Recebemos na nossa reacçom um comunicado do Colectivo de Pres@s Independentistas Galeg@s em que se analisa polo miúdo a conjuntura social e política em que entra o movimento a raiz da Operaçom Jaro. Prisioneiras e prisioneiros políticos afirmam que se bem a repressom espanhola “nom é nada novo”, pola vez primeira esta procura a ilegalizaçom de opçons políticas e sociais que desenvolvem o seu trabalho publicamente e na legalidade. A gravidade da situaçom, entende o CPIG, obriga a rejeitar “conciliaçom, fugida ou covardia. Temos a obriga de fortalecer umha resposta galega e popular frente a extrema direita empoleirada nas altas instáncias judiciais e corpos repressivos do Estado, que ameaçam com todo.”

A seguir reproduzimos na íntegra o texto enviado:

“Nos próximos meses doze militantes independentistas serám submetidas a um juízo de eminente carácter político na Audiência Nacional. Possivelmente nom seja isto o mais salientável em si mesmo, nem constitui umha novidade para o movimento independentista, sem embargo topamo-nos ante um feito repressivo sem precedentes de semelhante envergadura contra as expressons ou políticas da causa galega.

Estes e estas reconhecidas militantes políticas e solidárias frente a repressom encarnam nas suas pessoas a acusaçom contra um activismo público que se vem desenvolvendo desde há décadas dentro dos cauces da legalidade vigorante, o que resulta eloquente, e diz respeito do estreitamento das margens do permitido hoje neste Estado, que está a converter o seu Código Penal e demais leis securitárias numha esmagadora de direitos civis e liberdades públicas.

Cumpre tomar consciência desta gravíssima agressom, que supom umha ameaça para toda a cidadania galega e as suas possibilidades de auto-organizaçom e mobilizaçom política. Engana-se quem considerar que estas doze militantes som acusados por reivindicar exclusivamente a memória da Galiza combatente ou solidarizar-se activamente com os prisioneiros políticos; estes homens e mulheres enfrentam umha petiçom fiscal de 102 anos de cadeia por reunir-se, convocar manifestaçons e palestras ou editar propaganda, o que constitui um salto repressivo contra a dissidência e o activismo opositor ao regime jurídico-político vigorante desde posiçons soberanistas no nosso País.

Abundam exemplos desta deriva liberticida, personalizada em músicas, sindicalistas, activistas contra a especulaçom imobiliária, políticos e advogadas bascas…que chega ao paroxismo no contexto do conflito político catalám. A “democracia espanhola” cessa presidentes autonómicos via artigo 155 ou retorcendo a lei eleitoral, uncumpre as formalidades processuais para enjuizar e condenar cargos eleitos, desouve sentenças dos tribunais europeus que ispem as clamorosas carências democráticas do Estado espanhol…todo isto, que para nós nom descobre nada novo, evidencia a fraqueza do projecto nacional espanhol sostido num regime jurídico-político cada vez mais deslegitimado socialmente, e questionado no plano internacional.

Neste processo penal, o nosso povo joga-se a vigência de direitos fundamentais básicos. Os acusadores pretendem circunscrever a liberdade ideológica do dissidente ao pensamento íntimo e inconfessável; a liberdade de expressom ao ámbito privado e clandestino; o direito de associaçom e participaçom política ao clube de oferentes de mercadotécnia político-institucional inofensiva na sua ilusom eleitoral. O totalitarismo neoliberal global é ciente de o modelo económico-social depredador e miserento só pode prolongar a sua vigência aniquilando a voz revolucionária e generalizando o medo, e os espanhóis, como sempre, nestas lides empregam-se sem contemplaçons.

Vejamos quem acusa nesta macro-causa contra o independentismo galego: um corpo armado que tem as suas gadoupas enfouçadas em sangue anti-fascista e patriota desde há décadas. Esses tricórnios e capas que sementárom o terror polos nossos montes, aldeias, vilas e cidades; hoje com novo vestiário e e aplauso mediático, dedicam-se a vigilar, perseguir e assaltar as vivendas de militantes pola Galiza. Acompanham-nos os togados que substituírom os uniformes militares na tarefa de garantir a orde e a legalidade espanhola baixo o paradigma do direito penal do inimigo. Quem é o terrorista nesta equaçom política?

As conclusons som tam óbvias que devessem impeler à máxima mobilizaçom solidária com as e os acusados, porque se os terroristas imponhem as suas teses repressivas, o futuro que nos aguarda estarrece.

Nom som intres de conciliaçom, fugida nem covardia. Temos a obriga de fortalecer umha resposta galega e popular frente a extrema direita empoleirada nas altas instáncias judiciais e corpos repressivos do Estado, que ameaçam com todo, a todas e todos.

Nós, receitores da generosa solidariedade e assistência de centos de galegas e galegos, e também particularmente das hoje encausadas, manifestamos o nosso carinho e apoio a eles e às suas famílias, e anunciamos que coincidindo com o início do juízo político na Audiência Nacional protestaremos nas cadeias, rejeitando a comida oferecida polos cárceres durante toda a jornada, comunicando formalmente a nossa denúncia deste ataque repressivo.

Fazemos um chamado à cidadania, organizaçons políticas e colectivos sensíveis perante a vulneraçom de direitos, a secundar as mobilizaçons e iniciativas de apoio às e aos militantes encausados, nesta defesa dos direitos e liberdades de todas e todos.

Contra a repressom espanhola, nem um passo atrás!

A nossa solidariedade é imparável!”