Os cárceres escondem as provas do falho deste siste-ma. Som um poço sem fundo onde ocultar os desajustes da desigualdade social. Um tapete gigantesco baixo o qual varremos aquelxs que nom soubérom adaptar-se às exigências dum sistema classista e injusto. Por isso se constróem em lugares cada vez mais afasta-dos das povoaçons: para nom xs vermos.

Algumhas pessoas solida-rias levamos anos tentando visibilizar este feito através de todo tipo de protestos. Nom o podiam permitir e por isso agora ameaçam com encarcerarnos. A umha companheira pedem-lhe três anos de cadeia só polo facto de ser convocante da XIII Marcha à prisom de Teixeiro.

Vam já quase vinte anos que solidarixs de toda a Galiza convocamos marchas anuais ao cárcere de Teixeiro com o fim de protestar contra o sistema penitenciário. Tambén pretendemos achegar-lhes um pouco de calor e apoio às pessoas ali encerradas, amossar que nom todxs nos esquecemos do seu sofrimento.

Dar visibilidade a aquilo que deve estar escondido? Nom havia poder suportar tal infâmia o aparelho repressivo, assim que logo começárom a intimidar xs assistentxs. Primeiro plantárom árvores frente ao lugar dos protestos, para evitar que xs presxs vissem xs manifestantes. Continuárom sancionando aquelxs que levavam petardos para que tampouco pudessem ouvir-nos. Mais adiante picárom-nos as rodas de todos os carros, para demostrar que nom se importam nem com a sua própria legalidade na guerra sucia contra a solidariedade. Logo sancionárom xs condutores dos veículos por supostamente estarem mal estacionados. Como ao ano seguinte fomos de autocarro, multárom todxs xs asistentxs, pois nom se convocou legalmente. Até que no ano 2013, após uns leves forcejos entre guardas civis e manifestantes que tiravam petardos, imputárom penalmente a pessoa que solicitara o permisso com petiçom fiscal de três anos de prisom. Para outras duas pessoas assistentes pedem penas inferiores a dous anos em relaçom aos forcejos. As marchas, claro, continuam a realizarem-se. Sete anos mais tarde, o aparelho repressivo ao que chamam “justiça” senta no banco xs nossxs companheirxs. A desproporçom das acusaçons mostra que para este sistema nom há pior crime que a solidariedade e a dissidência.

Chega o momento de enfrentar a repressom e o castigo. Chega o momento de demonstrar que na luita pola liberdade todxs estamos comprometi-dxs. Solidariedade com as pessoas solidárias! Agora e sempre: Se nos tocam a umhx, tocam-nos a todxs! Abaixo os muros das prisons!

Texto publicado no nº 16 de Nordês Periódico Anarquista de Outubro de 2019