Neste breve texto, Lampazas dá conta da evoluçom musical e conceitual de Los Chikos del Maiz e a raiz disto aponta algumhas ideias sobre o conceito de madurez na nossa sociedade hipercapitalista e individualista que se contrapom ao dumha sociedade igualitária que pensa no bem comum.
Hoje vamos com umha sessom internacional. Los Chikos del Maiz som do País Valencià e acho que nom necessitam apresentaçom. Som dous rapeiros comunistas que levam anos fazendo rap e que já se converteram nuns dos referentes, para mim, da cena. Nom vou tratar aqui a contradiçom que supom ser comunista e rapear na língua do império espanhol sendo dos Països Catalans , pois já lhe dediquei umhas verbas a essa questom no Volume II destas pequenas histórias.
Acabo de escuitar Comanchería, o seu último disco, já do ano passado e tenho que dizer que pouco queda dos dous chulos machistas que começaram a rapear aló pelo 2005 (o DJ também conta mas, neste caso, nom falavam muito: passaram pela crew DJ Plan B e Dj Bokah, o último ainda segue ativo no grupo). Nos seus últimos temas as letras destilam humildade e consciência coletiva e também recolhem reivindicaçons feministas. Tratam múltiplas questons numha obra cheia de referências a filmes, música, filosofia, literatura… Todo desde umha perspetiva de classe.
Depois de ver a evoluçom destes dois -hei de reconhecer que o Nega já me gostou de sempre ainda que me chirriavam as suas frases misóginas e as suas sobradas; o Toni em câmbio nom gostava nada dele porque nom sabia rapear mas agora a sua técnica é boa e as suas letras melhores- estivem cavilando. Há umha frase do Nega que diz: No madures nunca, es una trampa e eu pensava: o que é a madurez? Será maduro ter um carro bo e um curro estável e nom preocupar-te mais que de ti mesma? Pois nom o creio, o que é maduro para mim é sermos conscientes dos problemas que atravessam o mundo e a nossa naçom e fazer-lhes fronte ainda que isto nos quite de algum prazer pessoal. Sermos maduras é ter consciência coletiva e tentar enfrentar os problemas do mundo ainda que a nós nom nos afetem tanto como a outros coletivos. Sermos maduras nom é ter umha consciência individualista na que primamos nós e as nossas achegadas, desde logo. Sermos maduras é repensarmos os nossos privilégios , acabar com eles e pormo-nos a trabalhar por um mundo e um país igualitários.