Nos últimos meses surgiu no Rosal mais umha iniciativa agroecológica. A cooperativa de trabalho associado Alcouve da Moura cultiva, numha zona do País de grande valor agrário, terras para patacas de cedo, cebolas ou grelos. Dando valor a terras abandonadas, tenhem o objectivo comum de servir de facilitar a comercializaçom as pessoas produtoras da zona. Falamos com eles para conhecer de primeira mao as suas linhas de intervençom. Algo se está a mover na Galiza agrária.

Existia previamente na vossa zona algumha experiência do tipo?

O Vale do Rosal* foi historicamente umha zona de labradio continua, onde graças ao micro-clima que temos na zona, se conseguiu umha grande atividade agrária na segunda metade do século XX, chegando a criar-se duas cooperativas agrárias na zona. Estas duas cooperativas, de produçom e comercializaçom nom ecológica, ainda existem a dia de hoje, mas já quase sem apenas cultivos próprios ou locais. Traindo no caso dumha delas quase todo de Portugal, para logo redistribuir a grandes superfícies.

Em que cultivos e trabalhos estades centrados? Como distribuides o cultivado?

Começamos há um ano experimentando com o cultivo de pataca do cedo em terras abandonadas à beira do mar, evitando assim as geadas. E a partir de aqui fomos implementando outros cultivos como a cabaça, a cebola e o boniato, todos eles de fácil conservaçom, o que nos permitiu começar a vender pouco a pouco. Também aproveitamos a existência dumha conserveira local (A Rosaleira), para cultivar grelos e vender-lhos em grandes quantidades.

E pensando a meio-longo prazo realizamos um cultivo de maceiras de sidra do País, e pugemos em marcha um pequeno cultivo do cogumelo Shiitake num souto, aproveitando assim também a castanha.

Que formas de trabalhar tendes? Na vossa página comentades que sodes umha cooperativa de trabalho associado. Falade-nos disto.

Sim, a somos umha cooperativa que nasce com 3 ideais centrais:

1) Por em valor o território que nos rodeia e os seus recursos, abandonados ou mal gestionados na sua maior parte, a través da produçom de alimentos de maneira ecológica.

2) Servir de guarda-chuvas para todxs os pequenxs produtorxs locais à hora realizar a comercializaçom, conseguindo assim ofertar umha grande variedade de produtos locais conjuntamente, e umha efetividade e rentabilidade muito maior à hora de comercializar.

É nesta uniom de productorxs na que queremos fazer fincapé, facilitando assim a viabilidade das distintas exploraçons existentes e facilitando também, a entrada de novxs productorxs.

3) No mesmo senso, apoiar e assessorar a toda aquela gente que queira por-se a produzir na nossa zona, já seja profissionalmente ou como complemento de outros trabalhos. Facilitando assim, o máximo possível a incorporaçom ao campo de qualquer pessoa que assim o quisera.

Integrantes do Alcouve da Moura



Engadide o que queirades

Por último, só queremos animar a toda a gente queira trabalhar na terra e coa terra a fazê-lo. Nom é tarefa fácil, já que temos enfronte a umha administraçom incapaz de gestionar o territorio e de ofrecer alternativas sostíveis e de futuro para a nossa terra, e por outro um mercado cada vez mais centralizado e precarizado, no que até o “ecológico” foi absorvido polo sistema como umha etiqueta mais de negócio, desprendendo-se assim de qualquer outro princípio ético-social que tivera associado anteriormente. Aliás, contamos com outras ferramentas como o cooperativismo, que podem ser piares bem sólidos em que assentar projetos comunitários neste sistema individualista.

Sen mais, saúde e comunidade!

* O nome genuino do ROSAL seria ROÇAL, o qual vém de ROÇAR, palavra já estreitamente relacionada com o trabalho da terra