Era 2013, a crise económica elevava a mais de 4000 o número de desempregados na comarca do Úmia e provocava outro éxodo migratório. O comedor escolar de Moranha começava a cobrar-lhes a umhas famílias co maior índice de pobreza em décadas. Sem centro de dia, a gente velha tinha que acodir a Portas e, mália contarmos com um dos índices da natalidade mais altos de Galiza, as nossas crianças partilhavam pediatra com Cúntis. Porém, Luisa Piñeiro dispunha-se a inaugurar o novo campo de futebol de erva sintética com um custo de perto de um milhom de euros.
A gente que fazíamos parte do Quinteiro do Úmia, vizinhança de a pé da comarca, escandalizamos com aquilo e ainda abraiamos mais ao comprovar que se acabava de inaugurar um outro campo idéntico a 7 Kms, em Cúntis. E ainda existia um outro de recente inauguraçom em Campo Lameiro, a outros 7 kms. Quer dizer, três infraestruturas idénticas, de um milhom de euros, a menos de dez Kms de distância entre si para três concelhos lindeiros de 5443, 4200, e 1806 habitantes respectivamente. Aquilo, coa que estava a cair, cheirava a chamosco. Por isso decidimos realizar umha reportagem sobre o tema para descobrir que se agochava baixo aquela súbita febre da grama artificial. Esta:
Perguntando e perguntando, soubemos que a Deputaçom de Ponte-Vedra de Louzán construíra contra 40 campos de futebol de erva artificial deste tipo em menos de três anos. Sim, 40 a cadanseu milhom mais ou menos. Ribadúmia, o concelho do próprio Louzán, de apenas cinco mil habitantes, levava o ramo com três campos. A edificaçom da maioria foi efetuada por empresas privadas especializadas em obrar para a Deputaçom. Essas que sabem como fazer as cousinhas para que os papeis vaiam todos ao direito. Porém, no caso da de Moranha que nós denunciávamos na nossa reportagem, a encarregada fora umha empresa diferente, Eiriña.
A reportagem do Quinteiro, dirigida a umha comarca de 20.000 pessoas, tivo mais de 2000 visualizaçons em Youtube em apenas duas semanas, quando ainda nom se podia aceder a ela desde a maioria de telemóveis. Ao pouco tempo, estalou a Operaçom Patos coa empresa Eiriña como epicentro. Irregularidades no projeto e nos orçamentos do campo de Moranha já assinaladas no audiovisual convertérom-se em acusaçons fundadas no processo judicial. É o que passa ao nom ter o tranganilho da jogada colhido como sim acontecia coas empresas habituais do assunto. Ao cabo, de 40 campos de futebol de erva artificial, vam e julgam a Louzán e a nossa ex-alcaidesa de Moranha, agora agatunhada a delegada provincial da Xunta, justo polo nosso mini-estádio.
O caso é que se gastárom mais de 36 milhons de euros numha campanha focada à instalaçom da erva artificial por todo a província de Pontevedra num momento de necessidades básicas ameaçadas. Que o tipo de erva era um determinado, comercializado por um número limitado de empresas. Que encontrar o factor comum do fornecedor desse material é complicado dada a tipologia dos contratos e a variaçom de empresas executoras das obras. Porém, existe o ruxe-ruxe constante entre a própria gente do PP e dos outros partidos de toda a província, indemostrado até o de agora, da vinculaçom da mulher de Louzán a essa fonte da erva de plástico para todas as obras.
O que está claro é que a justiça espanhola nom investigou o macro, senom o micro, o caso moranhês que clamava ao céu. É comprensível, por tanto, que Luisa Piñeiro, mao direita de Louzán na comarca do Úmia por lustros, se indigne neste vídeo perante esta sentença que os condena por tam pouco: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=5194248683948678&id=100000907927437&sfnsn=scwspwa
É certo, a justiça espanhola só a castiga por colaboradora necessária do latrocínio de apenas 90.000 euros, como boa lacaia com aspiraçons. Nom por descobrir todo o entramado para lucrar-se que o PP tinha armado desde a Deputaçom. E justo agora, que essa cumplicidade sem escrúpulos a situara de delegada da Xunta em Pontevedra, vai e cai todo o castelo de naipes como maldiçom de Sísifo. Tivo que demitir e marchar do partido qual coitada aranhinha rubidora esboroada polo xurro.
Que o poder judicial dum Estado se permita o luxo de nom afundar numha esterqueira institucional que cheira até feder para a gente do comum, canta. Louzán condenado simbolicamente por umha canfurnadinha é como o meco do entruido para calmar os ánimos e as culpas. Porém, este mesmo ano, em que aquela reportagem sobre o de Ribadúmia volta à atualidade por esta feliz e escassa sentença, outro trabalho do Quinteiro sobre ele também o fai. Mês e meio depois daquele vídeo, na associaçom apontamos ao aeródromo ilegal de Caldas neste trabalho:
Aparentemente um capricho privado dum ex-concelheiro local do PP, mas coas obras pagas pola Deputaçom. Construído em solo rústico, terreios assolagáveis à beira mesma do Úmia, com umha gasolineira a 500 metros e delimitado entre a via do AVE e umha estrada nacional. Endebém, o promotor morreu num acidente de trator às duas e meia da manhá e a obra continuou. Mália que AESA, a Agencia Estatal de Seguridad Aérea espanhola, mantivesse na ilegalidade a infraestrutura, há vídeos desde 2013 até 2019 com aparelhos voando e pousando nela. Por nom falar da relaçom possível com misteriosos accidentes.
Em 2017, o Ministério de Medio Ambiente de Rajoy determinou que à obra nom lhe cumpria um estudo de impacto ambiental a pesar de situar os hangares na mesma margem do Úmia. Em plena pandemia, em Junho de 2020, AESA acabou por legalizar a polémica obra após anos de vós sem nengum tipo de controlo. A sombra de Louzán sufragando e impulsando esta loucura finalmente culminada soma-se à dos campos de futebol e a um sabor a máfia que manifesta a corrupçom estrutural do regime espanhol na nossa terra. Coa quarta parte de meios que a justiça espanhola destinou a criminalizar o independentismo galego na Operaçom Jaro, abofé que algo mais que umha associaçom local descobririam. É óbvio que nom lhes é prioridade.