Na passada semana a imprensa galega oficial fizo-se eco da notícia de que o empresário corunhês Manuel Garcia Pardo, gerente da Greenalia, entrou pisando forte na listagem Forbes das pessoas mais ricas. Muito longe ainda de Amáncio Ortega, o jovem empresário contaria segundo a revista Forbes, com umha fortuna de uns 225 milhons de euros. Energia renováveis e também negócio imobiliário som algum dos negócios que ajudárom ao corunhês no seu ascenso: dinheiro público em formade subvençons e favores por parte da administraçom outros.
As grandes tecnológicas e as grandes empresas de alimentaçom-agroindústria multiplicárom os seus ingressos durante a pandemia e, mais concretamente, durante o confinamento. Todavia hoje continuam a somar facturaçons positivas, enquanto boa parte de empresas do ramo do turismo ou a hotalaria estám a ver-se seriamente danadas. Aqui, de par deste tipo de empresas, surge com paso firme e ascenso constante e discreto a empresa que chantou em Teixeiro umha fábrica de biomassa.
Greenalia nom emerge da nada. Tem bons contactos e um desenho de transnacional global que nom deixa nada ao açar. Tam bons contactos tem que entre as suas directivas sobresai Beatriz Mato, ex-conselheira com Feijóo e desde o passado ano em nómina da empresa. O crédito de dinheiro para algumha das sua obras e projectos leva nome do Banco Santander, mas também recebeu dinheiro público. Em Agosto de 2019 recebeu 84 milhons de euros para pôr a funcionar cinco parques eólicos.
E é que tanto os parques eólicos quanto a planta de biomassa de Teixeiro som os eixos sobre os que a empresa foi cimentando o seu sucesso. Em tam só três anos a empresa passou de umha capitalizaçom de 52 milhons de euros (2017) a 300 milhons no presente. É assi como o seu directivo conseguiu colocar-se entre as cem pessoas mais ricas do Estado espanhol. E por isso que se permite também invertir no negócio imobiliário. Manuel Garcia tem propriedades em Málaga, Cedeira, Santiago de Compostela, Cambre ou Madrid. Na cidade da Corunha está a promover um hotel na zona de Sam Andrés. Hai pessoas às que sempre lhes vai bem…
A fábrica de biomassa de Teixeiro
Greenalia foi a primeira pyme em emitir um bono verde na Europa: activos líquidos e de ingresso fixo que procuram a realizaçom do que se chama “ projectos verdes”. Neste sentido, podemos considerar Greenalia mesmo pioneira nesta ámbito. Nascida no 2006, a sua entrada no mercado de valores nom tivo lugar até 2017. A planta de Teixeiro é um dos seus projectos principais desde o primeiro momento. Preparada para fazer funcionar 50 megavatios através da incineraçom de massa florestal, estima-se que o funcionamento e venda desta energia reportaria-lhe à empresa umhas vendas anuais de 37 milhons de euros. Estima-se que poderia proporcionar energia a 10 000 vivendas. Mas por muita energia verde que assegure estar a gerar, de verde tem pouco: umha fábrica de tratamento de altissimo impacto que receberá até oitenta camions diários de massa florestal e que utilizará quinze metros cúbicos de água por hora.
Os bons contactos com as administraçons facilitam as cousas. E é que a Xunta rejeitou as alegaçons das organizaçons ecologistas contra a planta no ano 2018. A conselharia de meio ambiente descartou reclamar nem mais nem menos que umha análise prévia sobre a disponibilidade do subministro. Naquela altura, a Federaçom Ecologista Galega, entendeu que a ubicaçom da fábrica respondia a umha “estrategia de massificaçom da biomassa” e chamárom a atençom sobre a possível proliferaçom de eucalipto.
Mas os favores da Xunta a Greenalia vam muito mais alá e roçam a ilegalidade, quando nom som a legalidade personificada. Greenalia foi antes “ Renova Generación” e solicitou a construcçom de umha fábrica de 50 mw de potência quando o permitido por lei, aprovado na etapa do bipartito, eram 10 mw. A Xunta ignorou a própria lei, começou a sua tramitaçom e deu-lhe o empurrom final: derrogou este limite e abriu a possibilidade através da Lei de acompanhamento de liberalizar a potência e o número das fábricas de biomassa. Pouco depois, Renova Generación passou a chamar-se Greenalia. Beatriz Mato, que na altura era a conselheira de meio ambiente, entra pola porta grande da empresa e todas contentas.
Tanto esta fábrica de biomassa como a de Ence requirem queimar umha massa florestal de 1,2 milhons de toneladas que, com certeza, sairám de cultivos energéticos, principalmente do eucalipto: onde está a energia verde?
Projecto Eolo, projecto espólio Galiza
Foi também na época de Beatriz Mato ao mando da conselharia de Meio Ambiente que a Xunta autorizou até cinco parques eólicos a distintas filiais de Greenalia. Também lhe concedeu 795 000 euros em subvençons e 1 000 000 de euros em préstamos. Muitos dos seus empraçamentos som-no em lugares de máxima protecçom. A dia de hoje Greenalia tem até dezanove parques eólicos em projecçom. Treze deles fôrom postos a exposiçom pública no passado confinamento, o que motivou a alarma de entidades de defesa do território. A zona da “ província” da Corunha é preferencial para a empresa: Vilasantar, Arteixo, A Laracha, Culheredo, Coristanco, Negreia, Boiro… Custa pensar se fica algum concelho livre da invasom da empresa com sede em Maria Pita.