Na Galiza sabemos o que é ser perseguidos por ideias e acçons políticas baixo a consigna policial da “apologia do terrorismo”. Por isso sona tristemente familiar o que vem de acontecer na Turquia, um Estado, como o espanhol, treinado na perseguiçom da dissidência. Trás 288 em greve de fome, a música Helin Bolek, militante comunista e membro do grupo Yorum, faleceu há nove dias. O governo turco proibira esta banda musical e encarcerara os seus membros. Vários deles apostárom na greve de fome contra a censura do poder.

Helin Bolek tinha 28 anos. O seu compromisso político e musical levara-a à cadeia, junto com os seus companheiros. Autoridades proibiram qualquer actuaçom do grupo em 2016. Estado turco acusava-os de estarem ligados à Frente/Partido Revolucionário do Povo, ilegalizado na Turquia e perseguido aliás polos USA e a Uniom Europeia. Trás as grades, Helin e o seu companheiro Ibrahim Gokcek iniciaram protesto contra a proibiçom do seu grupo, e continuaram-na numha vez postas em liberdade, no passado novembro. Ainda hoje dous membros de Yorum permanecem em prisom.

Num acto de compromisso até as últimas consequências, Bolek e Gokcek rejeitaram tratamento hospitalário. Há três semanas foram conduzidos forçosamente a umha unidade de cuidados intensivos, mas refugárom suspender o protesto. O governo turco manifestou que qualquer negociaçom passava “por abandonarem a greve”, e ante a falta de resposta às suas reivindicaçons, ambos militantes decidírom-se a seguir até o final. As demandas do grupo som elementais: levantamento da proibiçom, eliminaçom do grupo da lista de “organizaçons terroristas”, fim das rusgas policiais contra o seu centro social, libertaçom das presas do grupo, e supressom de todos os cargos contra eles.

A morte de Bolek causou arrepios em todas as pessoas sensibilizadas com a causa da dignidade e a liberdade de expressom, arrepios que ainda se fixérom maiores ao ver como a polícia turca sequestrava o caixom durante o enterro e batia nos solidários que acodiam a despedi-la. Músicos de Banda Bassotia enviaram pola rede a sua mensagem solidária, e até associaçons de escritores como o PEN Americano enviárom as suas condolências, que obviamente foram massivas no caso de organizaçons comunistas e anarquistas de todo o mundo. Em vários países da Europa, da Inglaterra à Grécia, passando pola Suíça, faixas, concentraçons em murais recordam e homenageam esta mulher valente.