No seu número 183 o jornal mensal Novas da Galiza centra o foco no conflito catalám e no crescente autoritarismo do Reino de Espanha. No seu editorial, que leva por título ‘Espanha contra todas’, salienta que seja neste contexto que a Procuradoria acuse às organizaçons Causa Galiza e Ceivar de organizaçons criminais para a comissom de delitos de enaltecimento do terrorismo. “Perante a injustiça contra um povo fica como resposta a unidade e o artelhamento de um discurso com umha crítica ao ADN fascista que se esconde na atual conformaçom do Reino de Espanha. É necessário fazê-lo por compromisso com a defesa da autodeterminaçom da Galiza e com a luita antifascista”, conclui este texto.

A jornalista Maria Álvares Rei é a encarregada de oferecer às leitoras umha crónica das mobilizaçons na Catalunha após que o Tribunal Supremo desse a conhecer as condenas por sediçom pola convocatória do referendo do 1 de Outubro. Álvares expóm alguns dos traços fundamentais destas protestas: a emergência de figuras auto-organizadas na coordenaçom das mobilizaçons como os CDR’s ou o Tsunami Democràtic, o emprego da tecnologia e as redes sociais e a entrada em cena da autodefesa perante a violência policial. Umha autodefesa que mesmo chega a ser entendida polos meios de comunicaçom cataláns, os quais começam a descrever as pessoas que protestam “como os moços que que viram como os seus pais e avós foram agredidos quando iam votar no 1 de Outubro”, expón Álvares Rei.

Numha segunda parte da análise do que está a acontecer na Catalunha, Álvares presta atençom à análise da sentença do Supremo com o texto titulado ‘Cem anos de cadeia por exercer direito de autodeterminaçom’. Aqui recolhem-se declaraçons de Benet Salellas, advogado de Jordi Cuixart, quem se mostra mui crítico com a sentença: “Tem umha visom mui autoritária sobre o direito à protesta e também sobre o papel dos advogados num juízo. Supom um autêntico retrocesso em muitas questons do direito penal”.

As páginas dedicadas à luita de Catalunha pola autodeterminaçom fecham-se com um artigo de Joan Marc Jesus Prades, integrante do secretariado nacional da ANC, com o título de ‘Dias de fúria’ em que analisa as mobilizaçons desde que se deu a conhecer a sentença. “Nom somos terroristas nem violentas, somos mulheres e homens luitando pola nossa liberdade porque a autodeterminaçom é um direito, nom um delito. E o que é mais importante, nestes dias de fúria, perdemos o medo. E sem medo, já ganhamos!”, conclui.

Hong Kong

Neste número correspondente ao mês de novembro vários artigos centram-se em conflitos internacionais. Assim, especial atençom se lhe presta ao que acontece em Hong Kong. Com o título ‘Hong Kong, luita contra um gigante’, o texto de Paloma Fidalgo Balado expóm as causas do que atualmente está acontecendo nesse território, em conflito com a China. Alguns aspetos deste movimento som similares com o acontecido na Catalunha com o Tsunami Democràtic, como é o emprego das novas tecnologias de comunicaçom para promover a mobilizaçom, a falta de lideranças claras ou a açom direta contra as infraestruturas. “A situaçom, longe de se resolver, continua a se intensificar, logo da aprovaçom de umha norma cidadá resgatadas dos tempos coloniais em que se proíbe aos cidadaos de Hong Kong cobrir as suas caras em espaços públicos”, expóm Fidalgo.

Literatura e prisons

Na macro-seçom O Bom Viver salienta-se um artigo do investigador Isaac Lourido em que se realiza umha introduçom ao uso da escrita polas pessoas presas. “Escrever no cárcere pode representar umha resposta moral que questiona a coerçom estatal e militar”, expom. Para além dos documentos deixados por diversos prisioneiros políticos ao longo da história, Lourido pom o foco também numha categoria de textos que só pontualmente é entendida como literatura: a escrita criativa ou testemunhal realizada através de cartas e diários