Do ponto de vista eleitoral, os resultados do 2020 podem ser interpretados como o fim da agitaçom vivida desde 2012. Volve haver só três partidos que ocupam posiçons mui definidas e garantem que a alternativa de governo se mantenha dentro do marco atual porque as fórmulas de governo reduzem-se a duas: PP com maioria absoluta, ou bipartido BNG-PSOE.

A política institucional do país segue dominada pola direita. O marco institucional nom mudou em quatro décadas em que a hegemonia eleitoral consolidou a través dum sistema mediático homogéneo e umha rede de recompensas pola que se distribui o botim do público, e o PSOE compareceu só quando o convidavam.

O marco institucional permanece inalterável e a subordinaçom do país agudiza-se na medida em que se agudiza o espolio de recursos e a expulsom de populaçom, práticas às que contribuem decisivamente as políticas públicas do Partido Popular, e as do PSOE desde Madrid.

Neste cenário:

1) A vitoria por maioria absoluta do PP é rotineira, e o método (controlo e ativaçom da massa de votantes a través do aparato mediático e da rede de recompensas) também o foi. Desta volta, a principal ameaça a atalhar era a repetiçom da crise do coronavírus, que foi convertida numha oportunidade para ponderar o perfil de bom gestor de Feijóo ao mesmo tempo que se identificava o inimigo como inimigo do país (que defende Feijóo, e defende bem).

O PP ganhou em todas as circunscriçons com percentagens que vam desde os 17 pontos até os 24 de diferença a respeito da seguinte força política.

2) O PSOE, a outra formaçom que sustém o Regime do 78 (do que fai parte o marco inalterado da autonomia), assumiu desta volta o papel de inimigo. No só no discurso público senom também como estratégia própria. O PSOE minimizou o dano ao tempo que debilitava um pouco mais o seu incómodo sócio no governo central do Estado.

O PSOE, sem competidor no espaço da esquerda estatal, apanhou uns votos mais para continuar no mesmo sitio. E sem renovar em nengum aspeito relevante a sua proposta para Galiza.

3) O terceiro ator do tabuleiro galego, o BNG, aproveitou o reparto de roles dos dous partidos do Regime para somar força institucional e continuar a sua longa campanha para posicionar Ana Pontón como alternativa o domínio da direita na instituiçom autonómica; alternativa que, em todo caso, continuará precisando o apoio do PSOE para qualquer conquista do poder.

O BNG reforça a sua implantaçom no país recolhendo muito do desencanto que se produziu com Podemos.

4) Podemos foi eliminado do tabuleiro galego.

1.1) O PP deve gerir o liderado pós-Feijoo. O recâmbio demonstrará o fútil da crítica à campanha de Feijóo por ter reduzido a marca da direita à figura do líder. Dá igual a marca, o importante é que cace ratos. Coma sempre, o aparato mediático porá o foco nas pessoas para começar a compor o novo liderado. Os tempos deste processo, no que se concentrará o partido do governo desde o inicio da legislatura, dependerám dos tempos do PP no plano estatal.

2.1) O PSOE abre outra liorta, nada novo porque semelha ser a gasolina dum partido no que o plano municipal tem mais força co plano galego. O galeguismo e o federalismo que propugnava Leiceaga há uns meses nom se vírom por nengures. Tampouco, os líderes estatais, o que alimenta essa teoría de que Galiza é um territorio ao que o PSOE renuncia conscientemente para manter o precário equilíbrio do Regime do 78 e nom avivar o lume do soberanismo.

3.1) O BNG volve ao centro do cenário com um discurso aberto a umha sociedade aberta segundo teorizam. Já nom é imprescindível ser nacionalista para votar Ana Pontón. O reverso disso é que o discurso independentista se dilui precisamente no momento em que começa a declinar o sonho de derrubar o Regime do 78 desde as naçons. O que resta é umha negociaçom para ampliar a autonomia, sem que isso afete o marco institucional. A campanha demonstrou que o BNG religou cos votantes, falta por ver se religará cos ativismos, cada vez mais diversos, e se dessa aliança surge umha oposiçom na rua a Feijóo que no Parlamento continuará capada.

4.1) Podemos completou a absorçom das forzas que foram quedando na sua órbita justo quando desaparece do Parlamento galego e fica mui debilitado nas instituiçons municipais. O resto de forças desagregadas rematárom o seu suicídio político. Mália a “clarificaçom”, a debilidade organizativa, a ausência de liderado, a a dispersom ideológica e a ausência de discurso sobre o país dificultam a supervivência do espaço.

As leituras públicas dos resultados por parte dos atores e dos meios que acompanham o marco institucional é invariavelmente a mesma: ganham (PP, BNG) jogando em chave galega; e mesmo PSOE, jogando em chave estatal, quanto que cumpriu objetivos de debilitar o sócio em Madrid. Perde Podemos e fai-no pola sua própria incompetência.

A agenda pública continuará marcada nos primeiros messes da legislatura pola gestom da covid19 e pola “reconstruçom económica” com base no mesmo modelo que vinha operando.