Sindicato Labrego Galego convoca jornada nacional na Terra Cha para “tecer redes de ideias e acçons”
Amanhá, 8 de fevereiro, o Sindicato Labrego Galego convoca umha jornada aberta a “colectivos e activistas” na paróquia vilalvesa de Santabalha com o intuito de desenhar estratégias em defesa do rural. Para a organizaçom, o fenómeno de acaparamento de terras, “cada vez mais agressivo e crescente”, pom muito difícil o uso e desfrute por parte das comunidades rurais dos bens colectivos.
No encontro estarám presentes associaçons de afectados polas louseiras, colectivos contra a depredaçom mineira, comunidades de montes, vizinhança afectada por novos parques eólicos, e associaçons ambientalistas de ámbito nacional. No total, trata-se de vinte entidades de ampla representaçom geográfica, pois no encontro tratarám-se problemáticas ambientais da Marinha a Vigo, e de Bergantinhos à Terra Cha.
A problemática: despossessom
Ao analisarmos as dificuldades históricas do rural galego, habitualmente citamos a despopulaçom e a queda dos preços de produtos agrários. Estes seriam os causantes do debalar do sector primário nas últimas décadas. Menos se repara, porém, num terceiro factor que intensifica a decadência: o acaparamento de terras, por vezes em forma de despossessom das comunidades. No seu web, o Sindicato Labrego Galego lembra que a usurpaçom violenta dos montes comunais pola ditadura supujo o abandono de 820000 hectares dedicadas noutrora a usos gadeiros e silvopastoris. Com a direita espanhola empoleirada nas novas instituiçons autonómicas, perdêrom-se ainda 200000 hectares de superfície agrária. Umha política florestal decididamente volcada à produçom eucalipteira foi convertindo o occidente da Galiza num grande viveiro de monocultivo. Segundo o SLG, o recuo das terras agro-gadeiras pujo em causa a rendibilidade e competitividade das granxas, nomeadamente as do sector leiteiro, e causou um grave problema “de acesso à base territorial” que se mantém na actualidade.
Capitalismo extractivista
O século XXI inagurou-se na nossa Terra com novas ameaças: a primeira delas, um desenho de planos eólicos invasivos, enxergados polo fraguismo, continuados polo bipartido, e desenvolvidos no máximo por um governo Feijoo que pretende ignorar as mínimas recomendaçons de protecçom ambiental. O SLG recorda que, junto com os tendidos eléctricos e a exploraçom mineira, estes planos industriais confinam sempre “a superfície agrária a um segundo plano.” O bem estar vizinhal é sacrificado “diante dos interesses, decotio especulativos, da patronal mineira e energética.”
Alternativas sectoriais e globais
Formulada esta análise, o SLG pretende “que o tecido social galego que tem na defesa da terra umha das suas prioridades, saia fortalecido”. Do mesmo modo, das jornadas sairám provavelmente demandas concretas a exigirem umha legislaçom protectora dos “usos agrogadeiros, dos valores ecológicos e humanos da terra frente interesses especulativos e industriais.”
À margem das exigências concretas que se formularem o sábado na Terra Cha, o SLG está a piques de dirigir-se ao recém estreado governo espanhol para lhe colocar um decálogo de medidas que considera “imprescindíveis para revitalizar o meio rural, e fazer da agricultura e da produçom de alimentos o seu principal alimento.” O sindicato enviará as suas propostas através dos grupos galegos com representaçom em Espanha. O SLG exigirá o cumprimento dumha política de preços mínimos para produtores e produtoras, a rejeiçom do acordo comercial da Uniom Europeia com Mercosur, e a reforma dumha PAC que “deve definir estritamente o que é um labrego ou labrega.” A achega de volumosas subvençons a terratenentes absentistas, enquanto o pequeno lavrador sobrevive com ajudas públicas à míngua, foi um dos macro-desenhos europeus que contribuiu para o retrocesso histórico dum agro de pequena exploraçom como o galego. No capítulo mais propositivo, o SLG vinca na sua aposta pola “agroecologia”, os “serviços públicos no rural”, e políticas de titularidade que efectivem umha igualdade de género real. Numha teórica assunçom da emergência climática por parte dos poderes europeus, o sindicato pede que as compras públicas de produto alimentar forem, de partida, num 20% agroecológicas, para chegarem a ser o 100% em 2030.
Quem quiger consultar polo miúdo o programa reivindicativo do SLG pode fazê-lo na íntegra no seu web.