Segundo acaba de publicar a Organizaçom Meteorológica Mundial, os níveis de CO2 que se registrárom na atmosfera durante o ano 2018 marcárom um novo registro histórico ao alcançar-se a cifra de 407,8 ppm (partes por milhom). Este dado é aproveitado por novos lobbies tecnológicos para tirar proveito económico. E neste sentido, a propaganda do capitalismo verde já conseguiu parte do seu trabalho porquanto já persuadiu a opiniom pública mundial dos benefícios médio ambientais do carro elétrico fronte ao carro tradicional de combustom.

Umha nova demanda

O lítio já jogava um papel estratégico no âmbito tecnológico por ser a principal matéria prima empregada na elaboraçom das baterias dos telemóveis e doutros dispositivos electrónicos, mas agora ainda ganhará mais protagonismo. A mudança tecnológica que vai implicar a eletrificaçom do parque de automóveis mundial disparará a demanda deste metal.

A transiçom energética no setor da automoçom já provocou o incremento de produçom mundial, e Standard & Poor´s estima que na próxima década a demanda anual de lítio ultrapasse as 300 mil toneladas, o que supom umha demanda dez vezes superior à atual.

Umha ameaça para os povos

Ante estas previsons de negócio, as grandes empresas de mineraçom estám a mexer-se para apropriar-se deste recurso. O poder económico nom duvida em utilizar todos os médios para crescer e a sua sombra está por trás do golpe de estado acontecido na Bolívia. Há que ter em conta que no país andino encontra-se a maior reserva de lítio do mundo. As salinas de Uyuni, contam com 21 milhons de toneladas métricas de lítio, que constituem perto do 70 % das reservas a nível global.

Galiza também está afetada

Pola sua vez, Galiza nom é alheia a estas mudanças no mercado mundial e como acontece nos últimos tempos, para o nosso país tem-se-lhe reservado o papel de território de onde extrair as matérias primas necessárias para o bom funcionamento do capital. O grupo empresarial canadense Supreme Metal está interessado na primeira mina de lítio de Galiza e poderia fazer-se com o seu controlo. De momento fixo um primeiro pago a Strategic Minerals, empresa que tem atualmente as licenças de operaçom.

Polo de agora ainda estám a realizar-se os labores de pesquisa sobre o terreno para determinar as quantidades de lítio que se encontram baixo os 10 quilómetros quadrados do depósito que está localizado no concelho de Aviom. Os primeiros dados revelam que a mina, denominada Alberta II, poderia albergar mais de 25 mil toneladas de lítio, 5.400 de estanho e 1.200 de tantalita. Este último imprescindível para a elaboraçom de coltám, outro elemento chave na fabricaçom de dispositivos electrónicos.

De confirmar-se a existência deste jazigo de 25 mil toneladas de lítio na Galiza, estas suporiam quase a metade das existentes em todo Portugal, umha das zonas mais ricas em lítio do continente. Sendo assim Galiza poderia ver-se afetado por outro processo de espólio, pois deve lembra-se que na Galiza existem outros projetos de prospecçom de lítio nos concelhos do sul da Galiza. Também há que ter em conta que a dependência política e a vigência da Lei de depredaçom, que baleira as exigências da Lei 3/2008 da ordenaçom da minaria de Galiza, deixa as maos livres às empresas extrativistas.

O que aparentemente semelhava umha boa nova a nível global, a substituiçom do carro de combustom polo carro eléctrico para a reduçom de CO2, converteu-se rapidamente numha nova ameaça medio ambiental. Agora haverá um centro capitalisma mais limpo, livre de fumo de carro, mas a costa de umha maior degradaçom da periferia.