Há um mês que quatro trabalhadores da empresa pública EBHI de Gijom dérom começo a umha greve de fame para protestar polos despidos de sete companheiros, Fernando González é umha das quatro pessoas que esta fechada, isolada e em greve.

Depois de tantos dias de greve de fame, como estades?

Hoje levamos já 29 días de encerro e de greve de fame. Ademais, hoje, foi um dia especial porque às três da tarde tivo que abandonar o segundo de nós, Adrián Rey, que tivo um desfalecimento ao por-se de pé. Deu-se um golpe contra um armário e bom, nom se recuperaba, entom tivemos que evacuá-lo em ambulância.

Há três dias, quando levávamos 26 coa greve, Eduardo López, também por motivos de saúde tivo que abandonar. E bom, agora mesmo quedamos dous dos quatro. Adrián Serrano já se encontra bastante débil físicamente mas complementa-o coa força mental que tem. E a verdade é que eu para a quantidade de dias que levamos encontro-me bastante bem.

Quais som as vossas condiçons durante o encerro e a greve de fame que estades a levar adiante?

Este encerro e esta greve de fame é muito peculiar porque temos que pensar que vínhamos de dous meses de confinamento, cada um de nós estivemos encerrados nas nossas casas salvo para ir trabalhar. E justo quando rematamos esse confinamento, quando se começam a abrir um pouco as saídas, é quando o treze de maio, tomamos esta decisom, quando iniciamos o encerro. Entom passamos de dous meses de confinamento a estar um mês encerrados e isolados, quatro pessoas no local do Comité de Empresa de EHBI que som 16 metros quadrados.

A parte já do que é estar quatro pessoas em 16 metros quadrados, tínhamos que cumprir os protocolos internos da empresa relativos ao COVID polo qual tivemos que dividir esses 16 metros em quatro quadrículas com fita adesiva no chao, e cada um de nós estávamos em só quatro metros quadrados: um colchom e a nossa mochila e pouco mais. E bom, pois isto deve ser das poucas vezes que passou num encerro e numha greve de fame numhas condiçons, físicas polo menos, tam duras, e com uns antecedentes de levar já dous meses praticamente sem poder sair à rua e sem que nos dera o sol. Ademais, ao estar nas instalaçons das oficinas da empresa pois nom podem vir ver-nos nem familiares, nem amizades nem os meios de comunicaçom. Estamos totalmente isolados. Só os companheiros que estám a trabalhar em cada quenda podem subir a ver-nos mas levamos um mês sem relaçom direta com nengumha pessoa próxima. Todo isso vai somando dureza ao encerro.

Agora,como che comentava antes, já somos dous no canto de quatro, e já temos algo mais de espaço, mas está claro que se fai duro.

Estades em greve de fame em protesta polos despedimentos de sete companheiros, qual é a atitude da empresa umha vez que dades início a umha medida tam drástica?

Desde o dia que nos encerramos e começamos esta greve de fame a atitude da empresa foi intentar por todos os meios romper o encerro e a greve utilizando toda a guerra suja que pudo. Nós, o dia que nos encerramos solicitamos à empresa que enquanto durar a protesta nos mantivesse en ERTE voluntariamente regulados, mesmo perdendo salário respeito a outros companheiros. A empresa negou-se a essa solicitude.

Depois de que se negasse solicitamos um permisso nom retribuído, no entanto durasse a greve, é dizer que nom lhe custava rem à empresa e nós perderíamos a totalidade do soldo, mas também se negou. E forçou-nos a trabalhar, a reincorporar-nos o dia que nos tocava. Eu fum o primeiro, o quinto dia de greve tivem que ir trabalhar, e ao dia seguinte tivem que colher umha baixa porque era incapaz. Co tipo de trabalho que temos nom se podia trabalhar.

Co resto dos companheiros intentou o mesmo mas já passaram mais dias e cada um deles foi colhendo a baixa. Mas a surpresa vem depois, quando nos comunicam que a empresa nos denunciou a dous de nós polas nossas baixas porque entende que som fraudulentas, polo qual inspecçom anulou-no-las, polo que a empresa nom vai pagar rem por todos esses dias.

Por se isto fosse pouco, nós tínhamos uns companheiros que cada noite ficavam em retém por se a nós nos passara algo, pois a empresa proibiu-lhes a entrada à instalaçom. Também tínhamos umha convocatória de apoio diária do quadro de pessoal aqui diante, à umha e meia todos os dias, pois também lhes proibiu a entrada.

Os dous companheiros que saírom pretendíamos que os despedisse o resto do quadro de pessoal aqui também, e proibiu-lhes a entrada nom só à terminal senom no porto, a Autoridade Portuária proibiu-lhes a entrada a trabalhadores do porto dentro do espaço do próprio porto, ou seja que está a ser umha guerra suja total.

Também o tema médico, quando levávamos umha semana solicitamos autorizaçom para que nos pudessem visitar umhas médicas ou médicos voluntários da Seguridade Social que já trataram greves de fame, bom pois a empresa o mesmo, negou-se. E o que fijo foi, aos quatro dias, sacar um comunicado de imprensa onde dizia que ia contratar um retém médico que ia estar aqui manhá e tarde os sete dias da semana, cousa que foi absolutamente mentira. Vem-nos só umha vez cada dous ou três dias umha clínica privada, e é impresentável que tendo umha sanidade pública voluntaria que nós estávamos a oferecer, umha empresa pública que está em ERTE transfira dinheiro público a umha clínica privada para que nos venham fazer a revissom. Mas como che digo a guerra desde o princípio foi total contra nós, num intento de romper-nos, isolar-nos, mas nós aqui seguimos. Manhá fazemos 30 días e aguentaremos o que seja necessário.

Em que ponto estam a día de hoje as negociaçons?

Quando alguém toma a decisom de iniciar umha medida tam drástica como é umha greve de fame indefinida é porque todas as vias de diálogo estavam rotas. E isso foi o que passou em EBHI quando decidimos fechar-nos e começar com isto. A negociaçom tanto coa empresa como co acionista maioritário, como coa autoridade portuária estavam totalmente rotas. O tempo ia-se-nos botando em riba e tivemos que tomar esta medida.

Durante todo este tempo o que intentamos com esta protesta foi que toda a pressom para solucionar este conflito recaísse sobre os políticos, já que somos umha empresa pública e o governo do Principado de Asturies é o responsável político final da autoridade portuária de Gijom que é o nosso acionista. É mais, no Conselho de Administraçom de EHBI há membros da Conselharia de Indústria do Governo de Asturies. Durante 29 dias, com todas as mobilizaçons feitas e coa de geve de fame, foi impossível conseguir que o governo do Principado de Asturies movesse um só dedo, descolgasse o telefone e chamasse o Presidente da Autoridade Portuaria de Gijom, Laureano Lourido, para dar-lhe as instruçons necessárias para que soluciona-se isto em dez minutos, que é o que custa. Simplesmente umha ordem direta para que se cumpra coa taxa de reposiçom que a Lei Estatal marca para todo o setor público do 100% para o 2020, e para que cumpra cos acordos de fim de greve de 2017, onde empresa e comité comprometiam-se a pedir essa taxa de reposiçom e a manter um quadro de pessoal mínimo operativo. Durante todo este tempo, o dito, a empresa, a pesar de que houvo algumha reuniom no Serviço Extra-Judicial de Resoluçom de Conflitos de Asturies nom se moveu da sua posiçom, já que ao nom ter ordens de arriba vê-se respaldada por esses responsáveis políticos do PSOE asturiano e segue nos seus treze.

A dia de hoje a negociaçom segue sem nengum tipo de avance.

A empresa EBHI manifestava a necessidade de fazer um ERTE dado que nom vê viável a continuidade da empresa e prevê perdas de milhons, que opinades ao respeito?

O principal cliente de EBHI é Alcelormittal e está claro que coa crise do COVID-19 esta empresa está baixo mínimos. Houvo um baixom muito importante nas descargas, e ninguém pom em dúvida que este é um ano muito mau para a terminal e que rematará com perdas. Ninguém pom em dúvida tampouco que este ano se aplique um ERTE, como já o está aplicando Alcelormittal, mas o que criticamos claramente é o abuso de poder e o abuso legal que está a levar adiante EBHI como empresa pública, intentando aproveitar essa crise para de algumha maneira carregar o maior porte económico desse ERTE sobre os trabalhadores, já que se negou totalmente durante os sete primeiros dias de consulta a chegar a acordo e nom houvo negociaçom possível.

O primeiro dia chegárom com umha proposta que foi a última, e unilateralmente aplicárom esse ERTE com umha condiçons mauíssimas para o quadro de pessoal que cada dia que imos regulados o complemento simplesmente é do 55 por cem do nosso soldo. Mas a parte de intentar carregar todo esse peso económico sobre nós, sobre os nossos salários, o que também é muito criticável que umha empresa pública intente aproveitar-se das administraçons publicas, neste caso do Serviço Público de Emprego e dos nossos seguros de desemprego, porque se Alcelormittal aplica un ERTE, entendemos que justificado pola crise do COVID-19, aplica-o durante a vigência do ano 2020 mas EBHI vai muito mais aló! Aplica-o sete meses e meio do 2020 e todo o 2021, ou seja, que está aproveitando já para em 2021 continuar aplicando este ERTE. O que supom de todas maneiras um abuso e um roubo à administraçom pública e ao Serviço Público de Emprego.

Ademais de que os vossos sete companheiros passem a ter um contrato indefinido, tendes algumha outra reivindicaçom?

Queremos deixar bem claro que a nossa única reivindicaçom e o único motivo polo que começamos esta protesta é polos despidos de sete companheiros. Sabemos que a empresa e o Governo de Asturies intentou dar-lhe a volta ao assunto vendendo aos seus meios de comunicaçom, que lhes publicam todo com ponto e vírgula ao minuto seguinte, que a nossa reivindicaçom é o tema do ERTE, que estamos criticando o ERTE, que nom queríamos perder dinheiro, que éramos uns privilegiados… Bom, desde o primeiro dia, quando mandamos a nota de imprensa a todos os meios, aos cinco minutos de iniciar o feche, fixemos incidência e pugemos esse parágrafo em negrinha e bem sublinhado: que o nosso único, único e exclusivo motivo para esta medida é evitar esses despidos desses sete companheiros e que a empresa solicitasse cumprindo a lei e os acordos a taxa de reposiçom.

Está claro que nom estamos de acordo co ERTE, mas por suposto nengum de nós vai iniciar umha greve de fame indefinida porque gostemos mais ou menos dum ERTE, ou porque ganhemos mais ou menos dinheiro. O dinheiro interessa até certo ponto, mas aqui estamos pola vida de sete companheiros, polos seus postos de trabalho, aos que a empresa (umha empresa pública) e aos que o PSOE no Governo de Asturies intenta arruinar-lhes a vida. Esse é o único motivo polo que iniciamos esta protesta e queremos que quede muito claro.