A justiza machista carece de credibilidade.
No feminismo conhecemos bem o aparato judicial do Estado Espanhol, nos últimos anos assistimos às consequências da actuaçom dumha justiça machista e cega ante as demandas de maior formaçom e sensibilidade por parte de quem a instrui e reparte.
Casos mediáticos como a sentença pola violaçom nos Sam Fermíns (o caso chamado de “la manada”), o calvário de Juana Rivas que acabou acusada quando pretendia defender as suas crianças dum pai maltratador ou a mulher que denunciou a José Manuel Baltar por acaso sexual e sofreu umha perseguiçom judicial posterior ao serviço do presidente do Partido Popular em Ourense som exemplos mui públicos mas cada dia nos julgados encontramos processos judiciais nos que se questiona a veracidade das denúncias das mulheres e se nos coloca numha posiçom de indefensom frente aos agressores e em muitos casos se nos obriga a compartir a criança das nossas filhas cos maltratadores.
O sistema judicial espanhol é profundamente machista e por isto, profundamente injusto. Que credibilidade pode ter umha xustiça em que quem interpreta e distribui justiça questiona o que é ou nom é a violência sexual, agressom ou justifica muitas delas polas circunstâncias vitais de quem as padece?.
Conhecemos e luitamos incansáveis denunciando a justiça machista e os seus mecanismos de poder ao serviço dumha sociedade patriarcal. Manifestamo-nos em praças, ruas e nas portas dos julgados ante sentenças nas que se nos revitimiza, agrede e mente em favor dos nossos agressores. Defendemos a desobediência das mulheres à que o sistema judicial pretende arrancar as crianças para que estas mantenham o trato co seu maltratador e em ocasions com quem as agrediu sexualmente.
Fazemo-lo porque sabemos como se emprega a justiça em favor de quem tem o poder social, económico e político.
Em 2015 a Audiência Nacional pom em marcha a Operaçom Jaro e ordena deter nove independentistas na Galiza, sobre a acusaçom de “braço político de Resistencia Galega” iniciava um novo processo de criminalizaçom do independentismo galego com um forte operativo policial acompanhado dum operativo propagandístico acorde aos interesses do poder. Dous anos depóis lanzava-se a Operaçom Jaro II onde três independentistas som detidas baixo acusaçom de “enaltecimento do terrorismo” e com petiçons de cárcere e ilegalizaçom do organismo anti-repressivo Ceivar.
Em novembro de 2019, a Audiencia Nacional, co impulso do Governo do Estado, decide acusar as 12 inpendentistas detidas de pertença a banda criminosa para o enaltecimento do terrorismo, o que significa umha petiçom de 102 anos de prisom, com condenas que vam de 4 a 12 anos; umha extorsom económica global de 348.000€ e a suspensom de direitos civis e laborais das processadas.
Empregando os mesmos mecanismos que em muitos casos de violência machista a justiça constrói um relato em que quem tem todo o poder aparece como vítima e quem sofre a repressom e a violência aparece como culpável para os olhos dumha sociedade intoxicada polos meios de informaçom que também sabemos que respondem aos interesses do poder.
O independentismo, como o feminismo e outras luitas sociais, vive um processo de criminalizaçom e estigmatizaçom que lhe serve ao sistema como bode expiatório dos seus interesses. Assistimos hoje á criminalizaçom das mobilizaçons do 8M, também com processos judiciais polo meio, como forma de construir umha mensagem política encaminhada a desartelhar o nosso movimento político. Da mesma maneira age a operaçom Jaro co independentismo galego, procurando desarticular as redes militantes e organizativa às que golpeia, tentando mudar as posiçons e forçar renuncias pessoas e coletivas instaurando o medo e condicionando as actuaçons políticas a través da repressom.
Fronte a esta situaçom, o feminismo deve estar ao lado das companheiras que livram, coma nós, umha batalha contra um aparato judicial herdeiro do franquismo e filho do poder institucional que carece de qualquer mínima garantia democrática.
Desde a Marcha Mundial das Mulheres na Galiza denunciamos a perseguiçom das 12 independentistas da operaçom Jaro e amostramos-lhe a nossa sororidade e compromisso coa denuncia do processo judicial ao que estám sendo submetidas. Somamos a nossa voz à denuncia dumha justiça que responde a interesses políticos, machista e sem garantias democráticas e convocamos as nossas companheiras do movimento feminista galego à denúncia desta situaçom.
Em sororidade feminista.
Galiza, maio de 2020.