Falamos com Cristina Bajo, consultora de género, feminista ex-hegemónica e coordenadora do ciclo de palestras “Mulheres e realidades comuns” que se está a desenvolver na Asociaçom Cultural Alexandre Bóveda da cidade da Corunha.
Como surge a ideia do ciclo <Mulheres e Realidades Comuns>? A que necessidades responde?
O ciclo surge porque começamos a detetar que a agenda feminista estatal, dirigida polo Psoe e a gente próxima que está nos espaços das universidades etc, estava marcando os temas a tratar. Centravam-se nas “grandes questons” que lhes interessavam e lhes resultavam úteis a estas feministas hegemónicas (as que acabo de mencionar) pero nom à grande maioria das mulheres. Todas ou a grande maioria, por unha question de género e classe, temos questons que nos afetam no dia a dia mas que parecem nom importar tanto quando sim o som. Por exemplo, o consumo de ansiolíticos e antidepressivos nas mulheres porque se dispara a partir dumha idade? Daí surgiu a palestra “A patologizaçom da desigualdade das mulheres”.
Depois já sobre a marcha e como resposta aos vetos que se lhe figeram, primeiro às trabalhadoras sexuais na universidade da Corunha, e logo às mulheres trans nalguns concelhos governados polo Psoe, pois aproveitamos para dar-lhes cabida. O feminismo vai disso nom? Debater, construir, visibilizar…
Durante o ciclo abordárom-se diversas temáticas pondo como eixo a mirada feminista, qual foi a motivaçom das escolhas?
Pois porque som temas que nos afetam, se nom todos, sim muitos. Também queríamos dar-lhe umha vissom otimista e incorporar miradas das mulheres mais novas que tem tanto que dizer e das que temos tanto que aprender e que, umha vez mais, esse feminismo hegemónico despreza se nom mercam o seu discurso e ferramentas já obsoletas, por certo. De aí surgiu o de “Mamá quero ser ativista”.
Outra das palestras foi co galho de amossar umha realidade cuja cara som as mulheres, ainda que quem saia falando nos meios sejam varons: os despejos.
Que acolhida tiveram as palestras?
Maravilhosa. Sempre quedou gente fora por isso agora optamos também polo difussom a travesso de streaming, porque sabemos que a gente quer escuitar e falar destas realidades que nos afetam diretamente às mulheres.
Que perspetiva de continuidade tendes para o vindoiro ano?
O sucesso, os temas e as demandas som tantas que imos fazer um segundo ciclo a partir de outubro.