“Nom se debe navegar sem leme mas na globalizaçom esquecemo-lo. Deixamo-nos levar só pola força do mercado e a tecnologia e nom estivo a consciência política neste processo” (Pepe Mujica)

A globalizaçom é um feito indiscutível. O que cumpre é fazer umha análise desta realidade e antes de qualquer outra cousa fazer umha precisom do termo. Para achegarmo-nos ao significado da palavra globalizaçom deveríamos acreditar se é um conceito ou umha definiçom, porque som cousas diferentes. No primeiro caso, estaríamos diante dumha representaçom mental que se fai  de algo para compreendê-lo, enquanto que no segundo, seria umha descriçom clara e precisa do significado e das características que contém.

Quem acredita na globalizaçom  como conceito é porque de seguido essa posiçom permite jogar retoricamente coas  suas vantagens e desvantagens, co bom e o mau. Pola contra, quem fala da sua realidade tem que fundamentar o que agacha no seu interior e as conseqüências da sua aplicaçom.

Para começar decidim colher dous exemplos sobre a valoraçom que fam  alguns organismos internacionais como mostra de ingenuidade ou da hipocrisia  para que vejamos as possibilidades que tivo e segue a ter a globalizaçom para fazer o que fijo. Por umha banda umha cita do ex-secretário geral da ONU (Kofi Annan): “para que a globalizaçom seja positiva, tem que sê-lo para pobres e ricos por igual. Tem que achegar o mesmo grau de direitos que de riquezas. Tem que fornecer o mesmo grau de justiça e equidade social que de prosperidade económica e de boas comunicaçons”.

Pola outra, o documento titulado “Por umha globalizaçom justa. O papel da  OIT”   em que se di: “que o desafio ao que se enfrentam os  mandantes da OIT consiste em modernizar a forma em que trabalham para que o  tripartismo poda seguir o ritmo dos câmbios originados pola globalizaçom e reforçar ao mesmo tempo a sua capacidade para contribuir a traçar um caminho cara a umha globalizaçom mais justa”. Nos dous condiciona-se o juízo do fenómeno a duas premissas: a positividade das suas açons e que tem que ser mais justa.

Di-se que um razoamento é válido quando é impossível que, sendo verdadeiras as suas premissas, seja falsa a sua conclusom. A noçom fundamental da lógica é a dá coerência. No fundo, estas duas posiçons coincidem na defensa da globalizaçom na prática como um conceito e caem fora da lógica.

Para as minhas entendedeiras, quando menos, a globalizaçom é um conjunto de sistemas interagindo entre si, de carácter mundial ou internacional, para a consecuçom de objetivos culturais, económicos e políticos, entre outros, e que permite, umha  transculturizaçom e umha conexom comercial coas grandes potencias graças a que ditos  processos fôrom acelerados pola difusom das novas tecnologias da comunicaçom e do  transporte. De momento, conformo com esta definiçom.

 Se um di que chove e  outro que nom, o mais  lógico e abrir a  fiestra e chegar a umha  conclusom própria. Dito isto, faria a sugestom à ONU e à OIT que se deixaram de parvadas  e abrirám os olhos e dixeram claramente o que está passando na realidade da gente do comum no Mundo. 

Vou fazer-vos umha recomendaçom para gozar deste verao em tempos de pandemia. Um bom ensaio sobre a globalizaçom é o feito no livro escrito por John Saxe-Fernández e James  Petras, coa participaçom de Omar Núnhez Rodríguez e de Henry Veltmeyer  (Globalizaçom, imperialismo e classe social, Editorial  Lumen, Bos Aires/México, 2001), onde fam umha crítica renovada da razom neoliberal e da expansom do capital nas últimas décadas. Em nove  capítulos, a obra analisa energicamente os principais problemas que se tecem em torno ao chamado processo de globalizaçom.

E tambén, frente aos esquemas que buscam ocultar o papel das classes sociais neste complexo proceso, os autores mostram o profundo e claro carácter de classe do que se denomina globalizaçom: que classes operam, como se beneficiam ou resultam prejudicadas, e como a linha  classista (a miúdo de maneira tortuosa) vai marcando os respetivos terreios dos partidários da globalizaçom, dos seus adversários e, mesmo, dos que adotam posiçons ambíguas. Este é o terreio da luita, do combate político e ideológico, e da definiçom de alternativas frente ao projeto imperial que se véu impondo nas últimas duas décadas.

 O impacto da globalizaçom neoliberal, hoje sabemos e temos comprovado, que é devastador nas condiçons de vida da maioria dos trabalhadores e sectores populares do planeta e em si próprio explica o ascenso das resistências sociais às políticas, aos  seus efeitos, mesmo polo impulso  globalizador que cria as condiçons para a convergência internacional dum amplo abano de movimentos e organizaçons sociais afetados. mas as causas, o fenómeno em si, precisa dumha consciência política em contraposiçom na defensa dos valores humanos e da dignidade das pessoas,  dos recursos naturais do planeta, necessita dumha força de longo caminhar e nos sujeita  em exclusividade aos processos eleitorais. A classe trabalhadora precisa dessa política.  

Pode-se dizer que o processo de globalizaçom possui umha dinámica contraditória, já que por umha banda  fraciona e polo outro unifica, e  debilita e ativa à vez as resistências sociais. É a partir deste cenário de fundo que temos que analisar as tarefas, dificuldades e  possibilidades que tenhem os sindicatos para articular novas formas de solidariedade internacional entre os trabalhadores. A emergência dumha nova onda de contestaçom social frente a globalizaçom gera um contexto favorável para a renovaçom e revitalizaçom dos sindicatos e para encontrar vias de saída à crise na que se topam mergulhados há tempo, buscando alianças com outros movimentos e sectores sociais hoxe  afastados do sindicalismo, assim como um maior vencelho coa nova geraçom militante que despontou nos últimos anos arredor das mobilizaçons contra a globalizaçom e as políticas neoliberais.

Neste sentido, para fazer frente aos retos da globalizaçom e para contribuir a forjar convergências necessárias frente à mesma seria conveniente para os sindicatos buscar umha maior relaçom cos movimentos sociais em geral e em particular coas  iniciativas do movimento “antiglobalizaçom”. É difícil estabelecer um modelo de relaçom geral entre  sindicato e movimento “antiglobalizaçom” devido à pluralidade que existe dentro do sindicalismo a escala internacional, às diferentes configuraçons que o  movimento tivo em distintos espaços e iniciativas, e à existência de contextos nacionais específicos. Fatores como as tradiçons sindicais, a magnitude da crise sindical (e da sua percepçom subjetiva), a importancia variable acadada polo movemento em cada lugar, ou simplemente a conxuntura política, explicam a  existência de relaçons parcialmente diferentes em contextos nacionais  específicos e dentro destes de atitudes diferenciadas entre os diversos sindicatos. 

Farei-vos outra recomendaçom, nom deixedes de ver a ópera prima de  J. C.  Chandor “O preço da cobiça”. É um ensaio sobre a ambición  numha sociedade capitalista, e o risco que correm as pessoas de perder a sua integridade com tal de salvar o pelejo. Neste tempo já nom vale a lei do mais forte –nem sequer do mais listo–, senom a do mais desapiadado.

A minha conclusom, a globalizaçom é umha estafa  mundial, tem base e fundamento em que este conjunto de sistemas que termam da globalizaçom é gerida por  gángsteres económicos e por profissionais generosamente pagados que roubam “legalmente” bilhons de quartos a países de todo o mundo. Canalizam o dinheiro do Banco Mundial, da Agência Internacional para o Desenvolvimento (USAID) e doutras organizaçons internacionais de ”ajuda” cara às arcas das grandes corporaçons e os petos do punhado de famílias ricas que controlam os recursos naturais do planeta. Entre os seus instrumentos figuram os ditames financeiros fraudulentos, as eleiçons  amanhadas, os subornos, as extorsons,… Esse jogo é tam antigo como os impérios, mas adquire novas e terroríficas dimensons nesta era da globalizaçom.

Remato fazendo um chamamento às organizaçom políticas e sindicais a nível mundial teriam que ser um dos atores principais frente à globalizaçom. mas a maioria deles nom sabem o que fazer, duvidam, algumhas tenhem um discurso crítico contra o fenómeno, e  moitas outras calam e seguem tirando proveito do jogo negociador co capitalismo  diante da desfeita que estám vendo na classe obreira dos seus países. As consecuencias depredadoras da globalizaçom debería obrigar às organizaçons dos trabalhadores e trabalhadoras a impulsar e fornecer as luitas sociais contra a globalizaçom neoliberal. Tenhem diante de si essa responsabilidade é o movimento sindical tanto nacional como internacional  nom pode, nom deve  seguir, “mareando la perdiz”. Em jogo estám as mesmas liberdades.