Após cinco anos de tensa espera, doze militantes independentistas e as suas organizaçons, Causa Galiza e Ceivar, sabem garantido o seu direito à participaçom política pública e legal. A absolviçom conhecida hoje de todas as encausadas e encausados da Operaçom Jaro pom fim, quanto menos provisório, a umha tentativa estatal de situar o independentismo social e político contra as cordas ilegalizando alguns dos seus colectivos e encarcerando activistas. O amplo respaldo popular vivido nestes meses, junto com umha defesa jurídica sólida e fundamentada,puido ter incidência no enfriamento da maquinária punitiva.

A Audiência Nacional espanhola reconhece agora que ‘ as associaçons a que os acusados reconhecêrom pertença nom tenhem natureza criminosa’, aliás de manifestar ‘que nom se acreditou relaçom pessoal ou institucional com o grupo denominado resistência galega.’. Do mesmo modo, a sentença esclarece que certas actividades desenvolvidas polo independentismo ‘merecem protecçom constitucional’: ‘recordar ou receber determinados militantes que, bem falecêrom no desenvolvimento dumha actuaçom terrorista, ou bem que cumprírom as condenas impostas e saírom em liberdade, nom pode considerar-se integradora dumha finalidade de enaltecimento do terrorismo.’ Se atendermos às 57 páginas da sentença e algumhas das suas teses, patenteia-se umha marcada diferença entre sectores do próprio Estado. Peritos da guarda civil insistiram umha e outra vez no juízo na cumplicidade dos e das encausadas com a luita armada, chegando a sugerir que ‘há independentistas que ponhem cartazes ou fam pintadas por nom terem capacidade para colocarem umha bomba.’

Movimento popular

A notícia está a actuar como um animador e revulsivo em todos aqueles sectores que defendiam o direito à participaçom política e social, segundo podemos comprovar a esta hora nas redes. Particularmente, às mais de setenta organizaçons e colectivos que se pronunciárom activamente e os milhares de pessoas que dum modo ou outro secundárom as organizaçons e as pessoas encausadas. Mais de 2000 fôrom os e as assinantes dum manifesto que desafiou a versom oficial difundida pola mídia, ou o directo silenciamento do caso. Na internet também circulárom videos solidários de inúmeros representantes da sociedade civil, nomeadamente galega, mas também catalá ou basca.

A atitude da militáncia julgada, que exprimiu diante do tribunal um total convencimento do seu compromisso político, situou o independentismo num pouco habitual protagonismo informativo, dando possibilidades aliás de escuitar o seu argumentário sem mediaçons nem médias tintas.

Puniçom que permanece

Ainda apesar do impacto que pode causar esta boa notícia, a certa brandura do tribunal de excepçom nom pode levar a esquecer umha puniçom que já se efectivou desde 2015 com a ocupaçom policial dos domicílios, a condena mediática das encausadas, e os problemas familiares ou laborais derivados de serem assinaladas pola guarda civil como ‘terroristas’ merecedores de dura puniçom.

Segundo analisávamos neste portal, temos vivido mais um episódio de acossa policial, mediática e psicológica a umha opçom política, semelhante a várias outras acontecidas nas décadas de 80, 90, e 2000. E embora o Estado nom dê nunca o passo de proscrever legalmente as organizaçons galegas, o seu labor de desgaste nom se detém.