A saúde é também umha questom de classe. Algo tam óbvio foi confirmado por vários estudos recentes. Em primeiro lugar, um estudo elaborado pola Universidade Francisco de Vitoria e o Instituto de Saúde Carlos III analisou o comportamento e os hábitos de 1.700 pessoas de entre 55 e 75 anos para saber os câmbios que se produziam quando se reformavam. Os resultados fôrom publicados o mês passado e a conclusom resultou ser que as pessoas reformadas melhoravam a sua qualidade de vida quando deixavam de trabalhar. Em concreto, o estudo determinou que as pessoas que já nom trabalham praticam mais desporto (um 28 % mais), fumam menos (um 61 % menos), consumem menos álcool (um 6 % menos), os sintomas depressivos diminuem (um 27 %) e em definitiva, estám mais satisfeitos com a sua vida social.
Por outra banda, se atendemos à Enquisa Nacional de Saúde do ano 2017, os resultados som ainda mais contundentes. Pomos unicamente um par de exemplos. A obesidade passa do 10,6 % da populaçom que ganha mais de 3.600 euros mensais, ao 23,6 % em pessoas que ganham menos de 1.050 euros. Enquanto a pessoas que padecem depressom ou transtornos depressivos, a percentagem passa do 5 % para as rendas mais altas, até o 8,7 % para as rendas mas baixas. Mas a renda também afeta ao consumo de álcool e de tabaco, à hipertensom, à ansiedade, às dores de cabeça e musculares, à artrose e a umha listagem interminável.
Em dados que se referem unicamente a Galiza, mais de um 18 % das crianças entre os 6 e os 9 anos sofre obesidade enquanto um 43 % padece sobrepeso, polo que quase a metade das crianças galegas tenhem umha má alimentaçom ou nom tenhem umha atividade física suficiente. Estas percentagens tenhem nas últimas décadas umha evoluçom à alça o que reflete umha pauperizaçom da saúde das crianças galegas.
Umha questom de classe
Neste ponto é onde se vê que as condiçons materiais determinam as nossas vidas. Aqui ficam de manifesto as inércias sociais que descreve o materialismo histórico.
O materialismo é umha ferramenta imprescindível em conjunturas ideológicas como a nossa, onde se sobrestimam sistematicamente a autonomia e a liberdade individual. De pouco vale que se nos incite a termos umha alimentaçom equilibrada e uns hábitos saudáveis se em umha família os dous progenitores trabalham fora, com horários eternos e salários baixos. À hora de preparar o jantar mercarám pratos pre-cozinhados porque som mais baratos e nom requerem tanto tempo para a sua elaboraçom. Fazer um menu saudável requere tempo e dinheiro, algo do que nom dispom a classe trabalhadora pois já se encarrega o sistema de limitar-lho.
Fica patente que existe umha relaçom direta entre saúde, qualidade da alimentaçom e nível econômico. Para melhorar a saúde da populaçom o mais eficiente é incrementar os salários e reduzir a jornada laboral das classes trabalhadoras. Mas claro, para isso há que enfrentar-se ao Capital.