Durante o passado mês de novembro Endesa fazia público o seu plano estratégico 2020-2022 onde anunciava que antes de finalizar o ano 2022 fecharia a central térmica das Pontes. A central leva já mais de médio ano parada, e durante estes meses houve numerosos protestos para evitar o seu peche definitivo.
Pequenas noçons técnicas
Para compreender melhor a situaçom é conveniente entender primeiro algumhas questons técnicas. Umha central térmica é basicamente umha instalaçom de produçom de energia elétrica a partir da energia liberada por um combustível. Esta energia liberada gera um gás a pressom que fai girar o alternador eléctrico onde se transforma a energia mecânica em energia eléctrica.
Existem muitos tipos de centrais térmicas, mas no sistema eléctrico espanhol predominam três: as centrais nucleares, as centrais de ciclo combinado e as centrais térmicas convencionais. Quando se emprega um combustível nuclear, nomeadamente núcleos de urânio, denominam-se diretamente centrais nucleares. Este tipo de instalaçons nom contribui ao efeito estufa, mas tenhem um problema maior: a geraçom de resíduos radioativos. Se no lugar de empregarem-se combustíveis nucleares se empregam combustíveis fósseis (carvóm, gás natural, petróleo ou biomassa) temos as centrais térmicas convencionais e as de centrais de ciclo cominado. A diferença fundamental entre elas é que nas de ciclo convencional há umha única usina que é movida por vapor de água a alta pressom enquanto nas de ciclo combinado há duas usinas, a primeira movida polo gás a pressom gerado na combustom e a segunda usina impulsada por vapor de água gerado com o calor residual da primeira. Isto provoca que as centrais de ciclo combinado sejam mais eficientes que as convencionais.
Por tanto, as centrais térmicas mais singelas e as mais rentáveis som as centrais convencionais, mas também som as mais poluentes, pois nom só geram enormes quantidades de CO2 e outros gases de efeito estufa, mas também dióxido de enxofre (SO2) que provocam a chuva ácida.
As centrais térmicas podem utilizar diferentes combustíveis. No caso da central das Pontes, dos cinco grupos de geraçom eléctrica, quatro empregam carvom, o combustível fóssil mais contaminante (emite 1 Kg de CO2 por cada kWh de energia produzido). Apenas o quinto grupo, posto em marcha no ano 2008, é de ciclo combinado e usa gás natural.
E um último dado, existem várias qualidades de carvom. Em ordem crescente de percentagem de carbono e poder calorífico som: turfa, lignito, hulha e antracito. O carvom com mais poder calorifico e o antracito, e o de pior é a turfa, cumha qualidade tam baixa que já nom é possível emprega-lo nas centrais térmicas. Em concreto, a central das Pontes foi desenhada para consumir lignito, o mais ruim para queimar numha central térmica. Inicialmente, o carvom queimado era todo procedente da mina que existia à beira da central, mas devido à sua baixa eficiência e alta contaminaçom na década dos 90 foi adaptada para consumir umha mistura ao 50 % de lignito e hulha importada. Quando se fechou a mina local passou a consumir unicamente hulha importada.
Nom era possível contruir umha central térmica que contaminase mais. Como consequência de todo o anterior, a central das Pontes é a mais poluente do estado espanhol com a emissom de 7,9 milhons de toneladas de CO2 durante o ano 2018.
Nom é de estranhar que coa suba dos preços de aquisiçom dos direitos de emissom de CO2, a planta nom seja tam rentável para Endesa. Esta é a causa última do seu peche.
Saqueio sem consequências
Trás quase médio século furtando matérias primas e poluindo o ar e as águas da comarca, depois de décadas recebendo ajudas públicas para as sucessivas reformas, logo de obter lucros milonários, quando nom é rentável seguir contaminando, Endesa bota o peche da central. Sem importar as consequências econômicas e sociais dumha comarca que se viu obrigada a depender dela. Sirva de liçom a ter em conta ante futuras promesas de progresso: pam para hoje e destruiçom do patimónio natural e fome para amanhá.
Pola sua vez, o conselheiro de economia da Junta pretende que a empresa energética se beneficie de incentivos económicos para que a indústria poda seguir contaminando. Um dos maiores representantes do capitalismo verde na Galiza nom tem reparos continuar contaminando se a fatura dos direitros de emissom de CO2 se paga com fundos públicos.