Esta é a conclusom à que se chega no último informe do Observatório Social de La Caixa. Segundo os dados recolhidos para elaborar o informe, as desigualdades crescêrom notavelmente nos últimos anos. Se no ano 2003 a percentagem do alunado mais pobre que repetia curso era do 40,9 %, no ano 2015 esta percentagem crescia até o 49,9 %. Um incremento mui elevado para umha cifra que já era desproporcionada. Deste jeito, a metade das alunas e alunos de nível socioeconômico baixo repete curso.

No caso do alunado que procede de famílias de nível socioeconômico médio e alto, também se produziu um incremento, mas de jeito muito mais moderado. Para o alunado procedente de famílias de nível socioeconômico médio as percentagens passárom do 31,1 ao 32,4 %, e para as famílias mais ricas, do 15,1 ao 15,5 %. Cumpre mencionar que o informe foi realizado seguindo a divisom socioeconómica do indicador PISA, que estabelece três grupos em funçom do nível socioeconômico das famílias.

Ainda que esta seja a conclusom mais salientável do informe, este também adverte de outros fatores alarmantes, como é o caso do alto grao de abandono escolar, o alto nível de segregaçom ou que o Estado Espanhol seja um dos estados da Uniom Europeia que menos inverte em educaçom, nom alcançando nem sequer o 10 % do seu PIB. Enquanto o Estado aforra o máximo possível na educaçom o informe também revela que as famílias gastam cada vez mais: compra de livros, matrícula e pago das mensalidades dos centros educativos, pagamentos dos másters, cursos de idiomas, academias ou professores particulares de reforço. Quem pode permitir-se estes gastos, conta com mais possibilidades de sucesso académico. Além do mais, as famílias de nível socioeconômico alto, que acostumam nom padecer tam duramente os rigores da exploraçom laboral e os seus horários, tenhem mais facilidades para a implicaçom na educaçom das crianças, o que também repercute nos resultados académicos.

Mas as diferenças de classe já começam mais cedo tal e como explica Save the Childen, no seu informe Onde tudo começa, onde dá conta das diferenças à hora de escolarizar as crianças menores de três anos. O 62,5 % das crianças das famílias com mais recursos é escolarizada neste período de idade, enquanto apenas o 26,3 % delas o podem fazer se pertencem às famílias mais pobres. A questom económica é o motivo alegado polas famílias para nom matricular as suas crianças nas escolas infantis.

Todos estes feitos, somados, explicam que o alunado que provem das famílias com rentas mais altas obtenham melhores resultados. O esforço pessoal e a meritocracia empalidecem quando as condições materiais nom som favoráveis. E mesmo as entidades que representam ao capital, como é o caso do Observatório Social de La Caixa, um organismo que pertence a umha entidade financeira, podem ocultar que as condiçons materiais som chave no sucesso pessoal, e que o sistema educativo é outro campo de batalha da luita de classes.