O discurso do ódio contra as pessoas migrantes está sustentado sobre mentiras e médias verdades. Mentiras e médias verdades impulsadas e espalhadas deliberadamente desde a mídia empresarial sem nenhum respeito à verdade. Amiúde, estes discursos alimentados com mentiras estám já tam arraigados no sentir da gente que nom é necessário nem dar os dados que o corroborem, e quando umha intenta oferecer dados reais para deitar luz sobre a questom é observada com incredulidade.
Assim, por exemplo, quando o líder de Vox dizia que o 70 % dos violadores em “manadas” eram estrangeiros, era falso, mas nom era preciso dar as fontes dos dados. O certo é que nom existem estatísticas oficiais sobre “violaçons em grupo” e as estatísticas existente sobre agressons sexuais e outros delitos contra a liberdade sexual devolvem percentagens mui inferiores ao 70 % (segundo os últimos dados do Ministério de Interior, houvo um total de 659 pessoas detidas e investigadas por delitos contra a liberdade sexual, das que apenas 148 eram estrangeiras). O binómio migraçom-delinquência está suficientemente enraizado na opiniom pública para que nom seja necessário aportar nenhum dado.
Mas além deste mito sobre a migraçom, existem muitos outros em relaçom à criminalidade. Se acudimos aos novos dados publicados polo Ministério do Interior no Portal Estatístico de Criminalidade, umha fonte pouco suspeitosa de ser esquerdista ou antissistema, podemos questionar algumhas destas crenças.
Delitos contra a liberdade sexual
Desde determinados setores dizem que hoje a sociedade na que vivemos já nom é tam machista. Dizem-nos que o feminismo é necessário noutras latitudes do planeta, mas que na Galiza já alcançamos a igualdade.
Os dados dizem o contrário. Os delitos (feitos conhecidos) por agressom sexual com penetraçom incrementárom-se na Galiza um 63 % durante o ano 2019, passando de 57 a 93 violaçons: umha média de quase duas cada semana. No conjunto do estado, a cifra alcança as 1.878 violaçons o que devolve umha cifra de mais de cinco diárias. Se atendemos ao conjuntos dos delitos contra a liberdade e indemnidade sexual, a cifra também ascendeu notavelmente (+10,5 %) ultrapassando as 15.000 agressons anuais.
Estes dados nom tenhem porque significar necessariamente que agora se produzam mais agressons sexuais que nos anos anteriores, podem indicar que as mulheres violadas e agredidas denunciam mais. Mas esta hipótese também demostraria que existe um machismo tam consolidado que mesmo impede que as vítimas denunciem aos seus agressores. Em qualquer caso, as cifras som extremadamente elevadas.
Delitos contra a propriedade privada
Outro feito destacável quando se observam os dados publicados é que os delitos em geral aumentárom e os únicos delitos que o governo e as forças policiais conseguírom reduzir durante o ano 2019 fôrom aqueles relacionados com a proteçom da propriedade privada: os roubos com violência e intimidaçom (-0,5 %), roubos com força em domicílios, estabelecimentos e outras instalaçons (-1,6 %), furtos (-5,1 %).
Reduzem-se os delitos contra a propriedade privada enquanto o resto de infraçons penais fôrom em aumento. Ao final vai ser certo que a Policia e o Estado só protegem a propriedade privada.