Já era hora de trair nesta secçom a unha mulher. O rap é, como tantos outros, um mundo masculinizado, mas nom faltam vozes de mulheres que se alçam, e que cada vez som mais. E nom trouxemos a qualquera, senom a Gata Cattana, quem com a sua prematura morte converteu-se já numha lenda. Esta andaluza, politóloga e poeta, ademais de rapeira, recita com a força do bairro mas a suas letras estam cheias de referências académicas.
Por se acaso nom o deduziamos do seu sotaque, a sua obra está repleta de cultura andaluza, misturada com materialismo dialéctico, existencialismo e muito feminismo. Todo acompanhado de líricas formosas e deslizantes que deixam pousos de diferentes culturas de distintas épocas da História e também muitas referências ás culturas populares.
A sua morte, aos 26 anos, encheu-nos de tristeza e deixou-nos sem umha das melhores vozes do rap ibérico. Lá onde estiveres, segue a lutar, Ana.