‘A ingerência que esta a fazer Estados Unidos em America Latina nom é em absoluto algo novo e nom se limite simplesmente a América Latina.

Os persistentes e frequentemente invariáveis rasgos da política exterior de Estados Unidos estám muito arraigados nas suas instituiçons e na distribuiçom do poder na sua sociedade. Estes fatores determinam um restringido marco para a formulaçom de políticas com poucas possibilidades de desviaçons.

A planificaçom e a açom estám baseadas em princípios e análises geopolíticas, decote muito detalhadas com precisom em documentos internos Estám assim mesmo postos de manifesto com muita claridade na realidade histórica. Se se entendem bem estes princípios, entom poderemos compreender sem temor a equivocar-nos demasiado o que Estados Unidos está a fazer no mundo.

A política atual de Estados Unidos em Latinoamérica também se entende melhor se a colocamos dentro duns esquemas históricos que mudárom mui pouco polo nexo relativamente estável dos interesses e dos poderes polos quais surgírom,

O primeiro princípio é que a política exterior de Estados Unidos está desenhada para criar e manter umha ordem internacional, em que os interesses económicos ianques puderem prosperar; um mundo das ‘sociedades abertas’, no sentido de sociedades abertas a investimentos lucrativos, a expansom de mercados de exportaçom e de transferência de capitais e da exploraçom de recursos materiais e humanos por parte de companhias estado-unidenses e subsidárias locais.

‘Sociedades abertas’ num senso verdadeiro do termo, som sociedades que estám abertas à penetraçom económica e ao controlo político dos Estados Unidos.

Preferentemente estas ‘sociedades abertas’ devem ter formas de democracia parlamentar, mas isto é, em definitiva umha consideraçom secundária. As formas parlamentares como veremos , som toleráveis quando as instituiçons económicas, sociais e ideológicas e as forças coercitivas do Estado se mantenhem firmemente em maos de grupos de que assegurem estar dispostos a atuar de comum acordo com as necessidades dos donos e dirigentes da sociedade estado-unidense.’

Este é um pequeno fragmento de Noam Chomsky em 1986 ( onde repassava a trajectória ianque, de ingerência noutros países co fim de fazer prosperar aos seus poderes económicos, este fragmento é atemporal se repassamos a história do país estado-unidense , vendo os últimos acontecimentos em países como Venezuela , Nicaragua ou Bolívia, onde os interesses económicos ianques prevalecem sobre os direitos coletivos da sociedade latino-americana..

Esta ingerência ianque, modernizada comparada coa de 1986, apresenta umha diferença substancial, a facilidade que tem EEUU de criar umha atmosfera de ‘falta de garantia democrática’ nestes países através das fakes new para justificar os golpes de estado que se estám a intentar a fazer, co objetivo de preservar os interesses dos poderes económicos de Estados Unidos como é o caso de Bolívia atualmente.

Noam chomsky repassava o que estou a comentar na década dos 80 desta forma: “Se se satisfaz esta condiçom de domínio ianque das sociedades latino-americanas, as formas parlamentares nalguns estados clientes podem ser um recurso útil para assegurar o domínio das capas minoritárias,favorecidas polas elites estado-unidenses; sempre e quando aquelas lhe permitam ao liderado político ianque mobilizar a sua própria populaçom em apoio de aventuras foráneas disfarçadas com retórica idealista (‘a defesa da democracia), mas levadas a cabo por motivos mui diferentes. No seu uso real, o termo ‘democracia na retórica estado-unidense, refere-se a um sistema de governo no qual alguns elementos privilegiados, fundamentalmente membros da empresa privada, controlam o Estado mediante o domínio do sector privado, enquanto a populaçom observa sem dizer nada. Um sistema de decisons elitistas e de ratificaçom pública, como no mesmo Estados Unidos. Polo tanto a participaçom popular na formulaçom da política pública, considera-se como umha ameaça séria. Nom representa um passo cara a democracia, senom que constitui umha ‘crise da democracia’ que deve ser superada.”

O problema surge tanto no seio de EEUU como nos países subordinados a este, e foi tratado com medidas que flutuam desde as campanhas de relaçons públicas ata os esquadrons da morte,segundo a populaçom que seja o alvo.

O que significa para grande parte do Terceiro Mundo e países subdesenvolvidos, precisamente pola exploraçom e ingerência ianque, falando em termos crus mas certos, que a maior preocupaçom da política exterior estado-unidense é a de garantir a liberdade para roubar e explorar.

Chomsky nos anos 86 falava da ‘quinta liberdade estado-unidense’ que nom foi enunciada por Roosvelt no seu momento, quando formulou as suas famosas 4 liberdades, apresentadas como os objetivos de guerra dos aliados ocidentais durante a Segunda Guerra Mundial: Liberdade de expressom, Liberdade de culto, liberaçom da miséria e liberaçom do medo.

A história de Latinoamérica e do Caribe e nom somente a destes países, também se pode extrapolar a Oriente médio e Ásia onde a ingerência ianque penetra, revela como se devem entender estas palavras que tenhem umhas conotaçons preciosas: Estes direitos som meios para obter o apoio público a favor de cruzadas para defender a ‘quinta liberdade’ (a que realmente conta), a de explorar recursos, dominaçom geoestratégica e capital humano escravizado para prosperar os seus agentes económicos.

Segundo os planificadores estado-unidenses, que nom deixam de ter razom, o mundo está povoado de inimigos da quinta liberdade, que querem impedir o livre exercício do direito fundamental a roubar e explorar.

A expansom e intervençom de Estados Unidos no Hemisfério Ocidental fôrom guiadas desde as suas origens pola sua preocupaçom respeito aos seus grandes inimigos (potências do primeiro mundo)

O mesmo ocorreu coa conquista das Filipinas a começos do século passado, que deixou como saldo vários centenares de milheiros de filipinos mortos e muitos membros do mando militar estado-unidense acusados de atrocidades brutais (e condenados a insignificantes sentenças), o mesmo podemos dizer de algo mais atual como foi AFGANISTÁN, LIBIA, IRAQUE, SÍRIA… Estas operaçons fôrom levadas a cabo para assegurar a Estados Unidos umha posiçom favorável na competência polo controlo da riqueza e os mercados de Ásia e ÁFRICA.

Se repassamos o discurso de Kissinger em 1973, advertiu de que a aliança atlântica corria perigo porque a Europa podia desenvolver um bloco comercial, incluindo a África do Norte e a Oriente Meio que empeceria o acesso a Estados Unidos. Em geral , Estados Unidos favorece o acesso aberto para todos sempre e quando o seu próprio poder económico seja tam abouxante (com forças de ocupaçom militares latentes à ordem por se as cousas vam mal ) que permita às companhias estado-unidenses localizar-se estrategicamente para ganhar a competiçom. Pola mesma razom, Inglaterra apoiou o ‘livre comercio ‘ durante o seu período de hegemonia.

O conceito de ‘livre acesso’ está recolhido maravilhosamente numha memorándum do Departamento do Estado, fechado em 1944 titulado ‘A política petroleira de Estados Unidos’ que tratava do recurso primordial naquele momento, e a día de hoje dos mais importantes.

Este memorándum recolhia que deve existir acesso igual para as companhias ianques em todas partes, mas nom para as demais. Estados Unidos dominou a produçom de petróleo ata 1968 e esta posiçom dominante devia ser mantida enquanto se abriam outras novas noutras partes. A política estado-unidense, assegurava o documento ‘comprenderia a preservaçom da posiçom absoluta que atualmente existe, e portanto, a protecçom vigilante das concesons que estám na maos de EEUU, junto a insitência no principio das portas abertas para estas companhias estado-unidenses em novas áreas de exploraçom. Esta é umha descriçom justa do princípio famoso da ‘porta aberta’

Nalguns casos, os poderes fascistas fôrom inimigos, noutros casos amigos, dependendo do papel que jogárom com respeito à ‘quinta liberdade’ . Em Ásia, O Japom fascista voltou-se inimigo nos anos 30 quando excluiu efetivamente os sistemas imperialistas (inglês, holandês e estado-unidense) criando umha esfera de prosperidade mútua no Ásia oriental. Nom obstante, a ditatura semifascista de Marcos, instalado nas Filipinas em 1972 co apoio estado-unidense, era amiga e seguiu como tal até que nom pudo ser mantido, já que Marcos defendia vigorosamente a ‘Quinta Liberdade’ e deu marcha atrás nas medidas que puderem levar os filipinos ao controlo da sua própria terra e recursos baixo umha democracia capitalista.

Podemos observar que em concreto todo o mundo que luita contra a ‘quinta liberdade introduzida por EEUU’ som tachados como ‘comunistas’.

Que significa o conceito ‘comunista’ para a oligarquia ianque? Som aqueles que tentam utilizar os recursos para os seus próprios fins, interferindo assim co direito de roubar e explorar. Esta é a doutrina central da política exterior. Naturalmente,Estados Unidos é, consequentemente ‘anticomunista’ no entanto só é seletivamente antifascista.

Um segundo princípio que assegure a dominaçom de Estados Unidos é que se deve construír um sistema ideológico para assegurar que a populaçom se mantenha passiva, ignorante e apática, e que ningum destes assuntos seja entendido polas classes educadas, por aquelas que se pronunciam e som politicamente ativas em Estados Unidos e inclusive no mundo em geral. Lembre-se que no senso operativo do termo ‘democracia’ estes elementos minoritários estám chamados a dominar o processo ‘ democrático’ o sistema político, os meios de comunicaçom, o sistema educativo, como de feito o fam, servindo os interesses dos donos e gerentes da sociedade estado-unidenses e dos grupos privilegiados em geral. Umha ameaça a este sistema de dominaçom das elites e umha ameaça à ‘democracia’ que deve ser superada incluso pola força se for necessário.

Isto é extrapolável a todas a potências capitalistas de Ocidente, que em menor medida o fam , já que tenhem menos capacidade para realizá-lo. É o caso do Estado Espanhol quanto à Venezuela no momento que reconhece a Guaidó, quando di diretamente sem agochar-se que defenderá os interesses das grandes multinacionais espanholas (declarando que apoia a Guaidó porque garante umha liberaçom dos recursos naturais venezuelanos como é o petróleo e as empresas espanholas como Repsol poderiam explorar os seus recursos dumha forma efetiva).

O importante nom é o conceito de ‘democracia’ o importante é respeitar a ‘quinta liberdade’ o direito a explorar recursos e a roubar , a ética e o sistema democrático sempre é o imposto polo país estado-unidense e os países subordinados ao mesmo como som a Union Europea em ingerências como IRAK, AFGANISTAN , LIBIA , SIRIA.. sempre atribuindo os mesmos argumentos, as quatro liberdades fundamentais de Roosvelt, enquanto fam tratos com países como Arábia Saudita baseados no wahhabismo, que é umha das correntes religiosas vinculadas ao yihadismo, que a podemos qualificar como ultraconservadora, ortodoxa e fundamentalista, que tem as maos manchadas em ataques contínuos contra países como Iemem fazendo autênticas atrocidades com o único fim de conseguir a ‘quinta liberdade’, apropriar-se do petróleo e estabelecer a sua visom do mundo ultraconservadora na sua regiom e tratar de ganhar a hegemonia a Irám (declarados como xiitas ) desde a revoluçom dos aiatolás em 1979.

Repassando a história desta zona, podemos extrair que este conflito tem um terceiro nível que implica a grandes potencias que luitam por manter a estabilidade na zona por ser um enclave energético vital para o mundo. Aliás, também se pode incluir o papel de Israel como outros dos potenciais interessados neste conflito pola sua proximidade geográfica e pola rivalidade que mantém com Irám.

Neste artigo pretendia recolher umhas pequenas mostras da ingerência estado-unidense ao longo do tempo e tratar de aportar as causas das mesmas, que curiosamente som as mesmas ao longo do tempo.

Todo movimento político que ameace a hegemonia ianque, será qualificado como comunista , e o país será sempre declarado como ‘anticomunista’, mas será seletivamente ‘antifascista’.

O comunismo é intrinsicamente antimperialista e outorga-lhe o poder à vontade popular da cidadania. Estados Unidos nom pode permitir que seja o povo quem decida o rumo a tomar nas diferentes naçons e países do mundo, já que desde a sua visom do mundo deve ser a oligarquia americana quem marque os ideais mundiais e seja a principal beneficiada do mesmo, isto responde a sua lógica supremacista.

Estas semanas acontece isto mesmo, o cansaço das chilenas polas políticas neoliberais e a ditadura encoberta com apoio de Estados Unidas, o bloqueio a Venezuela ,Cuba e Nicarágua e o golpe de estado de Bolívia..

O nosso objetivo deve o de conscienciar a populaçom de forma pedagógica do que acontece neste países e da estratégia dos países capitalistas, relatadas dumha forma singela nos textos de Lenine: ‘O imperialismo fase superior do capitalismo’ , outro texto totalmente atemporal, ainda que este imperialismo tenha outras formas diferentes de penetrar tal e como as contava Lenine em 1916.

As formas de atuaçom mudam, as condiçons também, mas o que nunca muda no seio da sociedade capitalista é a prevalência do lucro sobre os direitos coletivos das classes populares, tratando de exprimi-las o máximo possível, inclusive tratando de pô-las a favor de quem é o originário da sua situaçom através dos meios de manipulaçom das oligarquias mundiais e dos poderes económicos, o nosso objetivo deve ser combatê-los.

Venceremos nós.