(Imagem: ‘El Progreso’) Nos passados dias, o militante estudantil Jorge Longueira explicava neste mesmo portal a lógica privatizadora que, a passos acelerados, vai condicionando o ensino universitário. No dia a dia, o processo plasma-se numha soma inacabável de pequenos deterioros que conformam faculdades mais e mais desorganizadas e precarizadas. O retrocesso é tam palpável que, a partir do exitoso sucesso estudantil na faculdade de Medicina compostelana, as assembleias abertas reorganizam-se e organizam-se em vários campus.

As e os estudantes de Medicina decidírom-se a umha reivindicaçom contundente e, trás começar umha greve que incluía feche no dia 4 de novembro, conseguírom sentar a negociar as autoridades académicas, que atendêrom as suas queixas. Poucos dias depois do êxito de Medicina, a iniciativa assemblear Juntas por Políticas dava um passo para a frente na faculdade de Ciências Políticas da USC. Recuperando a iniciativa reivindicativa do curso passado (as estudantes organizaram um encerro no mês de maio), a assembleia aberta apoia-se em dúzias de protestos desatendidos da comunidade estudantil. Das autoridades, trás a mobilizaçom do passado ano, apenas ‘recebêrom promessas’, polo que as denúncias voltárom à tona nas paredes da faculdade e às redes sociais, onde obtenhem um eco notável. Estudantes assinalam, entre outras deficiências, que os professores nom deixam claro os critérios de avaliaçom de exame, e que mesmo chegam a modificá-los a medida que avança o curso. Tal inconcreçom vulnera o estatuto da estudante universitária, plasmado no real decreto 1791/2010, afirma-se na propaganda estudantil. Idêntica vulneraçom de direitos produz-se no tocante ao incumprimendo dos horários de titorias de distintas professoras e professores, que nom se guia por critérios rigorosos. E em plena sintonia com o chamado das estudantes de Medicina -e da linha histórica do movimento estudantil galego-, Juntas por Políticas aponta que o uso da nossa língua é ‘puramente residual’ numha faculdade que pertence a umha instituiçom que reconhece nos seus estatutos ‘que a língua galega é a própria da USC’.

Prende o exemplo

Os problemas repetem-se e os protestos reproduzem-se. No dia 20 celebrárom a sua assembleia aberta as estudantes de Filologia, em cuja propaganda apenas se excluíam ‘maltratadores, acosadores e encobridores’. Futuras filólogas e filólogos queixam-se de ‘horários solapados, falta de coordenaçom entre docentes, instalaçom eléctrica deficiente, e mobília deteriorada’ em espaços como a biblioteca. Além do mais, a precariedade de bolseiras e investigadores pom-se de destaque.

Com o mesmo formato e mui semelhantes táboas reivindicativas, começam a artelhar-se assembleias em faculdades como Biologia, Farmácia, Trabalho Social ou Geografia e História.

Também Lugo

Na cidade das muralhas, o estudantado de Humanidades lançou a sua própria assembleia aberta. E na faculdade de Formaçom de Professorado lucense, neste caso de mao do sindicato Erguer, a reivindicaçom saiu à rua. Mais dum cento de estudantes apresentárom diante da imprensa umha listagem de queixas. Padecem a carência de professorado a tempo completo, as baixas demoram em cobrir-se ‘até oito semanas’, e a cantidade e qualidade bolsas de apoio ao estudo desce cada curso. Num comunicado, o sindicato Erguer apontou aliás que ‘cinco anos depois da implantaçom da LOMCE, continuam a existir problemas para convalidar alunado de ciclos fomativos.’

Reivindicar o elemental

O estudantado foi historicamente um elemento de vanguarda nas reivindicaçons nacionais e sociais. Nele unem-se a rebeldia inerente à juventude, com condiçons objectivas mui boas para o início no activismo: acesso ao conhecimento, formas de socializaçom específicas, espaços comuns, autonomia familiar…no nosso país, a universidade, e particularmente a USC, foi umha canteira inagotável de militáncia nacionalista e independentista.

Nesta ocasiom, as reivindicaçons das assembleias abertas som tam evidentes e claras, que nem cumpre umha adesom política mui estrita para defendê-las. A Galiza é umha das comunidades autónomas do Reino de Espanha onde o gasto público ainda é inferior ao existente antes de 2009; o reitor da USC, Antonio López, manifestou aos meios que a escasseza orçamentária pujo a USC num ‘momento crítico’. A achega pública às universidades nom chega ao 1% do PIB.