeia como única disidência aos hools do Frente Atlhético recibindo a sua equipa, a burguesia que quer que lhe sigam servindo café e gin-tonic na cafetaria de moda ou a proguessia mais individualista que existe, onde todo o que passa polas suas cabeças e líquido, alinhado com antivacinas e 5 G.
Cobe aponta desde Berlím que “isto é o berce do negacionismo, é fortísimo e abertamente de extrema direita. Este discurso de ti tens que fechar o teu negócio e os emigrantes estám na casa recebendo as ajudas calou muito. Chegou-se a dar cova a um bulo da extrema direita autríaca no que se interiorizou que os nenos migrantes recebiam um supercomputador e três mil euros, e os outros nada”.
O ridiculismo como estratégia parece ter dado o seu fruto e a quem a sociadade que se desenha (“esto va para mucho tiempo” como mantra instalado no imaginário da gente) lhe parece centralizadora, urbanita, liberticida e com um rigor científico mais que questionável tem que andar cos pés de chumbo, preocupando-se de nom ferir (que está bem) mas também de nom sair ferido.
Duvidar quase sempre dos pensamentos únicos deveria ter peso nos relatórios que se oferecem.
3.2. Ciência:
“A ciencia é um sistemaordenado de conhecimntentosestruturados que estuda, investiga e interpreta os fenómenosnaturais, sociaise artificiais. O conhecimento científico obtem-se mediante observaçom e experimentaciónem âmbitos específicos”.
A Ciência considerou ata o 1990 a homosexualidade como trastorno mental (OMS) e Robert Oppemheimer, co proxecto Mamhattan, certificárom a morte em massa mediante a científica bomba atómica. Feitos lamentáveis que unidos à falta de rigor público e privado dos postos de mando nesta pandemia fam agromar as mais curiosas elucubraçons.
Que a COVID 19 véu para trazer umha nova ordem mundial que já vai para velha é como mínimo curioso. Que a COVID 19 véu para implementar sistemas de largo de banda e baixa latência que já estavam implantados e dispostos para funcionar em 2021 também.
A ciência nom está unicamente ligada a laboratórios, a fármacos ou a enfermidade e é quem nos vai sacar disto, mas dando-lhe a volta e pondo-a ao serviço das pessoas. Numha balança entre o que me dás e que me quitas, relativizar que as vacinas fôrom, e som, um avance para a Humanidade, superlativizando-se nas capas sociais más desfavorecidas, nom se ajusta. Nom está confrontado coa exigência do mais estrito rigor e seguridade, certezas e evidências, porque disso vai a Ciência, nom de tomá-la coma um Deus que nunca erra.
3.3. Do urgente e o importante. E da conclusom
Um companheiro, brigado em tarefas sindicais no âmbito da administraçom, comentou-me o bem que tiram os penáltis os chefes, e o esforço que fazemos nós para intentar pará-los. Meter “algo” por registo a última hora dumha sexta-feira e remobilizar a toda a “oficina sindical” para dar resposta a umha nimiedade, esquecendo o importante para dar conta do urgente. Nom nos damos conta de que o penálti ia fora e nom merecia os nossos esforços.
Nom é o caso da pandemia: a COVID 19 é ambas as duas cousas, é urgente e é importante. Por isso, porque é de vital importância devemos afrontá-la de jeito transversal, sem protagonismos coorporativos e pondo o esforço em nom deixar a ninguém atrás, em todos os sentidos.
Evitemos que o seu carácter de urxencia nom nos leve por outros caminhos que jamais tomaríamos.