Nesta última semana de janeiro vem de sair do prelo o número 185 do jornal mensal ‘Novas da Galiza’. Neste mês, o ‘Novas’ coloca como tema principal a luita que leva anos a desenvolver-se no nosso país por um sistema de pensons digno, recolhendo a voz dalgumhas das pessoas que participam desta mobilizaçom e prestando atençom à sua trajetória militante.

O editorial deste número pom em valor a solidariedade de classe caraterística desta luita, assim como reflete que essa solidariedade também tem que se exercer para luitar contra a fenda de género presente no sistema público de pensons e outras desigualdades estruturais presentes nele.

Já no texto da reportagem, o jornalista Aarón L. Rivas recolhe, entre outros, o testemunho de Guillermo Fontán, presidente da Modepen, cuja trajetória sindical já se iniciara no Vigo da década de 70. “A classe proletária sempre que quijo melhorar as suas condiçons de vida tivo que organizar-se e mobilizar-se”, exprime Fontán. Também nesta reportagem recolhem-se as reflexons de Xosé Fortes, do coletivo de pessoas jubiladas e pensionistas da CIG, quem após ter-se mobilizado ao longo da sua trajetória sindical por umhas condiçons laborais dignas no ensino público participa da luita em defesa do sistema de pensons. “A soluçom é ter a vontade de contar com um sistema público de pensons”, salienta Fortes.

Neste número do ‘Novas’ também se narra, da mao da jornalista Maria Álvares Rei, o sucesso das mobilizaçons da vizinhança de Verim contra o feche da sala de partos no seu hospital. Assim, expom-se umha cronologia desta luita, do 22 de novembro -dia em que era anunciado o feche da sala de partos- até o 18 de janeiro -quando era anunciada a reabertura trá-la incoporaçom de duas pediatras-. Álvares conta como no tempo em que estivo fechada a sala de partos fôrom atendidos vários partos por ginecólogos que se negavam a enviar as mulheres a Ourense, um trajeto de uns 45 minutos. Álvares também salienta que o hospital de Verim estava a converter-se num centro com baixos índices de partos instrumentais, sofrimento fetal e cesáreas.

O bloco central de reportagens conta com umha entrevista realizada por Xián Naia S. ao ex-preso independentista Carlos Calvo Varela, que leva por título “A prisom fai as pessoas extremadamente dependentes, em todos os sentidos”. Nesta conversa, Carlos Varela expom as suas experiências e reflexons arredor dos dispositivos de dominaçom dentro dos cárceres, assim como expressa a sua leitura do momento atual do independentismo galego.

O Bom Viver

Na macro-seçom cultural deste número, a capa está reservada para o texto de João Aveledo arredor das matas ribeirinhas do nosso país. Aveledo expóm a importância ecológica de espécies arvóreas como o amieiro, o freixo ou o salgueiro. Assim, também denuncia como as ferramentas jurídicas para a proteçom destes bosques nom está a conseguir mantê-los livres da presença de espécies invassoras, como podem ser o eucalipto, a mimosa ou a acácia-bastarda.

Esta seçom conta com um texto de Iratxe Retolaza com o título de ‘A prisom escrita e descrita sobre mulheres’, em que reflete arredor dos textos escritos por mulheres presas assim como a participaçom do movimento feminista na visibilizaçom desses escritos. “Mostra-se em muitos deles o desarraigamento familiar, já que enquanto os presos homens costumam expressar que as famílias som o seu apoio e sustento, o sistema agrega às presas o sentimento de culpa por ter abandonado a família”, expóm Retolaza.

No Bom Viver há espaço também para umha entrevistada ao historiador Martín Fernández Calo realizado pola jornalista Alba Moledo, com o título “O reino suevo foi marginado polo seu difícil encaixe no relato nacional espanhol”. Fernández Calo vem de apresentar ‘Estado, poder e estruturas políticas na Gallaecia: séculos II a.C.- VIII d.C’, onde analisa a etapa do Baixo Império romano e a evoluçom dos povos germánicos. Assim, este investigador expressa a importância de investigar essas épocas, ainda escuras na nossa historiografia.