Se a começo de mês eram as associaçons do setor da automaçom as que advertiam da caída na venda de automóveis na Galiza, hoje a noticia é a perda de fôlegos do setor imobiliário. Segundo publicou esta mesma semana o Instituto Nacional de Estatística, o mercado imobiliário está a sofrer umha nova crise, pois já encadeia três meses consecutivos de índices interanuais negativos.
Os dados
As cifras que fixo públicas o INE fam referência ao mês de novembro de 2019 e revelam umha piora do mercado da vivenda e do mercado imobiliário em geral. A baixada de vendas afeta a todos os tipos de bens imóveis e tanto o mercado de fincas rústicas (-8,8 %) como o de fincas urbanas (-7,9 %) baixárom o seu número de vendas a respeito do mesmo mês do ano anterior. E dentro das fincas urbanas, os imóveis destinados à vivenda som os que devolvem uns piores resultados, chegando a nível estatal a sofrer umha descida de vendas do 9,3 %.
Na Galiza esta cifra é mais moderada e beira o 2 %, mas há que ter em conta que já se trata da comunidade onde menos vivendas se mercam. Em concreto, na Galiza só se vendérom 65 vivendas por cada 100.000 habitantes, o índice mais baixo do Estado.
Umha crise global
A perda de força do setor imobiliário e do automóvel nom é apenas um fenómeno local, mas global. Como exemplo, pode-se atender também às cifras dos grandes grupos da automaçom. Concretizando, o grupo PSA, proprietária da planta de montagem situada em Vigo, vem de anunciar que sofreu umha reduçom de vendas a nível mundial de 390.000 unidades durante o ano 2019, o que representa um descenso superior ao 10 % a respeito do ano anterior.
Um novo ataque liberal
O direito à vivenda, que teoricamente estava garantido pola Constituçom Espanhola, já leva décadas a ser vítima da especulaçom. Logo de décadas de liberalizaçom do setor, ser proprietário da tua própria casa é já um privilégio, e mesmo o aceso à vivenda em régime de arrendamento está cada vez mais difícil por enquanto a vivenda de aluguer é o alvo de umha nova bolha especulativa.
O capital já nom consegue manter o crescimento em setores que eram considerados os termómetros da saúde da economia mundial (automaçom). E isto provocou que setores que décadas atrás estavam menos expostos ao mercado, agora sejam um mercado mais de onde tirar lucros, como é o caso do mercado imobiliário. A crise que alcança também a este setor fai prever que o capital dê umha nova volta de porca e trate de acudir a novos setores menos mercantilizados para manter as taxas de lucro: educaçom, sanidade, serviços sociais, segurança…
Este fenómeno, polo qual se produze a mercantilizaçom de âmbitos até o momento pechados ao mercado com a finalidade de manter o sistema capitalista é o que o teórico marxista David Harvey batizou como acumulaçom por espoliaçom. E em palavras do próprio Harvey, “a medida que a privatizaçom abre novas oportunidades de acumulaçom, os capitalistas podem dizer que temos uma economia mais dinâmica, mas o preço que deve pagar-se por ela é que as pessoas perdem os seus direitos comunitários em todos os domínios que som privatizados. Por essa razom é que chamo a isso acumulaçom por espoliaçom“.