Na véspera da última sessom do julgamento político aos 12 independentistas processados pola Audiência Nacional, recuperamos a entrevista realizada a Marcos Maceira. Falamos com o presidente da Mesa pola Normalizaçom Linguística na manifestaçom solidária nacional que decorreu em Santiago de Compostela, no passado 18 de outubro, sob a legenda: “nem ilegalizaçons, nem encarceramentos”.

Quais fôrom os motivos para decidirdes, como entidade em defesa da língua, apoiar esta convocatória nacional em solidariedade com as 12 independentistas galegas?

Fundamentalmente um, que é que qualquer pessoa, coletivo e grupo humano tem direito a expressar-se. É também um dever cívico e democrático garantir esse direito a fazê-lo. Portanto, isso é imprescindível para vivermos numa sociedade democrática e avançada. Ademais, há muitas pessoas processadas que destacam, também, por serem defensoras da língua; mas prioritariamente porque há que defender o direito de todo o mundo a expressar-se, a solidarizar-se e a poder manifestar-se politicamente. Também, a defender que os seus princípios ideológicos podam tornar-se realidade. Isso é básico em qualquer sociedade democrática.

As acusaçons da Audiência Nacional estám ligadas ao enaltecimento do terrorismo. Achas que o “terrorismo” é uma preocupaçom da sociedade galega ou um discurso construído que nom tem uma raizame real na sociedade galega?

Já nom é que nom tenha uma raizame na sociedade galega, porque nom o tem dum ponto de vista objetivo a nom ser que haja uma frustraçom ideológica a este respeito. O que é preocupante para a sociedade galega, e para muitos coletivos que defendemos diferentes causas, é que se considere terrorismo qualquer cousa. Que se poda considerar terrorismo um facto tam normal como manifestar-se, como expressar uma opiniom política, como fazer o que qualquer cidadadám fai ao longo do seu dia a dia… que isso poda ser um motivo de perseguiçom. Isso é realmente o preocupante.

Imagem da manifestaçom nacional de Compostela

Que che pareceu a resposta popular e as iniciativas solidárias que se tenhem desenvolvido em defesa dos direitos e liberdades das pessoas acusadas?

Estas mobilizaçons som necessárias, é um dever cidadám manifestar-se e, na medida das possibilidades de cada um, penso que hoje foi uma boa jornada que indica que na Galiza vai haver resposta a qualquer tentativa de perseguiçom e de converter em terrorismo o que simplesmente é uma atitude cidadá básica e democrática.