Quase três meses depois da absolviçom das acusadas na Operaçom Jaro, a Fiscalia confirma que NOM recorrerá a sentença. O processo acabou hoje. Graças à solidariedade, conseguimos umha importante vitória na defesa dos direitos e liberdades civis. E seguimos na luita!”
Ceivar Opar
Hoje é um dia para respirarmos tranquilas. Sobre tudo para as acusadas na Operaçom Jaro. Que olham como se afasta das suas vidas a sombra deste processo punitivo, com o que o estado espanhol pretendia censurar a sua solidariedade com as presas independentistas galegas, e mais a sua atividade politica a prol da emancipaçom do país. Hoje, como bem anuncio o Organismo Popular Anti-Repressivo Ceivar, pode-se dar por pechada a Operaçom Jaro. A Fiscalia, depois de estirar os tempos ao máximo, recusava recorrer à sentença de absolviçom, que ditara a Audiência Nazional espanhola.
É, pois, um dia ledo. A montagem feita à carta, dende as profundidades dos seus quarteis, caiu pelo seu próprio peso. Foram entre seis e três anos nos que as acusadas tiveram que adeprender a conviver com o bafo das cloacas sob as suas calugas. Umhas vidas que, além de pendurar do arame, à espera da decisom do tribunal, também tiveram que enfrentarem-se aos ataques coordenados do aparelho repressivo ao completo. Elas nom eram o objetivo principal. Tam só um meio, um dano colateral para acadar um fim. Uma nova chance na guerra suja que o estado espanhol mantem contra o independentismo, e a sua solidariedade. Contra o movimento popular galego, em geral. Porque só assim podemos explicar o acontecido perante este tempo, e sob tudo perante as jornadas dum juízo que semelhou mais o trabalho dum vicário precarizado e cheio de carragem, do que umha investigaçom policial bem fundamentada e séria.
Porém, cumpre nom subestimarmos um Estado que conta com umha dilatada experiência quando se trata da repressom e da supressom de liberdades. O juízo foi um reclamo, um disfarce mal feito no que agacharam o assinalamento dumha ideia; umha nova enxurrada contra o anceio de construir umha Galiza de seu. Deixárom-no claro os investigadores. Alguns até foram a declarar sem tam sequer conhecer as acusadas. Pouco importava, lá foram a verquer acusaçons contra tudo o que cheirara um chisco à consciência de país: para eles o terrorismo é a defesa da terra, o Moncho Reboiras, o Dia da Galiza Combatente, as nossas letras, as organizaçons independentistas galegas, as que dam a cara polos presos políticos e até lembrar-se dos seus aniversários… Segundo as suas provas, tudo o que vai contra das ideias dominantes do imperialismo espanhol é terrorismo. Velaí, o resumo da investigaçom, da sua acusaçom.
Sim, hoje é um dia ledo. A empatia atravessa-nos, acende-se um sorriso cúmplice na nossa face, respiramos tranquilas: doce vizinhas ficam ceives! Conseguem escapulir-se das frias gadoupas do sistema carcerário; libram-se de passar, conjuntamente, 102 anos à sombra, das multas e de ver fenecer tudo o trabalho que armazenaram nas organizaçons que os corpos armados assinalaram como perigosas. Mas, ora bem, ninguém lhes vai ir pedir desculpas, nem a compensar tudos estes anos de torturas e de assinalamento publico. Os meios nom vam abrirem as suas ediçons cumha desculpa, nem sequer coa senteça final. O Sam Benito do terrorismo fica aí, pendurado sob as suas cabeças e sob tudo o ecossistema do independentismo galego. O seu trabalho já ficou feito. O juízo serviu-lhes para alongar a sombra do terrorismo sobre a luita pola libertaçom do povo galego. Aproveitaram moi bem tudo este tempo. Até o ponto de artilharem, com a ajuda das instituiçons espanholas e portuguesas, umha fermosa posta de cena para encetar o juízo: dérom a conhecer, depois dum ano guardado baixo chave, o armamento que supostamente lhe tinham atopado a Resistência Galega num zulo português.
Embora, hoje é um dia para parabenizar aos acusados. A sua absolviçom também é umha cativa vitória para o nosso povo. Deste processo também podemos tirar as nossas liçons. Hoje, como sempre, os seus ataques amostram-nos qual é o caminho que lhe fai mais dano a este empório em decadência. Mas, também amostrou a força da solidariedade que, graças a este processo, agomou nas ruas do país, e que deu levado a voz do independentismo além das nossas terras. Eis, o grande ponto que podemos tirar deste processo: a solidariedade! Eis, um povo livre que luita contra as forças que tentam calar os seus berros!