Em Florávia, na capital do Ribeiro, a goçosa indústria do vinho fora substituída pola de fabricaçom de cadaleitos. E fora o passamento da alegria, a dizer de Otero Pedrayo naquela peça de Teatro de Máscaras O desengano do Prioiro. Ainda que a satírica alegoria da vida fronte à morte rematara coa destruiçom da tam mortífera indústria dos féretroproieutas.
Quem sabe se nom precisaríamos hoje doutro Frei dom Veremundo co seu criado Escasulante para volver botar abaixo as novas barcas de Caronte dos trusts modernos, nom tanto por nostálgia da Arcádia como da Utopia social. (Utopia no sentido que lhe dá Eduardo Galeano, daquilo que nos permite seguir caminhando).
Longe do Teatro, hoje a máscara é motivo de polémica social. A máscara e as demais medidas sanitárias. mas é inquestionável o seu uso?. Somos conspiranoicos fascistas da italiana Forza Nuova ou názis negacionistas que proclamam o dia da liberdade em manifestaçons, todos os que fazemos crítica sobre as medidas sanitárias ou manifestamos abertamente a nossa humilde opiniom?. É que questionar a gestom política da pandemia converte-nos por força em fascistas, insolidários, terraplanistas ou covidiotas?. Será-o também o Bloco de Esquerda de Madeira que considera a imposiçom da máscara sem fundamento ou os juristas que quuestionam a constitucionalidade da sua obligatoriedade?.
A nova normalidade foi quem de criar o trust da submissom a umha ditadura sanitária. Solapando sibilinamente que a gestom dumha pandemia é política, nom sanitária nem militar. A ciência é falível -ainda que seja o melhor método que temos- e, desde logo, a comunidade científica está sujeita a interpretaçom das autoridades quando nom submetida aos ditados do Capital. Como se explica, senom, que perante as mesmas evidencias científicas nom haja umhas medidas acordes em todos os países?. No que tem ao uso e abuso da máscara, por que somos um dos países mais estritos na obriga de uso e porém temos umha cifra tam alta de contágios e gromos? Será pola generalizaçom de uso do test que descobre positivos onde antes nom media, ou será pola falha de eficácia da máscara ao abrir fronteiras num país cuja economia a penas alicerça no sector hosteleiro e no turismo insustentável?. Teríamos de analisar o caso de países como Suécia com melhor situaçom pandémica que Espanha sem ter obrigatoriedade de uso. Porque se coa máscara apegada à faciana somos o oitavo país com mais casos positivos é para repropor a gestom da pandemia.
Suspeito que a nossa obriga de levar máscara de jeito generalizado e homogêneo incluso no espaço público, ainda que vivamos na erma Florávia ou nos ares xebres do Piapaxaro, responde à nossa dependência dumha economia terceiromundista nos arrabaldes da Europa dos mercados.
Certamente, as autoridades comportam-se como se este vírus fora seletivo e classista. Porque sentar num banco da rua contagia mais que sentar numha terraça dum bar. Do mesmo jeito que viver de rendas é menos contagioso que trabalhar por um mísero jornal. O covid é também vertolám amostrando mais querença polas administraçons do que polas escolas pois os funcionários teletrabalham enquanto os escolares de três anos terám de ir emascarados. E incluso é quem de apoiar a medicina privada onde a atençom é presencial entrementes no Sergas nos prometem a telemedicina de por vida.
Por outra banda, se o vírus é tam contagioso nom será porque as máscaras cirúrgicas aparecem ciscadas por todas as ruas, polos montes e incluso aboiam nas rias enredadas co peixe que jantamos?. Ou porque nos dam umha falsa seguridade fazendo-nos esquecer o distanciamento social. Por nom falar da suspeitosa protecçom das máscaras de teia, novo nicho de mercado fashiom, ou das fabricadas na casa reciclando os calçons do avó. E que dizer dos que aforram estricando-a toda a semana até que forma crechas desfianhadas, porque tampouco é que sobre a minuta.
Pola terra dos Ártabros há quem di que o único que está cientificamente provado é que a máscara do Racing de Ferrol nom só protege as cores da casa senom também as do convidado, agás se este é do Depor.
Dito o dito, se há que se emascarar eu opto por modelos mais glamourosos que os abandeirados tapa-bocas paramilitares. Por asépsia seria bem que portássemos a veneciana máscara de pico medieval que loce hoje no carnaval, remedando a essas aves ás que culpavam erradamente da peste negra ou, quando menos, máscaras de morcego ou pangolim para que o magistrato delha sanitá, o Simóm, nom nos reclua no Lazaretto Nuovo alertado por algúm Radar covid.