Cada semana aparecem novas ameaças verdes. Esta semana era Iberdrola quem anunciava sobre a possível instalaçom dum parque eólico marinho em aguas galegas. Nom chegou com inçar os rios de barragens hidroelétricas e os montes de moinhos, agora também chantageiam com estragar as costas galegas com parques eólicos marinhos, os denominados parques eólicos offshore.

Segundo a nota de imprensa publicada pola própria empresa nesta terça feira, o projeto consiste em instalar um parque eólico marinho de 300 Mw. que terá um custe de mais de 1.000 milhons de euros. Além da já típica promessa de criar numerosos postos de trabalho que acompanha qualquer projeto que vaia atentar contra o médio natural (quando na realidade sempre é inferior ao prometido), desta vez a empresa também ameaça com que a iniciativa será a ponta de lança dum total de 2.000 Mw. de energia eólica offshore que se instalaria em toda a costa espanhola. A localizaçom deste primeiro parque marítimo ainda nom está especificada e poderia fixar-se na costa galega, na andaluza ou nas ilhas Canárias, as três zonas do estado com maior potencial eólico. Aparentemente Galiza tem maiores probabilidades por causa de que em Ferrol é onde se constroem as plataformas flutuantes e as estruturas que ancoram os moinhos ao leito marinho, mas a empresa ainda nom revelou onde será o emprazamento definitivo.

Na nota de imprensa também faziam referência a que execuçom do projeto depende da concessom das já famosas ajudas europeias Next Generation EU.

Umha tecnologia pouco eficiente

Que a dia de hoje nom exista nenhum parque eólico offshore na Galiza e apenas um em todo o Estado, nomeadamente um em fase experimental nas ilhas Canárias, é boa mostra das dificuldades técnicas e da pouca esperança que as empresas energéticas tenhem neste tipo de tecnologia.

O principal motivo de que esta tecnologia apenas se explorasse é a sua baixa rentabilidade económica, muito inferior á obtida dos parques onshore. Segundo o estudo Europe’s onshore and offshore wind energy potential. An assessment of environmental and economic constraints elaborado pola Agencia Europeia do Médio Ambiente a estimaçom do custe da produçom de energia eólica offshore é de 0,099 €/Kwh polos 0,056 €/Kwh que custa a energia produzida em terra: praticamente o doble. A causa disto é obvia, as dificuldades técnicas som maiores:

  • Construir a infraestrutura eléctrica que conecte o parque eólico, em mar aberto, cos centros de consumo é mais difícil e custoso que nos parques terrestres.
  • Os custes das cimentaçons disparam-se no caso dos leitos marinhos.
  • Os custes de mantimento som maiores (corrosividade da água do mar, o aceso do pessoal e o transporte de gruas de grandes dimensons é mais complexo…).
  • A vida útil é inferior.

A rentabilidade económica é baixa, mas a raiz da questom é que a TRE (Taxa de Retorno Energético) da energia eólica offshore é ainda menor. Isto quer dizer que a relaçom entre a quantidade de energia total que pode produzir esta fonte de energia (a energia elétrica produzida mar adentro que chega aos pontos de consumo) e a quantidade de energia que é necessária gastar para explorar este recurso é moi pequena. Há que ter em conta que um parque eólico offshore implica umha obra de engenharia mui complexa: estudo do emprazamento, estudos de impacto ambiental, desenho e fabricaçom do moinho, cimentaçons, transporte, montagem e instalaçom de todos os elementos, construçom de instalaçons elétricas de alta voltagem, mantimento constante por causa, obviamente, do forte vento que devem suportar, das ondas do mar e do corrosivo ambiente marinho. E todo isto requere umha quantidade ingente de matérias primas de gram custe energético (cobre, aceiro e outras ligas metálicas, formigom reforçado, materiais sintéticos procedentes da indústria petroquímica, terras raras como o neodímio e o disprósio…) e energia, principalmente do petróleo. Isto, por outra banda, pom em questom se a energia eólica é realmente umha energia renovável.

Por que explorar umha tecnologia ineficiente?

Umha pista sobre o motivo polo qual agora Iberdrola se aventura a instalar energia eólica na costa galega é que outros corram cos gastos que implica o projeto. Do mesmo jeito que acontece com o projeto de Naturgy para a instalaçom de hidrogeneras, se o projeto é financiado com ajudas públicas entom sim é rentável. Trata-se de outro projeto que nom pode entender-se desde umha perspectiva energética ou ecológica, só como um jeito de trasvasar dinheiro público a maos privadas.

Além de todo o dito, compre lembrar que Galiza já produze mais energia eléctrica da que consome. Em concreto, no ano 2018, um 66,7 % mais. Segundo o último balance energético Galiza produziu 2.712 ktep de energia elétrica e apenas consumiu 1.627, sendo a restante, 1.085 ktep, exportada para ser consumida no resto do Estado. Compare-se esta cifra com os 720 Ktep de energia eólica produzida esse mesmo ano nos montes galegos. Isto significa que Galiza poderia fechar todos os parques eólicos atuais e seguiriam a produzir excedentes de energia elétrica. Como para agora inçar também as costas galegas de ferrugem!