Na comarca do Barbança está-se a escrever a segunda parte de Crónica dumha morte anunciada. Se no livro de García Márquez se relatava um cúmulo de casualidades fatais, neste caso nom há espaço para a coincidência, sim à falta de planificaçom e de escrúpulos por parte dumha patronal caciquil e inumana.
Quando começava o estado de alarma, decretava-se que a alimentaçom era um sector imprescindível e nom parava. Esse mesmo dia, comunicava-se-lhes a muitas trabalhadoras que trabalhariam o sábado e o domingo para nom deixar os centros comerciais sem fornecer. Nesse primeiro momento muitas pessoas pensávamos que ainda ficaria algo de sentido comum no empresariado e que tomariam medidas de proteçom para as trabalhadoras, entre as que primeiramente parecia estar a reduçom das quendas numha hora para que as mulheres nom se acugulassem nos vestuários, está medida demoraria 15 dias em chegar. De que a entrada se figesse gradual dentro de cada quenda de 400 pessoas, isso já é muito pedir.
Nesta comarca da Arousa, nom há família que nom tenha alguém trabalhando numha conserveira e como no resto de Galiza temos umha populaçom mui avelhentada, polo que a desgraça se está a cozinhar a lume lento (polo de agora). Agora já sabemos de contágios na maioria (se nom em todas) as fábricas de conserva, a primeira morte dumha pessoa por Covid19 na comarca está relacionada co sector, um senhor que convivia com umha pessoa que trabalha nele. As novas de contágios, ainda que nom sejam oficiais, multiplicam-se exponencialmente coma no resto dos casos.
O sentido comum para quem vemos as cousas desde fora di-nos que de nom parar a patronal (que nom o fará) deveriam parar as trabalhadoras. Mas estamos dediante dumhas empresas nas que há sindicatos vetados e que contam com exemplos de trabalhadoras despedidas ou que nom volvérom trabalhar por pertencer a eles. Quando se “castiga” as pessoas por nom estar disponíveis, quando a empresa as precisa deixando de chamá-las noutras ocasions… Empresas nas que se ameaça com levar a produçom fora se nom ganha o partido que tem que ganhar no concelho. Com este caldo de cultivo, desde dentro tenhem medo. Medo de nom volver trabalhar e por isso nom param.
Os armacéns estám cheios mas as trabalhadoras seguem a acudir ao seu posto de trabalho, até que a realidade obrigue ao paro e/ou ao feche. Quiçá seja isso o que querem, que o feche os colha cos armacéns cheios. Agora haverá que esperar a ver quais som as consequência e e que as vítimas nom sejam muitas.