Internacional de poesia anarquista é a primeira antologia em galego de poesia anarquista por autoras internacionais, publicada pola editorial Positivas e coordenada polo poeta Samuel L. París. Conversamos com ele após o lançamento do livro.
Por que pensache importante editar umha antologia na Galiza de poesia anarquista? Que entendes ti por poesia anarquista?
Nom creio que fosse “importante”, mas sim necessária, simplesmente porque ninguém a figera e nom tinha pinta de que ninguém o fosse fazer. Pode parecer umha brincadeira, mas, se pensas em “gostaria ver isto feito” e resulta que ninguém o fai, podes optar por laiar-te ou fazê-lo. Aqui escolheu-se o caminho de fazê-lo. A antologia recolhe açons de resposta, negaçom e superaçom da constante servidume presente no sistema literário e na vida.
Como chegache às autoras e que guiou a tua escolha?
A forma de chegar a cada umha das vozes presentes na antologia foi, como poderia parecer indicar o nome da coleçom poética de Positivas, diversa. Com algum autor tivem a sorte de ter um contacto direto nalgumha viagem, como com Kostas, que me enganou em Naxos e cobrou-me umha burrada por uns figos passos com ourego, que si que estavam bons, mas vamos… Com outros autores contactei, como é previsível, através da rede e, por suposto, com outros dei graças às indicaçons de terceiras pessoas. Mesmo nalgum dos casos, como com ∅, fôrom alguns dos autores cos que já contactara os que me pugérom na pista deles. O critério libertário na escolha era o ponto de partida, mas depois sim que vim que o projeto tinha que recolher textos efetivos para prender algumha mecha e que derivasse em que a roda da desordem continuasse a girar.
A palavra antologia (do grego ánthos- flor) vem ser algo assim como apanhar, escolher flores. Como focas ti a responsabilidade e o cuidado que conleva selecionar e visibilizar um poema específico e nom outro? Figérom parte da toma dessa decisom as poetas?
O projeto está focado coa irresponsabilidade que merecia e com todo o cuidado e agarimo que pudem (que se calhar tampouco é muito). Os poetas sobretodo acompanhárom na decisom sobre a forma final em galego, nom tanto no processo de escolha. Há que ter cuidado coas e cos poetas. De entrada, há que ter cuidado. Cuidado, vaia.
Um dos poemas antologados é um trabalinguas escrito em russo. Com que problemas ou desafios te encontrache à hora de traduzir os textos?
Bastante cristo, efetivamente. Trava-línguas, sonetos, haikus, jogos de palavras… Nos textos encontra-mos muitas fórmulas ás que foi complicado meter-lhes o dente tendo em conta o salto no código. Cada vez que achava umha soluçom para a sua traduçom, tocava explicar-lhes aos autores e coletivos as decisons tomadas para que dessem a sua aprovaçom. Isto, claramente, é um dos principais motivos de que o projeto se dilatasse uns oito anos desde que iniciou.
Internacional de poesía anarquista sai do prelo dias antes das eleiçons na Galiza. Decides fechar a antologia com um poema controvertido acerca do nacionalismo. Qual é a tua opiniom sobre a relaçom anarquismo/independentismo/nacionalismo no contexto actual do nosso país?
O texto da francesa Paulette Aubert, como todos os do seu poemário Matar a todos os fachas podería nom ser a soluçom a todos os problemas, mas sim a uns quantos, é dumha admirável precisom. Que pudesse gerar algum tipo de controvérsia viria a demonstrar o que o próprio texto expom. E sobre a minha opiniom sobre a relaçom anarquismo/independentismo/nacionalismo, penso que nom há rival pequeno, que o importante é a equipa, que a eliminatória está ao 50%, que o que passa no campo fica no campo e que os penáltis som umha lotaria.
Com que quedas, arte na revoluçom ou revoluçom na arte?
Coa destruçom e coa empada de coelho.
Muito obrigada pola entrevista.
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