Falemos da tristeza, o panorama que está tendo lugar nestes dias é triste…a emoçom tristeza é desagradável mas nom é mala. Mala ou boa som juizos de valor, conceptos morais frágeis que nom colhem na visom profunda das emoçons , entom para falar de emoçons convido a sair da sala de juizos e encontrar-nos num lugar com espaço aberto como pode ser umha carvalheira.
A tristeza é umha emoçom básica e tenra, polo tanto imprescível, sem tristeza nom existiria a compasom viviriamos num mundo sem ONG, sem associaçons de amparo social, nom haveria educaçom nem saude pública, nada que inclua a todas e proteja as mais vulneráveis, a sociedade seria pura dureza, sadismo.
Ainda temos muito por caminhar para respeitar a mestria da tristeza. A funçom da tristeza e preservar o coraçom humano, aprender a gerir a tristeza nom é singelo temos que percorrer un caminho profundo com alguém que já o fijo, assim funcionamos as humanas seguimo-nos umhas às outras, somos tríbo, e cada umha aporta ao seu jeito, coa cabeça acumulamos conhecimento e coa experiência sabedoria, se o conhecimento nom se aciona nom se integra, nom se fai a alquímia interior.
Precisamos umha sociedade que se comova, que chore quando poda, coas juntanças em roda. A verticalidade nom permite a tristeza, quere que sejas dura! Insensível! Competente e competitiva! Traga as bágoas!…congela-as, fai-te frio e cortante para chegar alto na pirámide.
Vivemos numha sociedade perversa que despreza a inocência confundindo-a com ignorância. Já nos transmitem desde nenas, nom chores que estás feia! Nom chores, nom se chora! Nom se pode chorar! Chorar nom serve de nada!
Permitir-nos escuitar a Nossa tristeza protege-nos de expor-nos ao que nos dana e ao que nom desejamos ,permitir-nos dar-lhe espaço à tristeza abre-nos a porta para transcender duelos, fazer a prancha na agua da dor quando estamos esgotadas. Ocidente é macho, branco, heterosexual, privilegiado e intimamente mui desgraçado, em segrego porque nom se permite ser vulnerável…vai-se volvendo rígido, frio e frágil como um anaco de vidro.
A tristeza reprimida converte-se em ira, ódio, inveja, adicçons, violência. Umha pessoa iracunda, mal-humorada é alguém inconscientemente e profundamente triste. Este sistema permite atrocidades, seguimos no circo romano mas nom estejas triste, nom completes o duelo, nom sandes a ferida, nom te conheças, nom tomes consciência, toma psicofármacos, como o “soma” da novela “Um mundo feliz” de Aldous Huxley , nom aceites, bloqueia-te, nom aprendas onde está a saída, implossiona ou estoupa e sobre todo nom toques o teu coraçom nem o de ninguém, separade-vos, individualizade-vos, pelejade umhas com as outras, divide e vencerás, assim perpetuamos a dor e consomes e consomes e consomes, o que for, sexo, drogas, comida, roupa….
A paz e a calma ampliam a visom, é umha boa estratégia nom permitir transcender a dor, criar umha sociedade sem espaço para a tristeza, que lhe teme à tristeza. Transcender a dor, mergulhar-se no rio da tristeza e chegar à outra beira nom significa esquecer todo o contrário, significa sanar a ferida, recuperar-se, aprender onde está o dano para proteger-se.
O sistema quer vítimas e vitimários que se retroalimentem sem saída, sem direito para SER.