Desde semanas prévias ao 1 de abril diversos panfletos e comunicados de colectivos polos direitos sociais venhem exigindo ao Governo espanhol a suspensom de pagos dos alugueiros para as pessoas mais precarizadas. Redes colectivas como o GAM (que agrupa arredor dumha decena de bairros da Corunha) chamavam a denunciar dita situaçom somando as suas vozes ao clamor por umha vivenda digna, pola suspensom de pagamento do alugueiro como medida de choque social contra a crise do coronavirus.

Várias entidades venhem de convocar, já desde dias prévios, mas também desde o 1 de abril, umha greve de alugueiros. Entre elas está o sindicato de inquilinas de Vigo. Diverso material gráfico circula polas redes sociais chamando à desobediência, algúm deste dum jeito lúdico e criativo (“pendura o teu papa-ventos como símbolo de solidariedade” diz um cartaz).

Independentemente da postura que cada quem adoptar ante dita greve, é evidente (e assi publicam também grandes agências mediáticas) que estamos ante um fenómeno que afecta ao nosso país,e que fomenta a desobediência entre os sectores sociais mais oprimidos. Desde este portal nom podemos mais que fazermo-nos eco deste tipo de mobilizaçons, querendo servir fomentar também o hábito do apoio mútuo e a acçom direta. Citando Cuco Giner: “Frente umhas visons que destacam o triunfo do capital (…) como um mosaico de indivíduos e coleitivos atomizados (…) opta-se por perfilar outras siluetas urbanas. Nelas destaca-se a recomposiçom das relaçons sociais e las redes de ajuda mútua (…) de novas estrategias relacionais, económicas e simbólicas que permitem aos individuos enfrentarem-se ao conhecido e domar o desconhecido”

Motivos para ir à greve

Segundo nos apontam as organizadoras “os motivos para ir à greve som evidentes: atopamo-nos confinadas nas nossas casas, sem posibilidade de ir a trabalhar; aprobárom miles de ERTEs que suponhem umha reducçom dos nossos ingresos (para quem os tem) num 30%; porque se a produzírom milhares de despedimentos e alviscam-se produzir mais a curto e meio prazo mas nom se estám a tomar medidas para proteger a classe trabalhadora”.

Grandes bairros obreiros, habitados por assalariados e autónomas, os mais castigados pola
política de aluguer. Imagem: noticiasvigo.es

Dias depois da convocatória de greve em todo o Estado, o governo espanhol aprobou de urgência o Real Decreto-Ley 11/2020, de 31 de março, que regula um novo paquete de medidas “para apoiar as familias e os coletivos mais vulneráveis, que, tras a paralizaçom de gran parte da actividade económica, vírom afectados os seus sus ingresos”. Mas ditas medidas resultam de todo insuficientes para sindicatos e organizaçons sociais, que desde o Estado de Alerta som demandados pola populaçom, nascendo novos projectos de autoorganizaçom popular nas cidades, mas também no rural.

As medidas aprovadas polo governo espanhol para o ámbito da vivenda consistem em dar visto e praze a umha moratória de desafiuzamentos para famílias que pudessem acreditar que se atopam numha situaçom de vulnerabilidade social ou económica, deixando fora quem se atopavam anteriormente nessa situaçom. Permite, entre outras medidas, negociar um adiamento de parte do pago das rentas do algueiro (que nom suprimir, como exigiam colectivos pola vivienda), que será obrigatório quando o arrendador seja propietário de mais de 10 inmóveis.

Entre as questons criticadas desde as organizadoras, está o feito de que se estejam a anunciar “ajudas a modo de microcrédito, fomentando ainda mais o endividamento, financiadas com 700 milhons para garantizar o cobro das dívedas quando há poucos anos se destinárom 65.000 milhons de euros para os bancos”

Medidas do governo espanhol consideram-se insuficientes por parte do movimento
grevista. Imagem: 20minutos.es

“Vemos que as multinacionais están comprando as vivendas para especular, e ao lado de gente sem poder pagar a sua vivenda, existem prédios enteiros em maos dumha minoria, umha boa parte deles baleiros”

O web Suspensión Alquileres ofrece informaçom em detalhe de como realizar a greve e modelos de notificaçom de impagos no nosso idioma. Existe ademais umha “caixa de resistência para a greve” que se nutre das aportaçons solidárias atravês da página de crowdfunding Goteo.

Precedentes de greves de alugueiras

A ideia de realizar umha greve de alugueiros nom é nova, pues conta com infinitude de antecedentes históricos em todo o mundo. Em Euskal Herria levou-se adiante Barakaldo e Sestao em 1905 por 2.000 famílias, outra, em Catalunya, impulsada pola CNT e mantida por miles de famílias de Barcelona durante oito meses de 1931 por citar dous exemplos em naçons próximas. Experiências deste tipo dérom-se desde os alvores do movimento obreiro em Buenos Aires, Glasgow, Comuna de París, México, etc. como explica Luis de la Cruz no artigo «Umha geneaologia da lucha revolucionária contra os desafiuzamentos»