Ontem, terça-feira 14 de abril, mais de 70 estudantes anunciárom públicamente a sua baixa de Erguer após conhecer-se no seio da organizaçom estudantil o encobrimento, por parte do sector da UMG (Unión da Mocidade Galega) e Galiza Nova, dum agressor machista membro destas organizaçons juvenis.
Denunciam, também, que o «sectarismo» e as «condutas motivadas por interesses puramente partidistas» da linha representada pola UMG e Galiza Nova “levavam tempo fazendo impossível o trabalho diário em Erguer».
Afirma que a organizaçom estudantil «nom está sendo útil para a resoluçom das problemáticas concretas do estudantado», senom que «serve mais bem como umha sorte de plataforma propagandística que serviu de correia de transmissom e alto-falante para os posicionamentos do projeto político» da UMG e Galiza Nova.
Porém, deixam claro que «nom é o momento de abandonar o movimento estudantil». «Queremos seguir trabalhando com mais forças ainda por um ensino público, galego e feminista», salientam.
Comunicado na íntegra
Como é público e notório, desde há uns dias a organizaçom estudantil Erguer. Estudantes da Galiza está a viver umha situaçom limite causada por membros da própria organizaçom. Nós, estudantes organizadas em Erguer até o dia de hoje, queremos fazer pública a nossa baixa de dita organizaçom e as razons que nos levam a solicitá-la:
A Resoluçom dum caso de agressom machista que tivo lugar há quase três anos por parte do que na altura era um militante da Uniom da Mocidade Galega (UMG) e Galiza Nova. Na altura o caso nom foi tratado com a importância que devera, sobretudo, polas malas práticas da que era a Responsável Nacional de Organizaçom e com a cumplicidade das suas companheiras da UMG. É por isso que em 2019 foi aberto de novo. Com a reabertura deste descobre-se, por um lado, que quando se levou a cabo a denúncia nom foi convocada a Comissom de Garantías (da que faziam parte 4 membros da UMG e umha de Galiza Nova) e polo outro, mais acusaçons cara a outros homens membros do BNG e Galiza Nova que também foram ignoradas.
O grupo de investigaçom intui, e assim o reflete no informe resolutivo, umha vontade de encobrimento por parte da UMG e Galiza Nova cara ao caso em que o agressor formava parte de ditas organizaçons. Assim, a Assembleia Nacional de Açom Feminista, de que fazíamos parte muitas de nós, decidiu quase por unanimidade (com a excepçom das militantes da UMG) abrir um processo de investigaçom cara a esta organizaçom política.
Entendemos que todo isto supom umha verdadeira deslealdade cara ao resto de pessoas organizadas em ERGUER e pom em perigo as mulheres da mesma, ademais de danar a imagem pública dando umha sensaçom de cumplicidade das pessoas que participam no espaço e da própria organizaçom. Todo isto permite que se ponha em dúvida o compromisso com a luita pola erradicaçom de atitudes patriarcais dentro dos movimentos populares de muitos agentes e pessoas às que lhes foi ocultada a informaçom e para os que se impossibilitou o conhecimento de que no espaço de que participavam estava a ser amparada umha agressom devido à passividade e à negativa a realizar as investigaçons pertinentes, escudando-se em que o assunto era “de caráter pessoal” em vez tratar a denúncia da forma adequada e desde dentro da organizaçom, já que era algo que afeta à saúde da mesma, quando foi preciso.
Longe de retificar e reconhecer os erros cometidos, a sua resposta está sendo dirigida a parasilar os movimentos da Assembleia Nacional de Açom Feminista para cubrirem as suas siglas e ocultar a informaçom às bases, sem pôr nada da sua parte para resolver estas acusaçons. Ademais da sua mala praxe e a nula intençom de retificar, a necessidade de esclarecer estes feitos impede o correto desenvolvimento do trabalho da organizaçom, consumindo-se a energia em leas internas e descuidando ao estudantado na situaçom de incerteza e impotência na que se atopa.
Por todo isto, condenamos a atuaçom da UMG e vemos impossível a participaçom em espaços onde se sigam a reproduzir estas dinâmicas que impossibilitam qualquer outro trabalho. Porém, queremos deixar claro que isto nom é umha questom de siglas, mas de princípios ideológicos, e nós entendemos o feminismo como um fundamental, por riba, por suposto, de corporativismos organizativos. Compreendemos que nengum espaço misto pode estar livre de agressons machistas, mas nom que umha organizaçom que se diga feminista encubra conscientemente estes atos pensando, ingenuamente, que beneficia ao coletivo.
Ao mesmo tempo, o sentimento de traiçom por parte das que considerávamos companheiras ao conhecer que durante tanto tempo ocultárom agressons dentro das suas filas cara a outras de nós, também companheiras; nom chega acompanhado de surpresa, já que o sectarismo e as condutas motivadas por interesses puramente partidistas por parte deste sector da organizaçom levavam tempo fazendo impossível o trabalho diário em Erguer. Propondo para a direçom a pessoas desmotivadas e desleixadas, assumindo trabalho que depois nom realizam ou mesmo boicotando ou menosprezando o trabalho das suas companheiras. É frequente também, neste senso, a ausência de informaçom das decisons da direçom para as bases, quando nom há ocultamentos ou desconfianças com a escusa de ‘medo ao boicote’.
Assim, entendemos em definitiva que a organizaçom nom está sendo útil para a resoluçom das problemáticas concretas do estudantado, longe disso, serve mais bem como umha sorte de plataforma propagandística que serviu de correia de transmissom e alto-falante para os posicionamentos do projeto político dalgumhas organizaçons que fam trabalho organizado em Erguer e que precisamente é isto o único que buscam na organizaçom: grelhas novas de estudantes aos que convencer para engrossar as filas do seu projeto político.
Nada nesta forma de agir representa às pessoas que fazemos parte do movimento estudantil com o objetivo de mudar a realidade das estudantes mais precarizadas, fazendo-a mais justa para todas, e que hoje assinamos este documento. Os tempos nos que nos encontramos, sobretudo com a crise que já está aquí e que danará fortemente ao estudantado das camadas populares, som mui complexos. Sabemos que nom é o momento de abandonar o movimento estudantil, longe disso queremos seguir a trabalhar com mais forças ainda por um ensino público, galego e feminista. Por isso nom podemos permanecer num espaço que paralisa toda atividade, temos que estar à altura das luitas que virám. Da mao de todas as que queiram avançar com sinceridade, mas rechaçando de frente as dinámicas que aquí se denunciam. A decisom a tomar após a Resoluçom do caso é de urgência, polo que no menor tempo possível solicitamos as baixas da organizaçom.