(Imagem: enfermeirasenloita.es) A apariçom dumha trabalhadora eventual, Alba, em programa de máxima audiência numha televisom espanhola, conseguiu pôr a realidade da sanidade pública galega em primeiro plano informativo. Na realidade, e fora dos focos mediáticos, o trabalho constante e voluntarioso do colectivo ‘Enfermeiras en Loita’ leva quase um ano a rachar o muro da invisibilidade no sector. Junto com a oposiçom popular ao desmantelamento de áreas sanitárias, como a Marinha ou Lemos, a luita das enfermeiras é das que acada maior nível de apoio popular na Galiza de hoje.

A propaganda da direita espanhola sobre o sector sanitário, que se vende ao mundo como um sector aprazível e laboralmente estável, esboroa-se com os dados e denúncias das trabalhadoras organizadas. O elo mais explorado do SERGAS alçou a sua voz, e revela à populaçom condiçons de trabalho insostíveis.

Numha sociedade tam avelhentada como a galega, o cuidado com que o governinho autonómico tome a sanidade condiciona, e muito, o seu hipotético sucesso eleitoral. Por isso, ainda que longe dos focos o PP, como todo o neoliberalismo europeu, procura canalizar a populaçom cara serviços de saúde privada, nas grelhas informativas propagandeia com insistência as virtudes do sistema sanitário galego. Na apologia inclui-se a celebraçom dumha suposta estabilidade laboral. Por palavras do conselheiro Vasquez Almuiña, os contratos estáveis no SERGAS incluem mais do 80% do pessoal. A informaçom resultou falsa, e a mentira desatou mesmo umha controvérsia em sede parlamentar. Segundo os dados que está a espalhar ‘Enfermeiras em loita’ nas suas redes sociais, a realidade é outra, e também desmente as declaraçons triunfalistas de Fernández Campa, gerente do SERGAS. As informaçons partem dum informe do Conselho de Contas da Junta da Galiza realizado em 2017, e estabelecem que a precariedade alcança perto do 40% do pessoal. Segundo esta pesquisa, os índices de eventualidade ainda se agravavam em atençom especializada. Embora os dados dam nas vistas, nom foi doado sistematizá-los, segundo manifesta o colectivo no seu web. A Junta nega-se, até o momento, de pôr a disposiçom de toda a cidadania um registo público de pessoal fixo e eventual. A razom é singela: desse modo, evita umha fiscalizaçom severa por parte dos sindicatos e do povo organizado.

O colectivo denuncia ‘censura e escurantismo da Junta’. Imagem:enfermeirasenloita.es

Na sanidade, a precariedade laboral tem uns efeitos especiais, desde que atinge directamente a vida de terceiras pessoas. Umha plantilha saturada, esgotada psicosomaticamente, e com a inestabilidade moral própria de quem encadeia contratos de continuidade incerta, afecta directamente à qualidade de atençom das e dos doentes. É por isso que umha parte muito importante da populaçom, independentemente da sua cor política, pode identificar-se com as reivindicaçons do colectivo, e empatizar com a situaçom vital que se vem na obriga de afrontar. Nas redes sociais de ‘Enfermeiras em loita’, umha representante do colectivo, com nove anos de trabalho e mais de 500 contratos, explicava graficamente a sua situaçom:

Reivindicaçons elementais

Se as agressons som muitas, também a capacidade de resposta das trabalhadoras da saúde na Galiza tem-se demonstrado contundente: a greve das ambuláncias, no passado ano, ou ‘Enfermeiras en Loita’, na actualidade, dam prova de combatividade. Neste caso, o movimento representa um subsector especialmente castigado e exlorado. Na procura dum salário com o que sobreviver, e na maioria dos casos com umha vocaçom laboral orientada à ajuda e ao bem comum, centos de enfermeiras vivem o seu dia a dia laboral sem direito a férias, sem permissos de matrimónio, sem possibilidade de terem baixas por doença ou gravidez. E, como o video nos explica, sem possibilidade de planificarem projectos de vida no médio prazo, assoladas por umha mobilidade permanente.

A razom, como explicam em ‘Enfermeiras en loita’, nom é técnica, mas política: existe umha crescente procura de enfermeiras no sistema sanitário galego, mas a Junta leva mais dumha década a apostar pola congelaçom da oferta de vagas.

Na sua estreia, a começos deste ano, o colectivo de eventuais apresentou à sociedade galega as suas demandas elementais: o fim da precariedade de centos de profissionais, que exige a habilitaçom de vagas estáveis; a melhora das condiçons gerais do sistema público de saúde, que inclui obviamente trabalhadoras e pacientes; e a consideraçom real do estatus da profissom de enfermaria, que o tópico reduz por vezes a umha categoria inferior e secundária. ‘Empoderar as enfermeiras como profissionais e como mulheres’ (constituem a imensa maioria do sector) é um dos objectivos que recolhe o colectivo nos seus textos.

Umha das assembleias de coordinaçom nacional do colectivo. Imagem: @eventuais_loita

Autodefinido como ‘independente de qualquer ideologia partidária ou sindical’, e agrupada por volta dumha bandeira que recorda o histórico Nunca Mais (faixa azul galega sobre fundo negro), o colectivo leva quase doze meses de trajectória, e saltou às redes sociais na primavera do passado ano com a etiqueta #OPENegra. Nasceu na comarca de Ponte Vedra, mas aginha deu o salto a comarcas como Sárria, Marinha, Lugo, Lemos ou Compostela. Constantes intervençons reivindicativas -organizadas na legenda ‘doze meses, doze luitas’-, participaçom em mesas redondas com forças sindicais, difusom das cifras da denúncia em redes sociais, organizaçom de assembleias. No passado dia 12, ‘Enfermeiras em Loita’ lançou concentraçons no exterior dos principais centros hospitalares da Galiza com a legenda ‘Cuida quem te cuida.’