Apesar de que a lembrança da situaçom das mulheres rurais nos deveria acompanhar a diário, amiúde recorremos às efemérides para fazer diagnose de um colectivo grandemente esquecido por todas. Do galizalivre quigemos fazer um pequeno repaso dos eixos fundamentais onde se apoia a discriminaçom mais patente destas mulheres: som invisíveis, vivem sem serviços públicos e sostenhem a vida com o seu trabalho ( muitas vezes também nom reconhecido) ao tempo que realizam a maioria-totalidade dos cuidados.
A invisibilidade
Nem o Instituto Galego de Estatística nem a Conselharia de Meio Rural apresentam os dados separados por sexos da actividade agrária, gadeira ou florestal. Assi que aqui contamos com o primeiro problema para dar resposta à pregunta: Quantas mulheres se dedicam à actividade agrária na Galiza? Só contamos com um dado e fala-nos de umha profunda desigualdade.As mulheres que recebem ajudas da PAC fam-no por umha quantia inferior: até o 30% menos do que os homens. As razons: menor base territorial das exploraçons e um modelo de exploraçom mais pequeno que a política agrária que vém de Europa nunca vai entender. Umha enquisa do ano 2014 de Fademur recolhe que até seis de cada dez trabalhadoras do agro na Galiza o fam sem estar dadas de alta na seguridade social. Em muitos casos, esta situaçom deriva da titularidade das exploraçons. Para a organizaçom agrária da Galiza, o SLG, este é um cavalo de Troia desde hai anos. Porém, a nula implementaçom de lei que data do 2011, fai com que na Galiza só se tramitáram 18 solicitudes de titularidade própria para mulheres. Umha cifra ridícula, tendo em conta que inicialmente foi estimado que no nosso País podiam beneficiar-se até 30 000 mulheres.
E a invisibilidade também chega até quando se fam visíveis. Com o galho da proibiçom do mercado da praça de Abastos de Compostela, La Voz de Galicia intitulou a nova que dava conta do acontecido com um insultante “ Denuncian la expulsión de las paisanas de la Praza de Abastos”. Só resta lembrar, para fazer honra às mulheres labregas que trabalham nas suas terras e vendem directamente o seu produto nos mercados, que a agricultura familiar de proximidade representa a nível mundial o 43% da mao de obra agrícola. Para além do mais, a FAO estima que a mesma fornece alimentos ao 25% da populaçom. Nem que dizer tem da importáncia e peso ( apesar da sua invisibilidade ) deste sector na Galiza. Mas nem só polo que representa a nível numérico, mas também pola sua potencialidade futura. O pequeno é grande, publicado em 2014, assinala as enormes vantagens das exploraçons familiares galegas para enfrentar um futuro instável. E estas exploraçons som lideradas por mulheres.
Os cuidados e os serviços
Sobre elas quase em exclusiva recai esta responsabilidade. Umha tese doutoral apresentada em 2017 pola economista Rebeca Raso, assi o confirma. Os cuidados som, a nível geral, umha “questom de mulheres”, mas esta situaçom acentua-se no caso do rural. E se falamos do rural mais envelhecido e empobrecido, entom estamos já a falar de limites. Amelia Amigo, em declaraçons de onte ao Nós Diario falava de que em Cervantes hai “ mais de vinte aldeias onde vive só umha mulher”. A soidade torna-se num problema importante. A soidade e a falta de serviços, de actividade, de movimento e, em definitiva, de vida. Umha informaçom que se repete na imprensa é a da renda dos concelhos da Galiza. Cervantes ocupa as últimas posiçons, com umha renda por habitante média de 14 000 euros, mui longe dos 25 861 de Cervo. Um quase nulo investimento em serviços públicos fai com que a conciliaçom seja umha palavra desconhecida polas latitudes rurais.
A conciliaçom e a violência de género. Tal e como recolhe umha reportagem publicada em Kaos en la red assinada por Alba Tomé, as mulheres rurais galegas tenhem menos recursos para denunciar ao agressor. Existe umha clara falta de informaçom neste ámbito a ese respeito derivada da falta de serviços públicos antes assinalada. Esta mesma autora assinala que um estudo elaborado pola Cruz Vermelha espanhola recolhe que a violência contra as mulheres maiores de 65 anos amiúde é invisível.