Conversamos com Lara da Escola Semente de Compostela do projecto Moas com o que estám a levar a cabo uma campanha de micromecenado. O obxetivo é transferir com as crianças a uma nova escola rodeada da natureza

Como propugestes a ideia do micromecenado para este projecto?

A Semente é uma escola de imersom linguística que nasceu em 2011 como um projeto autogerido: é uma associaçom cultural a encarregada da gestom, e sustem-se com fundos procedentes das cotas das pessoas sócias, bem famílias da Semente ou bem famílias sem crianças que querem contribuir com o projeto. A compra do inmóvel das Moas realizou-se através dum crédito concedido pela Coop57, uma cooperativa que financia projetos que demonstram viabilidade, fins sociais e culturais e ter um apoio social importante. A Semente atingiu mais dos 285.000 euros necessários em avais em apenas 15 dias, mas esse dinheiro é para a aquisição do imóvel, despesas derivadas como impostos e o projeto de reforma do estudo de arquitetura. Nom cobria as despesas de reforma: para isto eram precisos 130.000 euros mais, e optamos pela fórmula do microfinanciamento, como também fizeram na Semente Trasancos, para ir reunindo-os pinga a pinga, de man de toda a sociedade civil que queira e poda apoiar o projeto.

A campanha nas redes sociais está a ter muito boa acolhida. Com vídeos da própria Semente até aqueles nos que pessoas conhecidas da vida pública mostram a sua solidariedade com a escola. Foi muito laborioso a nível organizativo levar a cabo todo este trabalho ou puderam mais a ilusom e as vontades?

Foi muito laborioso, mas ilusom e ganas nom faltavam… Som duas cousas básicas para que os projetos associativos saiam adiante! Muitas pessoas voluntárias, pais, mães, educadoras, e pessoas implicadas na Semente dum jeito ou doutro ajudarom numa comissom que se criou ex professo para o microfinanciamento: dentro dela, dividiu-se o trabalho em propaganda (elaboraçom de materiais e coordinaçom de vídeos), redes sociais e meios de comunicaçom. A verdade é que a resposta foi muito boa, tivemos um apoio muito amplo e moi diverso. Quando chegavam vídeos de escolas de imersom linguística de todo mundo era muito emocionante, e mais quando ao final se traçou um mapa com todos. Aliás, pessoas da cultura, da ciência, da política, de âmbitos mui diferentes, mostraram o seu apoio. Ficou claro que é um projeto muito desejado por muitas pessoas.

Também dades algumas recompensas para quem achega um grao de areia com a Semente. A que podemos optar se colaboramos convosco?

Uma cousa que tentamos desde o começo foi que as recompensas non fossem materiais, mas também experiências: concertos, obradoiros de todo tipo, roteiros de interesse histórico, cultural ou ambiental, fins de semana em casas no rural, for na costa for no interior… Houve alguma recompensa física, mas são criaçons de artistas próximas à Semente, como Leandro Lamas, Séchu Sende, Maribel dos Anjos, Iolanda Aldrei ou Laura Romero. Quem quiser, só tem que dar uma vista de olhos em https://gl.goteo.org/project/projeto-moas

Quais achades que som as chaves do sucesso neste tipo de iniciativas solidárias?

Acho que há questons urgentes, como evitar a desgaleguizaçom das crianças na primeira infância, que requerem a iniciativa civil solidária. Desde logo, o desejável é que a administraçom pública assuma a sua responsabilidade, e pode-se (e deve-se) seguir lutando por um ensino público em galego e de qualidade. Mas também nos movimentos associativos comprovamos que é possível gerir as coisas desde a sociedade organizada.