No debate eleitoral da segunda feira, o líder da nova criaçom política do capital, Santiago Abascal, chegou a declarar que o 70 % dos violadores em “manadas” eram estrangeiros. Este dado, como muitos outros que aportou durante o show televisivo, é mentira. Na sua intençom de criminalizar a gente migrante e alimentar o discurso do ódio contra a comunidade estrangeira nom duvida em utilizar dados falsos e mal-intencionados. E para isso conta com a colaboraçom agradecida dos médios.
Os dados
O dado arriba citado é diretamente inventado, pois nom existem estatísticas oficiais sobre “violaçons em grupo”. O que si existem som estatísticas sobre agressons sexuais e outros delitos contra a liberdade sexual e também sobre as pessoas detidas e investigadas por estes feitos. Segundo os dados do Ministério de Interior, durante o ano 2018 houvo um total de 659 pessoas detidas e investigadas por delitos contra a liberdade sexual, das que um total de 148 eram estrangeiras. Resulta umha percentagem do 22,46 %, percentagem que se vê reduzida ao 9,09 % na Galiza, já que apenas 3 das 33 pessoas detidas na Galiza era estrangeiras.
Se quisermos ter em conta todas as infraçons penais do ano 2018, e nom restringir a criminalidade aos delitos sexuais, o total de detidos e investigados foi de 15.285, dos que 3.776 eram estrangeiros. Com estas cifras obtemos que apenas o 24,7 % eram estrangeiras enquanto o 75,3 % eram espanhóis, mais de três quartas partes.
Indo mais longe, e tendo em consideraçom que o número de pessoas estrangeiras presas nom equivale à sua participaçom em atos delitivos, pode-se atender à populaçom presa. Também segundo o Ministério de Interior, em agosto do ano em curso, último dado disponível, havia em todo o estado espanhol um total de 59.029 pessoas privadas de liberdade, das que 16.524 eram estrangeiras, o que representa um 27,99 %.
Todas estas cifras reais som mui inferiores às aportadas polo partido neofascista e que com insistência som repetidas cada vez que tenhem aceso aos médios.
Colaboraçom dos meios de comunicaçom
Como ficou de manifesto cos dados anteriores, nom há motivo para relacionar delinquência e migraçom, mas este binômio está completamente gravado na psique de umha parte importante da populaçom.
Mas o feito de associar migraçom com crime, nom é casual porque os médios abordam o tema de jeito interessadamente xenófobo e sensacionalista. A presença nos médios de noticias e informaçom sobre delitos cometidos por pessoas migrantes é mui superior ao seu peso real na sociedade. Além de empregar umha linguagem alarmista e incluso bélica, reproduzir estereótipos sem contrastar, empregar termos incorretos e desumanizar as pessoas migrantes, as informaçons acostumam nom contar com fontes fiáveis, e centram-se em opinions do próprio jornalista ou de terceiros e nom em dados objetivos. Deste jeito os médios ajudam a sentar as bases de um imaginário social contrario à migraçom que é o germe do racismo.
Como exemplo do exposto, o informe titulado Inmigracionalismo, realizado por Red Acoge durante o ano 2017 analisava o tratamento informativo das novas relacionados com a migraçom, publicadas em 25 médios de âmbito estatal, além de médios locais.